PREFEITURA MUNICIPAL DE TRINDADE

15 janeiro 2018

A insustentável leveza de ser do PT

Gaudêncio  Torquato – Folha de S.Paulo
O ano eleitoral que se inicia coloca em xeque o dilema que tem afligido o PT ao longo dos últimos anos: arrefecer o peso do discurso, produzindo nova "carta aos brasileiros", à semelhança da que Luiz Inácio Lula da Silva apresentou em 2002, ou continuar a massificar o bordão da luta de classes ("nós e eles"), sob a crença do eterno retorno, conhecido conceito de Nietzsche (1844-1900), ancorado no princípio de que as situações existenciais se repetem indefinidamente no tempo.
A dúvida que paira sobre o PT e seu chefe maior parece levar em conta, de um lado, a perspectiva de melhoria da economia —nesse caso, o discurso radical seria mal recebido por parcela da população— e, de outro, o resgate do legado que a administração lulista se gaba de ter proporcionado ao país: a maior distribuição de renda da história. E que hoje virou fumaça.
A isca com que Lula pretende fisgar o eleitorado, em outubro, seria um elenco de compromissos com o povo, não apenas uma expressão moderada para cooptar o mercado, como se fez em 2002.
O fato é que o petismo está ajustando o discurso de forma a driblar os índices positivos alcançados pelo atual governo, rebater o tiroteio sobre a era petista, com foco no envolvimento de seus protagonistas no mensalão e na operação Lava Jato, e se apresentar como a melhor alternativa para enfrentar a crise (por ele perpetrada).
A identidade do petismo, plasmada ao longo do percurso iniciado em 1980, sempre se pautou pelo viés socializante. Recuperar o eixo histórico ante um Estado que avança na direção de reformas liberais e diminui seu porte não será fácil.
Lula abriu o discurso de posse na Presidência, em 1º de janeiro de 2003, com o verbo mudar. Era o conceito que unia sindicalistas, intelectuais e membros da Igreja Católica, fundadores do PT. Mas o país não mudou sob o mando petista. A leitura atual não perdoa os desvios do ciclo Lula/ Dilma, mesmo sob as glórias do programa distributivista de renda, assentado no Bolsa Família.
O ex-metalúrgico chegou a se autodesignar "metamorfose ambulante", em peroração humorística para explicar o vaivém do PT, ora trafegando na extrema esquerda do arco ideológico —quando grita jargões e ecoa o apartheid social—, ora aliado a siglas que o petismo condena, como o próprio MDB.
Imerso no arquipélago partidário, o PT perdeu o discurso original, sujou-se no lamaçal da corrupção e, incrível, adentrará o campo eleitoral com alianças à direita e à esquerda, maneira de garantir a eleição do maior número de governadores, senadores e deputados.
Lula deu o tom: o PT tem de ser pragmático. Precisa ganhar musculatura e garantir boa posição no ranking. A dúvida persiste: um discurso mais leve, menos radical, fará o gosto da militância? A resposta é não. O petismo tem a militância mais engajada e conta com a CUT e o MST, seus exércitos de retaguarda. Os militantes defendem um discurso virulento para compor a feição oposicionista.
Para voltar a ser competitivo, ao PT sobra a alternativa de voltar a esgrimir a espada com que ataca o statu quo. Ocorre que o resgate da velha identidade só terá êxito caso as reformas do governo Temer derem com os burros n'água.
Só assim o petismo assumirá a condição de maior força oposicionista. Em suma, não se sustenta a leveza de ser do PT. É mais provável que Lula assuma a cara zangada de João Ferrador, dos tempos de metalúrgico, para mostrar raiva e indignação como perseguido do juiz Sergio Moro. Pretende ir às urnas como vítima.


Condenado pelo TRF-4 e impedido de disputar o pleito, teria como modelo a figura do Nazareno carregando a cruz até o calvário. Sob o manto de mártir, há quem veja Lula puxando o substituto na direção do segundo turno da eleição. 

A mala se arrasta

Folha de S.Paulo – EDITORIAL
O poeta T.S. Eliot (1888-1965) escreveu, em versos célebres, que o fim da civilização aconteceria "não em estrondo, mas num sussurro". Caso não menos célebre, para os brasileiros, parece que vai terminando de modo semelhante.
A mala com R$ 500 mil, flagrada nas mãos do ex-assessor do Planalto Rodrigo Rocha Loures, uma semana depois de o presidente Michel Temer (MDB) ter indicado seu nome ao empresário Joesley Batista (JBS), ameaçou explodir toda a ordem política pós-impeachment.
O processo, agora, arrasta-se em entrechoques pronunciados a meia voz. Deram-se há pouco, na Polícia Federal, os depoimentos de Rocha Loures e de um executivo da Rodrimar, supostamente beneficiária -assim como a JBS- de um decreto que prolongava o arrendamento de áreas nos portos do país.
O segundo afirma que o primeiro "era um importante intermediário" nas negociações em torno do decreto, editado em 2017. O ex-auxiliar de Temer nega tudo.
Registraram-se, contudo, contatos entre Rocha Loures e o então ministro dos Transportes, Maurício Quintella, discutindo a medida. Gravação telefônica dá conta das comemorações entre ambos quando o decreto se oficializou. "Foi um golaço", diz o ministro.
Teriam sido um prêmio a Michel Temer os R$ 500 mil recebidos por Loures poucos dias antes?
Embora sejam mais do que convincentes os sinais da atuação de Loures como lobista no centro do poder federal -e comprometedora ao extremo a atitude do presidente ao indicá-lo como interlocutor a um magnata afundado em suspeições-, o caso se dilui agora em meio a minúcias e contra-argumentações processuais.
Sabe-se de antigas ligações entre Temer e as atividades portuárias na cidade de Santos (SP). Ocorre, como ressaltam seus defensores, que o decreto não atendia a reivindicações ligadas a essa área.
Seja como for, restam os fatos essenciais: a mochila, o meio milhão, a conversa apontando Rocha Loures. Os depoimentos divergentes na PF correspondem ao que se espera num ambiente marcado pela completa promiscuidade entre interesses públicos e privados.
Tais aspectos concorrem, naturalmente, para que se imponha o aprofundamento das investigações do caso -em que o presidente da República é, sem dúvida, o responsável pelos sussurros finais.

Juíza do DF confirma que triplex pertence a OAS

Magistrada determinou a penhora dos bens da OAS incluindo o triplex que a Lava Jato diz que pertence ao ex-presidente Lula.
A juíza Luciana Correa Tôrres de Oliveira, da 2ª Vara de Execução e Títulos no Distrito Federal, determinou a penhora dos bens da OAS; o detalhe é que um dos ativos penhorados é justamente o triplex que a Lava Jato diz que pertence ao ex-presidente Lula.
Segundo informações do blog do jornalista Mino Pedrosa, uma decisão da juíza Luciana Corrêa Tôrres de Oliveira, da 2ª Vara de Execução e Títulos no Distrito Federal, se contrapõe à investigação da Lava Jato sobre o triplex do Guarujá. O processo atende uma empresa que solicita o pagamento de dívidas em desfavor da OAS Empreendimentos.
O Centro Empresarial que estava sendo construído no Distrito Federal tinha contrato em Sociedade de Propósito Específico (SPE). A empresa credora impetrou uma ação de cobrança no valor de R$ 7,2 milhões corrigidos. A juíza acatou e determinou o bloqueio nas contas da OAS Empreendimentos, encontrando apenas R$ 10 mil reais. A empresa credora fez busca nos cartórios em todo Brasil e achou em um mesmo CNPJ quatro imóveis no Guarujá em nome da OAS Empreendimentos
Para a surpresa dos empresários brasilienses, um dos imóveis trata-se do apartamento polêmico triplex no Guarujá, atribuído ao ex-presidente Lula. Em Brasília, a juíza entende que, o apartamento no Edifício Solaris, na Praia das Astúrias, no Guarujá, endereço do triplex que levou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à condenação em primeira instância, registrado em cartório em nome da empreiteira OAS Empreendimentos, cabe penhora, por se tratar de dívidas contraídas pela OAS que, é de fato e de direito, proprietária do imóvel.


Com essa decisão, a defesa do ex-presidente Lula, pode pedir o adiamento do julgamento marcado para o dia 24 de janeiro em Porto Alegre.  *Com informações do blog do jornalista Mino Pedrosa

NY: Maia diz não crer em vitória de Lula ou Bolsonaro

Folha de S.Paulo – Kames Cimino (Colaboração para a Folha em Nova York)
Em visita oficial aos Estados Unidos para um encontro com António Guterres, secretário-geral da ONU, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), negou que seja pré-candidato à Presidência da República.
Maia disse que, no momento, sua última preocupação são as eleições e que a viagem, agendada havia meses, nada tinha a ver com uma possível campanha para alavancar seu nome ao pleito.
"Eu não estou preocupado com eleição. Se eu estivesse, estaria ouvindo muitos dos meus amigos dizendo que eu não deveria manter a votação [da reforma da Previdência]. Minha preocupação com as eleições neste momento é nenhuma", afirmou.
Sobre o assunto, aliás, disse estar cético quanto a uma possível vitória do deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) e defendeu que Lula se candidate e concorra. "Eu nem acho que ele [Bolsonaro] será o vencedor. Mas irei respeitar se ele vencer, como vou respeitar se o presidente Lula puder disputar a eleição e ganhar, ou o governador Geraldo Alckmin [PSDB]."
O presidente da Câmara quer que Lula dispute as eleições porque acredita que ele irá perder –e que será o momento de provar que seu legado para o Brasil foi ruim.
"É importante que ele dispute, porque eu tenho até muita convicção que ele vai perder as eleições. E é importante que a gente desmonte a tese de que o Lula é imbatível, que o legado dele foi uma maravilha", afirmou.
"Quem está andando pelo Brasil hoje sabe o legado que ficou. Tem muito ativo colocado pelo PT que, para mim, é um passivo –fora o passivo que deixaram depois do impeachment, 14 milhões de desempregados, inflação explodindo, taxa de juros de 15%."
Segundo Maia, na hipótese de o petista concorrer, "um, ou dois, ou três candidatos do nosso campo" poderão, ao longo da corrida presidencial, fazer "um enfrentamento" com ele e destacar esse legado.
O deputado comentou ainda declarações de Bolsonaro sobre seus gastos com auxílio-moradia –na semana que passou, a Folha revelou que o parlamentar manteve o benefício, apesar de ter imóvel próprio em Brasília. Em entrevista sobre o caso, disse à reportagem que usava o dinheiro para "comer gente".
Para o presidente da Câmara, este é apenas o "perfil" do colega, que se utiliza de "frases de impacto e irônicas".
"Minha crítica a ele é em relação ao posicionamento mais extremado, do qual eu discordo, mas eu nunca vi o deputado Bolsonaro com atitudes concretas de desrespeito ao uso do dinheiro público", disse. "Ele mesmo vai organizar uma resposta mais transparente para seus próprios eleitores, que certamente ficaram mais impactados." 

11 janeiro 2018

PROFESSORES DA REDE MUNICIPAL DE ARARIPINA ESTÃO SEM RECEBER SALÁRIO DE DEZEMBRO

Os professores da rede municipal de Araripina ainda não tiveram os seus salários de dezembro creditados em conta. A secretaria de finanças da prefeitura municipal tinha garantido ao SIMA – Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Araripina que o pagamento seria efetuado nesta quarta-feira, dia 10. Essa informação foi dada nesta terça-feira pela presidente do SIMA, Viviane, ao programa Rádio Notícias do radialista Chico Lima na Nova Araripe FM.
Contudo, os professores foram mais uma vez surpreendidos pela secretaria de finanças da prefeitura que comunicou o não pagamento do salário de dezembro. A prefeitura ainda disse que não tinha previsão para honrar com os vencimentos dos professores.
O blog manteve contato com os dirigentes do SIMA para saber de que forma a entidade e os professores reagiriam a essa questão. Mais uma vez lamentaram a situação em que se encontra o desprezo e a desvalorização dos professores por parte da prefeitura. E externaram preocupação com o descaso que se encontra a educação do município, com a falta de responsabilidade e compromisso com os professores.
Neste momento os professores estão reunidos em assembléia para deliberarem quais providências serão tomadas por parte da categoria. Estão na sede do SIMA e ao final da plenária decidirão os próximos passos. Decretar greve não estar descartada pela categoria.

Recurso negado: filha de Jefferson não pode ser ministra

Agência Reuters
O Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2) negou nesta quarta-feira novos recursos para derrubar liminar que suspende a posse da deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ) como ministra do Trabalho, disse uma fonte à Reuters. A defesa da deputada e a Advocacia-Geral da União (AGU) tinham entrado com novos recursos no TRF-2 após decisão na véspera que mantinha a liminar. A AGU pode agora recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Abaixo, nova denúncia contra Cristiane, que também foi processada por sua empregada doméstica:
247 - Impedida de assumir o Ministério do Trabalho de Michel Temer por ordem judicial, a deputada federal Cristiane Brasil (PTB-RJ) respondeu a mais um processo na Justiça do Trabalho, além das duas ações movidas pelos motoristas Fernando Fernandes e Leonardo Eugênio. O terceiro processo contra Cristiane foi movido pela empregada doméstica Sebastiana Benjamim, em 2003.

Sebastiana trabalhava na casa de Cristiane na Praia do Flamengo, na zona sul do Rio. Era faxineira, arrumava a casa, passava roupas e cozinhava. A mulher alegou que Cristiane não fazia o recolhimento de suas contribuições previdenciárias, de acordo com publicação do jornal O Estado de São Paulo.
A ação correu na Procuradoria Federal do INSS em Petrópolis, onde o processo foi ajuizado, para cálculos das contribuições previdenciárias devidas. O caso foi recebido pelo procurador da República Sérgio Pinel, que atualmente integra a força-tarefa da Lava Jato no Rio.
Aconteceu em 2005 uma audiência de conciliação entre a empregada e Cristiane, que reconheceu os direitos de Sebastiana e combinou um pagamento de R$ 500 para que o processo fosse arquivado.

TRFs reforçam proteção para dia do julgamento de Lula

Outros Tribunais Regionais Federais (TRFs) pelo país, além do da 4ª Região, em Porto Alegre, onde Lula será julgado no dia 24, começam a reforçar a proteção por causa de manifestações. O da 3ª Região, com sede na avenida Paulista, confirma que seu departamento de segurança montou um esquema especial.
A única aparição pública de Lula em São Paulo antes do julgamento está programada para o dia 18, em um evento com artistas e intelectuais na Casa de Portugal.


O Vem pra Rua fará protesto no local, pela condenação do ex-presidente, no dia 23. No lado do PT, militantes também devem mirar TRFs e protestar contra a Justiça. (Mônica Bergamo – Folha de S.Paulo)

03 janeiro 2018

Reajuste salarial dos professores garantido em Pernambuco

Aumento determinado na Lei do Piso anunciado semana passada pelo Governo Temer vai passar por estudos de impacto no Estado e no Recife, mas gestões dizem que lei será cumprida
O piso passou de R$ 2.298,80 para R$ 2.455,35 / Foto: JC Imagem
O piso passou de R$ 2.298,80 para R$ 2.455,35
Foto: JC Imagem
JC Online

Governo de Pernambuco e a Prefeitura do Recife garantem que vão pagar o reajuste salarial dos professores, previsto na Lei do Piso e anunciado semana passada. Ambas as gestões devem fazer estudos de impacto no orçamento agora em janeiro, mas dizem que a lei será cumprida. A portaria do Ministério da Educação (MEC) determinou aumento de 6,81%, o que na prática vai representar R$ 156,55 a mais no bolso do docente, por 40 horas de trabalho semanais. O piso passou de R$ 2.298,80 para R$ 2.455,35.
Para as entidades representativas, embora o percentual esteja dentro do que a lei determina, não ajuda a cumprir a meta 17 do Plano Nacional de Educação (PNE), que estabelece que até 2020 o salário médio dos professores deve ser equiparado com o de outras profissões. “Esse percentual é muito baixo para alcançar a meta 17. Só temos dois anos para conseguir. A meta 17 só vai virar realidade se em 2019 houver um reajuste bem maior”, afirmou o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação, Heleno Araújo. Já o ministro da Educação, Mendonça Filho, ressaltou que “este é o segundo ano consecutivo em que o piso é reajustado com valor real acima da inflação (2,8%, segundo o INPC), o que é muito bom para a categoria.”

Professora da rede estadual há sete anos e da cidade do Cabo de Santo Agostinho, no Grande Recife, há 33, Aldamare Santos, 51, lembrou que o reajuste de 2017 foi maior do que o deste ano. “Ao invés de aumentar, vem diminuindo. Ano passado, recebemos 7,64%. A gente nem sente no bolso”, comentou.

MUNICÍPIOS

O secretário-geral da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), Eduardo Tabosa, diz que os municípios, hoje têm dificuldade de pagar o piso anterior e não sabe se o reajuste vai ser possível para alguns. “Prefeito não é contra pagar salário bom a professor. Mas os municípios gastam cerca de 80% dos recursos para educação com pagamento dos docentes, não sobra para investir. As escolas estão em péssimo estado de conservação. Não representa melhoria de qualidade.”

Jantar de Confraternização com os Gestores Escolares

Durante esta terça-feira (26)  gestores escolares, adjuntos,  assistentes de gestão das 38 escolas de jurisdição da GRE Araripe  se  reuniram  para compartilhar experiências, momentos felizes vividos juntos neste ano de 2017, desafios aceitos e vitórias conquistadas ao longo de mais um ano.Para agraciar este momento a Gerente Regional entregou a cada Gestor escolar um certificado DESTAQUE 2017. "Esta é a grande magia que existe no confraternizar".


A Gerente Regional e a Equipe de Coordenadores Gerais agradecem a participação de todos e desejam  boas festas!













02 janeiro 2018

Rebelião termina com detentos mortos e feridos em presídio de Goiás

Presos de uma ala invadiram outro pavimento da colônia penal e iniciarem uma troca de tiros e colocarem fogo em colchões
Prisão
PrisãoFoto: Pixabay
Ao menos cinco presos foram mortos e outros dez ficaram feridos durante uma rebelião, na tarde desta segunda-feira (1º), na colônia agroindustrial do regime semiaberto do Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, na região metropolitana da capital. Pelo menos uma das vítimas foi decapitada.

As informações preliminares de mortos e feridos são da Polícia Civil e dos Bombeiros, no registro do boletim de ocorrência. O conflito, que foi controlado no final desta tarde, ocorreu após presos de uma ala invadirem outro pavimento da colônia e iniciarem uma troca de tiros e colocarem fogo em colchões. Houve fugas, ainda sem números confirmados pelo governo goiano.

Leia também:
Forças Armadas restauraram a ordem no Rio Grande do Norte, diz Jungmann
Vinte adolescentes ficam feridos em rebelião na Funase de Abreu e Lima


De acordo com agentes prisionais ouvidos pela reportagem, presos de uma ala tinham rixa antiga com os de outro pavimento por causa de comando de crimes.
Vísceras de um dos presos foram retiradas do corpo dele e penduradas no arame no alto do muro da unidade. Telhados foram destruídos durante a rebelião, conforme mostram imagens cedidas por agentes prisionais.

O Corpo de Bombeiros enviou cinco equipes para combater o incêndio e encaminhar os feridos ao Hospital de Urgências de Aparecida de Goiânia (Huapa), que ainda não informou o estado de saúde deles. O Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) designou três ambulâncias e duas motos de socorro para atender ao local.
Equipes do Gope (Grupo de Operações Penitenciárias Especiais) e do Batalhão de Choque da Polícia Militar retomaram o controle da unidade no final da tarde desta segunda.

O Graer (Grupo de Radiopatrulha Aérea) também foi chamado para reforçar a segurança. No entanto, agentes prisionais contam que disparos de arma de fogo foram dados do helicóptero do Graer em direção à unidade. Desespero, aflição e choro tomaram conta dos familiares de presos. Eles correram para a colônia agroindustrial do semiaberto assim que ficaram sabendo da rebelião. Alguns ainda estão desesperados por informações de seus parentes.

A reportagem tentou ouvir o secretário de Estado da Segurança Pública e Administração Penitenciária, Ricardo Balestreri, e o superintendente executivo de Administração Penitenciária, Newton Nery Castilho, mas não obteve resposta. A pasta também não fez qualquer pronunciamento até o momento.

O presidente da Aspego (Associação dos Servidores do Sistema Prisional do Estado de Goiás), Jorimar Bastos, diz que, durante a rebelião, a unidade tinha cinco agentes de plantão, número que foi reforçado por causa do final de ano. Segundo ele, normalmente, por plantão, apenas três agentes trabalham na segurança da unidade do regime semiaberto, que tem 900 presos. "É uma barbárie", afirmou ele.

Despesa de janeiro exige planejamento

Todo começo de ano é a mesma coisa: a cobrança de IPVA, IPTU, matrícula e material escolar deixam no sufoco o consumidor que não se organizou
Planejamento das contas
Planejamento das contasFoto: Brenda Alcântara/Folha de Pernambuco
No Brasil, 39,5% da população entre 18 anos e 95 anos está com as contas em atraso e com seus nomes negativados na praça, de acordo com sondagem realizada pelo SPC Brasil e Câmara Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). Isso implica dizer que no universo de 59,9 milhões de pessoas que mal deu adeus a 2017 deve “brinda” a chegada do novo ano com a conta no vermelho. No entanto, se somarmos ao quantitativo de endividados as típicas obrigações que chegam com o começo do ano, como pagamento de IPTU e IPVA, por exemplo, o resultado para quem não se planeja não parece nada favorável. 

Foi o que aconteceu com o professor universitário Gustavo Leite, de 39 anos, que se curvou diante do apelo do consumo de fim do ano e nem pensou nos pagamentos obrigatórios típicos do período, que conta além do IPTU e IPVA, com o valor do seguro do carro. “Por mais que eu oriente meus alunos a se planejar, não sou do tipo que planeja quanto e com quê gastar quando se trata da minha vida pessoal. Gosto de ir a bons restaurantes, de presentear, ir a barbearias, enfim, de me permitir aproveitar do bom e do melhor sem me preocupar muito com a conta final”, revela Leite. Apesar de endividado compulsivo confesso, o professor afirma não deixar de pagar seus débitos. “Devido à falta de planejamento, termino fazendo do cartão de crédito e cheque especial extensões do meu salário para não deixar de honrar nenhum compromisso”, afirma o professor, que se mostra comprometido a mudar esse padrão de consumo e começar a se planejar. 

Para especialistas consultados pela reportagem, o exemplo de Gustavo não deve ser, nem de longe, seguido, pois antes de qualquer gasto, é interessante que cada pessoa tenha noção de quanto ganha e do quanto se gasta com coisas essências e supérfluas. Com isso em mente e na ponta do lápis, fica mais confortável tomar decisões de curto, médio e longo prazo e ser mais assertivos nessas decisões, passando menos sufoco nesse período que demanda um bom desembolso de capital. “Feita essa análise, o foco deve ser nas coisas indispensáveis, deixando os anseios consumistas em segundo ou terceiro plano. É válido lembrar que é um período extremamente oneroso, em que, além das obrigações, temos as diversões, como férias escolares, prévias de carnaval, eventos de verão, enfim, diversos gatilhos que estimulam o consumo impulsivo do cidadão”, ressalta o economista e professor da Faculdade dos Guararapes, Tiago Monteiro. 

Segundo ele, com a situação financeira exposta, fica mais fácil apontar aquelas despesas que não são tão necessárias assim, pelo menos nesse primeiro trimestre. “É possível remanejar ou substituir outras atividades, como, por exemplo, trocar a academia por uma corrida no parque ou aquele restaurante mais caro, por outro mais em conta”, indica Monteiro. Ele garante que após algum período, a satisfação de navegar em águas monetárias mais tranquilas transparece um custo benefício interessante, tornando as coisas (cortes de supérfluos) mais fáceis e menos dolorosas.

Leia também:
Contas do governo têm superavit de R$ 1,3 bilhão em novembro
IPTU do próximo ano de Recife, Olinda e Jaboatão será reajustado em 2,7% 
Valor do IPVA tem uma redução média de 3% em PE
Para quem não se preparou e começou o ano no vermelho, a hora é agora de começar a se planejar para o próximo ano. “Mesmo que os gastos do fim e início do ano não sejam recorrentes mensalmente, eles são previsíveis. Logo, tem como se preparar para esses custos com a devida antecedência”, garante o educador financeiro da Dsop, Arthur Lemos. De acordo com ele, a dica é considerar o valor a ser gasto entre as contas de fim e início de ano como partes do orçamento mensal. Feito isto, a pessoa já pode começar a reter parte da receita esperada para criar uma provisão para quando a despesa chegar, já tenha o valor separado. 

Parcelar ou pagar à vista?
Antes de ter essa resposta é preciso saber em que situação financeira você se encontra: endividado, equilibrado financeiramente ou investidor. Se for a primeira ou segunda opção, dificilmente conseguirá fazer o pagamento à vista, restando o caminho do parcelamento. Agora, caso a situação financeira esteja mais confortável, sendo investidor, a recomendação é que o pagamento seja feito à vista, já que obterá 3% de desconto no IPVA e 6%, em média, no IPTU. 

“Muitas pessoas se deixam levar pelo bom desconto e acabam esquecendo que haverá outras contas a serem pagas naquele mesmo mês ou nos próximos. De que adianta pagar à vista e conseguir desconto em uma despesa e não ter dinheiro suficiente para quitar as outras?”, questiona o presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin), Reinaldo Domingo, que reitera sobre a importância da reserva mediante ao planejamento para uma vida financeira saudável.

Jarbas Vasconcelos, uma vida movida pela ira

Fernando Bezerra Coelho – Folha de S.Paulo
Uma coisa sobre Jarbas Vasconcelos é unanimidade em Pernambuco: trata-se de uma alma movida pelo ódio. Um homem que ao longo de tantas décadas notabilizou-se por difamar e atacar quem dele discorda.
Não foi com surpresa que lemos o artigo escrito por ele e veiculado por esta Folha na última quinta-feira (28) ("O que de fato esperar do novo MDB"). Quem conhece Jarbas sabe que esse tipo de atitude é sua marca na política.
Mas, para o bem da verdade, alguns pontos devem ser esclarecidos. Jarbas fala em contradições dos outros, quando sua biografia é marcada justamente por incoerências e traições. Chama a mim de adesista, mas aceitou meu apoio em 1990, quando meu pai foi seu candidato a vice-governador; em 2002, na disputa pela reeleição; e em 2014, quando foi eleito para a Câmara dos Deputados.
Como a história não se apaga, é importante lembrar que já na aurora da redemocratização, em 1982, ele traiu Miguel Arraes (1916-2005), impedindo o ex-governador de retomar nas urnas o mandato cassado em 1964.
Em 1985, nas primeiras eleições para prefeito de capitais, ele perdeu as prévias do PMDB para o ex-deputado Sérgio Murilo (1931-2010). O que fez, então? Deixou a legenda, indo abrigar-se no PSB para disputar a prefeitura do Recife. Pôs nas ruas a campanha de mais baixo nível já vista em Pernambuco, chamando o opositor de assassino.
Mais tarde, em 1998, na disputa para governador de Pernambuco, Jarbas não teve qualquer cerimônia para tecer as piores acusações justamente a Miguel Arraes, que tentava a reeleição.
"Ladrão e incompetente" eram os adjetivos que ele usava contra Arraes, um homem público de biografia absolutamente irretocável. Naquela ocasião, fui vice de Arraes, exatamente para defender sua honra diante de tantas agressões.
Em 2010, em nova disputa pelo governo, ele chamou Eduardo Campos (1965-2014) de coronel e mau caráter. Na sua fúria, sobrou até para a ex-deputada federal Ana Arraes, mãe de Eduardo, que se apresentava para o cargo de ministra do Tribunal de Contas da União (TCU).
Cansado do estilo de Jarbas, o povo de Pernambuco o esvaziou eleitoralmente a ponto de ele não conseguir eleger o próprio filho vereador do Recife.
Jarbas, de fato, se desconectou da população. Representa um tempo que foi enterrado nas urnas. Para não ser empurrado de vez para fora da política, procurou Eduardo, suplicando uma sobrevida.
Do dia para a noite, passou a elogiar justamente aquele a quem sempre detratou. Fato que até hoje é motivo de ironia nos meios políticos de todo o país. Todos sabemos que Jarbas Vasconcelos foi ressuscitado, com muito custo, pelo propósito de Eduardo Campos de construir uma unidade política.
Lambeu as botas de Eduardo, como agora tenta fazer com o presidente Michel Temer, oferecendo apoio às reformas em troca de mais um fiapo de poder.
Porém, causa-nos espanto real ver Jarbas Vasconcelos colocando-se como paladino da ética. Como se jamais tivesse sido alvo de qualquer investigação. Jarbas foi o principal acusado no primeiro escândalo envolvendo empreiteiras no Brasil, ainda na década de 1990.
Foi, também, citado na Lava Jato por supostos recebimentos de valores indevidos e teve o processo arquivado apenas por ter mais de 70 anos de idade. Jarbas, que entrou pela janela do serviço público, em 1992, como procurador da Assembleia Legislativa de Pernambuco, sem prestar concurso público.
Este é Jarbas Vasconcelos. Uma pessoa que destila amargor e ressentimentos. Um político que ataca os outros sem jamais fazer qualquer autocrítica.
Um homem tomado pela soberba, imperador de uma casa vazia, que tenta segurar-se no comando de uma legenda para garantir mais alguns anos de cargos públicos. Um final melancólico para quem plantou ódio por toda uma vida.
FERNANDO BEZERRA COELHO, administrador de empresas, ex-deputado federal e ex-ministro da Integração Nacional (2011-2013, governo Dilma), é senador (PMDB-PE)

Lula será condenado novamente na 1ª instância

Josias de Souza
Segundo a superstição petista, Lula é um presidenciável favorito alvejado por uma conspiração de delegados, procuradores, magistrados e jornalistas para impedi-lo de retornar ao Planalto. Ele já foi condenado a nove anos e meio de cadeia pelo juiz Sergio Moro. E teme amargar a confirmação da sentença em segunda instância no dia 24 de janeiro. Mas seu drama terá novos capítulos. O Ministério Público Federal estima que Lula sofrerá novas condenações na primeira instância. Dá-se de barato que pelo menos uma delas, a ser prolatada em Brasília, ganhará as manchetes antes das convenções partidárias que confirmarão os nomes dos candidatos à Presidência.
Quer dizer: além da sentença do TRF-4, que pode tornar Lula candidato favorito a uma vaga no sistema prisional de Curitiba, empurrando-o para a inelegibilidade, o pajé do PT terá os pés de barro iluminados por um novo veredicto de primeiro grau. Um membro do diretório nacional do PT disse ao blog que nada irá alterar a decisão do partido de levar a candidatura de Lula às últimas consequências. “A estratégia não será modificada por uma, duas ou três novas sentenças”, disse o dirigente petista. “Já estamos roucos de tanto repetir que não existe Plano B.”
Tomando-se as certezas do PT ao pé da letra, o STJ concederia uma liminar para manter Lula longe do xadrez e o debate sobre uma hipotética impugnação da candidatura só seria travado no TSE em agosto. Lula cavalga seu sentimento de invulnerabilidade sem se dar conta de que, mantido o enredo, será um candidato precário, condenado a manter uma campanha incerta, que o obrigará a cruzar um terreno minado por temas radioativos: mensalão, petrolão, apartamento de praia, sítio de veraneio, contas milionárias, tráfico de influência e palestras de fancaria. Um candidato assim, com uma pauta tão envenenada, dispensa conspirações.

Na virada da Papuda deixaram Maluf só

Preso na Papuda, em Brasília, desde o dia 22, o deputado Paulo Maluf (PP-SP) passou a virada do ano sem ver a família. No domingo (31), recebeu a visita apenas de seu mais antigo assessor, Jesse Ribeiro. A informação é de Daniela Lima, na coluna Painel da Folha de .Paulo desta terça-feira.
Já o presidente Michel Temer passou o primeiro dia de 2018 atendendo a telefonemas de aliados que queriam saber de seu quadro de saúde, após o emedebista ter sido diagnosticado com infecção urinária e febre na semana passada.
Na próxima segunda (8), a tropa de choque de Temer na Câmara retoma a contagem de votos para a reforma da Previdência.

RN: Exército reduz crimes de 18 para 1 na 1ª madrugada

O governo do Rio Grande do Norte vai pedir a prorrogação da presença das Forças Armadas no Estado. A missão termina no dia 12, mas a redução no número de homicídios desde a chegada dos militares, na sexta (29), será usada como argumento –os casos caíram de 18 para um na primeira madrugada de 2018.
Aliados do governador Robinson Faria (PSD) dizem que a greve de policiais também tem ligação com a disputa eleitoral deste ano. A questão salarial, afirmam, dá impulso a provável candidatura do PT ao governo potiguar e de militares reformados que estão à frente dos sindicatos da categoria.

Saúde libera R$ 436 milhões para parlamentares

Josias de Souza
As emendas de parlamentares estão no DNA de incontáveis escândalos de corrupção
No apagar das luzes do ano de 2017, o ministro Ricardo Barros abriu os cofres da pasta da Saúde para os aliados de Michel Temer. Liberou R$ 436 milhões para pagar emendas enfiadas dentro do Orçamento da União por parlamentares. O dinheiro seguiu para centenas de municípios onde os autores das emendas recolherão votos na eleição de 2018. Servidores do ministério tiveram de fazer hora extra para assegurar a publicação dos atos do ministro em pleno sábado, véspera do Réveillon.
Os documentos foram impressos em edição extraordinária do Diário Oficial. Notícia publicada pelo Globo mediu o espaço ocupado pelo presente dado aos congressistas: “A edição do Diário Oficial de sábado teve 74 páginas, todas elas com portarias da pasta. Foi editada ainda uma seção de uma página com alguns convênios liberando mais recursos e houve até uma edição extra para que três municípios do Paraná, Estado do ministro, não ficassem fora.”
Deputado federal licenciado, o ministro deve deixar a Esplanada até o início de abril, para disputar a reeleição à Câmara pelo PP do Paraná. Em vídeo pendurado no Facebook, ele celebrou o pagamento da fatura política: ''Hoje é dia 30 de dezembro. São mais de 17 h. […] Temos mais um diário oficial extra para empenhar e pagar todos os compromissos que assumimos aqui com nossos parceiros parlamentares, com nossos prefeitos, secretários de Estado, que colaboraram com suas propostas para que as decisões do presidente Temer possam ser efetivadas.”
As emendas de parlamentares estão no DNA de incontáveis escândalos de corrupção. A liberação da verba pública obedeceu um ritmo de toque de caixa. Resta agora saber qual será a cadência do acompoanhamento do gasto. Se é que haverá fiscalização.

O alerta que vem de Natal

Igor Gielow – Folha de S.Paulo
A tragédia ora estancada pelas tropas federais no Rio Grande do Norte é um prenúncio sobre desafio central a ser enfrentado neste ano eleitoral decisivo de 2018.
É de se especular se o sangue dos quase cem cadáveres produzidos durante a greve da polícia local alertou as autoridades sobre o óbvio: o colapso do sistema federativo de 1988.
A partir dali, o Brasil visou dividir o poder central com Estados e municípios, só que isso não foi seguido por um enxugamento da União –como atesta o deficit multibilionário que o país gira em seu Orçamento.
Uma olhada nas contas estaduais mostra que o Rio de Janeiro é apenas um laboratório extremo à espera de replicações. O que levou ao surto de, é preciso deixar claro, irresponsabilidade dos policiais potiguares não foi só vontade de pular ondinha no Réveillon: o Estado está quebrado.
É assim por toda a Federação, sendo preciso lidar com problemas que começam nas Previdências e se espraiam pela estrutura tributária.
Há bizarrices de gestão. A segurança não precisa de um ministério, ela carece de estruturas nacionalizadas que integrem polícias, forças federais e órgãos de inteligência.
O crime não respeita fronteiras, quanto mais estaduais. Enquanto cada governador for um senhor feudal, esse novo pacto não será possível.
Isso não significa repetir o padrão pós-1988 de inchaço de instâncias. O combate é na ponta, com polícias bem equipadas e pagas. À União caberia a coordenação das tarefas.
Uma agenda ampla, que inclua pacote reformista claro e exequível, deveria estar na agenda de todo candidato sério a presidente. Em linguagem de gente, algo que é até fácil nos casos da segurança e da saúde, setor no qual a recente delegação de gasto de verbas às autoridades locais é uma medida na direção correta.
Claro que é pedir demais racionalidade no ambiente e com os protagonistas que temos. Mas a tarefa, que é coisa para talvez décadas, precisa ser iniciada em algum momento.

Partidos corrompem até o significado das letras

Josias de Souza
No fim das contas ninguém distingue a diferença entre PMDB, PP, DEM, PR, PT, PTB e FDP
O homem trava uma luta eterna contra o tempo. Para retardar a corrosão da imagem, tenta-se enganar o relógio com maquiagens e operações plásticas. No Brasil, o hábito da reparação cosmética chegou à política. A letra ‘P’, de partido, vem sendo extirpada das siglas como se fosse uma dessas pelancas que se formam sob o queixo com a idade. A novidade surte efeito diferente do desejado.
O velho PMDB recuperou o nome de batismo: MDB. Mas continua sendo o partido das malas de propina. O PP, que pende da árvore genealógica da ditadura, virou Progressistas. Mas ainda é legenda sem futuro, graças ao passado de corrupção que tem pela frente. O DEM quer virar Mude, para conservar tudo como está. A lista é interminável e preocupante. Revela uma mudança de valores.
Na política, as rugas não significam experiência, sabedoria e autoridade. Significam apenas que faltou ética. E isso não é coisa que se resolva com restauração estética. Os partidos corromperam até as letras, que já não significam nada. No fim das contas ninguém distingue a diferença entre PMDB, PP, DEM, PR, PT, PTB e FDP.