No Brasil, 39,5% da população entre 18 anos e 95 anos está com as contas em atraso e com seus nomes negativados na praça, de acordo com sondagem realizada pelo SPC Brasil e Câmara Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). Isso implica dizer que no universo de 59,9 milhões de pessoas que mal deu adeus a 2017 deve “brinda” a chegada do novo ano com a conta no vermelho. No entanto, se somarmos ao quantitativo de endividados as típicas obrigações que chegam com o começo do ano, como pagamento de IPTU e IPVA, por exemplo, o resultado para quem não se planeja não parece nada favorável.
Foi o que aconteceu com o professor universitário Gustavo Leite, de 39 anos, que se curvou diante do apelo do consumo de fim do ano e nem pensou nos pagamentos obrigatórios típicos do período, que conta além do IPTU e IPVA, com o valor do seguro do carro. “Por mais que eu oriente meus alunos a se planejar, não sou do tipo que planeja quanto e com quê gastar quando se trata da minha vida pessoal. Gosto de ir a bons restaurantes, de presentear, ir a barbearias, enfim, de me permitir aproveitar do bom e do melhor sem me preocupar muito com a conta final”, revela Leite. Apesar de endividado compulsivo confesso, o professor afirma não deixar de pagar seus débitos. “Devido à falta de planejamento, termino fazendo do cartão de crédito e cheque especial extensões do meu salário para não deixar de honrar nenhum compromisso”, afirma o professor, que se mostra comprometido a mudar esse padrão de consumo e começar a se planejar.
Para especialistas consultados pela reportagem, o exemplo de Gustavo não deve ser, nem de longe, seguido, pois antes de qualquer gasto, é interessante que cada pessoa tenha noção de quanto ganha e do quanto se gasta com coisas essências e supérfluas. Com isso em mente e na ponta do lápis, fica mais confortável tomar decisões de curto, médio e longo prazo e ser mais assertivos nessas decisões, passando menos sufoco nesse período que demanda um bom desembolso de capital. “Feita essa análise, o foco deve ser nas coisas indispensáveis, deixando os anseios consumistas em segundo ou terceiro plano. É válido lembrar que é um período extremamente oneroso, em que, além das obrigações, temos as diversões, como férias escolares, prévias de carnaval, eventos de verão, enfim, diversos gatilhos que estimulam o consumo impulsivo do cidadão”, ressalta o economista e professor da Faculdade dos Guararapes, Tiago Monteiro.
Segundo ele, com a situação financeira exposta, fica mais fácil apontar aquelas despesas que não são tão necessárias assim, pelo menos nesse primeiro trimestre. “É possível remanejar ou substituir outras atividades, como, por exemplo, trocar a academia por uma corrida no parque ou aquele restaurante mais caro, por outro mais em conta”, indica Monteiro. Ele garante que após algum período, a satisfação de navegar em águas monetárias mais tranquilas transparece um custo benefício interessante, tornando as coisas (cortes de supérfluos) mais fáceis e menos dolorosas.
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Para quem não se preparou e começou o ano no vermelho, a hora é agora de começar a se planejar para o próximo ano. “Mesmo que os gastos do fim e início do ano não sejam recorrentes mensalmente, eles são previsíveis. Logo, tem como se preparar para esses custos com a devida antecedência”, garante o educador financeiro da Dsop, Arthur Lemos. De acordo com ele, a dica é considerar o valor a ser gasto entre as contas de fim e início de ano como partes do orçamento mensal. Feito isto, a pessoa já pode começar a reter parte da receita esperada para criar uma provisão para quando a despesa chegar, já tenha o valor separado.
Parcelar ou pagar à vista?
Antes de ter essa resposta é preciso saber em que situação financeira você se encontra: endividado, equilibrado financeiramente ou investidor. Se for a primeira ou segunda opção, dificilmente conseguirá fazer o pagamento à vista, restando o caminho do parcelamento. Agora, caso a situação financeira esteja mais confortável, sendo investidor, a recomendação é que o pagamento seja feito à vista, já que obterá 3% de desconto no IPVA e 6%, em média, no IPTU.
“Muitas pessoas se deixam levar pelo bom desconto e acabam esquecendo que haverá outras contas a serem pagas naquele mesmo mês ou nos próximos. De que adianta pagar à vista e conseguir desconto em uma despesa e não ter dinheiro suficiente para quitar as outras?”, questiona o presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin), Reinaldo Domingo, que reitera sobre a importância da reserva mediante ao planejamento para uma vida financeira saudável.
Foi o que aconteceu com o professor universitário Gustavo Leite, de 39 anos, que se curvou diante do apelo do consumo de fim do ano e nem pensou nos pagamentos obrigatórios típicos do período, que conta além do IPTU e IPVA, com o valor do seguro do carro. “Por mais que eu oriente meus alunos a se planejar, não sou do tipo que planeja quanto e com quê gastar quando se trata da minha vida pessoal. Gosto de ir a bons restaurantes, de presentear, ir a barbearias, enfim, de me permitir aproveitar do bom e do melhor sem me preocupar muito com a conta final”, revela Leite. Apesar de endividado compulsivo confesso, o professor afirma não deixar de pagar seus débitos. “Devido à falta de planejamento, termino fazendo do cartão de crédito e cheque especial extensões do meu salário para não deixar de honrar nenhum compromisso”, afirma o professor, que se mostra comprometido a mudar esse padrão de consumo e começar a se planejar.
Para especialistas consultados pela reportagem, o exemplo de Gustavo não deve ser, nem de longe, seguido, pois antes de qualquer gasto, é interessante que cada pessoa tenha noção de quanto ganha e do quanto se gasta com coisas essências e supérfluas. Com isso em mente e na ponta do lápis, fica mais confortável tomar decisões de curto, médio e longo prazo e ser mais assertivos nessas decisões, passando menos sufoco nesse período que demanda um bom desembolso de capital. “Feita essa análise, o foco deve ser nas coisas indispensáveis, deixando os anseios consumistas em segundo ou terceiro plano. É válido lembrar que é um período extremamente oneroso, em que, além das obrigações, temos as diversões, como férias escolares, prévias de carnaval, eventos de verão, enfim, diversos gatilhos que estimulam o consumo impulsivo do cidadão”, ressalta o economista e professor da Faculdade dos Guararapes, Tiago Monteiro.
Segundo ele, com a situação financeira exposta, fica mais fácil apontar aquelas despesas que não são tão necessárias assim, pelo menos nesse primeiro trimestre. “É possível remanejar ou substituir outras atividades, como, por exemplo, trocar a academia por uma corrida no parque ou aquele restaurante mais caro, por outro mais em conta”, indica Monteiro. Ele garante que após algum período, a satisfação de navegar em águas monetárias mais tranquilas transparece um custo benefício interessante, tornando as coisas (cortes de supérfluos) mais fáceis e menos dolorosas.
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Parcelar ou pagar à vista?
Antes de ter essa resposta é preciso saber em que situação financeira você se encontra: endividado, equilibrado financeiramente ou investidor. Se for a primeira ou segunda opção, dificilmente conseguirá fazer o pagamento à vista, restando o caminho do parcelamento. Agora, caso a situação financeira esteja mais confortável, sendo investidor, a recomendação é que o pagamento seja feito à vista, já que obterá 3% de desconto no IPVA e 6%, em média, no IPTU.
“Muitas pessoas se deixam levar pelo bom desconto e acabam esquecendo que haverá outras contas a serem pagas naquele mesmo mês ou nos próximos. De que adianta pagar à vista e conseguir desconto em uma despesa e não ter dinheiro suficiente para quitar as outras?”, questiona o presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin), Reinaldo Domingo, que reitera sobre a importância da reserva mediante ao planejamento para uma vida financeira saudável.
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