PREFEITURA DE TRINDADE

SARGENTO EDYMAR

20 fevereiro 2014

Azeredo se retira de cena pela porta dos fundos

Josias de Souza
Diante do pedido de 22 anos de cadeia formulado pela Procuradoria-Geral da República, Eduardo Azeredo (PSDB-MG) prometera defender-se da tribuna da Câmara. Não falou. Convertido numa condenação esperando para acontecer, ele mandou dizer que resolveu renunciarao mandato de deputado federal. Faltando-lhe os argumentos e a presença de espírito, tenta conseguir a ausência de corpo.
Azeredo nem veio a Brasília. O filho foi o portador da carta. Um correligionário tucano cuidará de comunicar ao plenário. Suprema ironia: os mensaleiros petistas José Genoino e João Paulo Cunha renunciaram para fugir à cassação do mandato. Azeredo renuncia em fase anterior para escapar da própria condenação do STF. Com os dedos na guilhotina, salva antes os aneis.
Azeredo vê a cúpula do ex-PT no presídio da Papuda e já não pode dizer “dessa água não beberei”. Então, ele tenta ferver antes. Entrega o mandato para forçar o Supremo a devolver o seu processo à primeira instância do Judiciário, em Minas Gerais. Apostando na infinidade de recursos que a legislação brasileira é capaz de prover, o ex-governador mineiro, ex-presidente do PSDB e ex-senador da República já não ambiciona a absolvição. Ele deseja agora a prescrição. Tomado pela coreografia, Azeredo se retira de cena pela porta dos fundos.

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