Dedico este artigo ao meu colega, o escritor Monteiro Lobato, criador do personagem Jeca Tatu, minha fonte de inspiração
Por José Adalberto Ribeiro*
MONTANHAS DA JAQUEIRA – Entrei na onda da inteligência artificial. Comprei um cérebro eletrônico (assim se chamavam os computadores antigamente) para rabiscar minhas garatujas. Eu queria uma versão tipo Einstein, mas meu dinheiro curto só deu para comprar um modelo Jeca Tatu versão 2024. Sou meio Jeca. Liguei o bicho, apertei um botão para atualizar e vejam vocês a seguir produto do meu robô de I.A. O nome dele é Jequinha, descendente de Jeca Tatu.
Eu disse ao meu computador inteligente que meu sonho de consumo é ficar milionário, comprar uma mansão em Miami, desfilar de Ferrari, colecionar relógios de ouro, Rolex, Roskopf, iates, jet-ski, jatinho, resorts, namorar as mulheres popozudas das academias, passar as férias na Riviera Francesa, contas em dólares na Suíça.
O computador inteligente Jequinha explicou que ficar milionário é muito simples. Se eu tiver um sonho revelador, basta jogar na loteca para ganhar na Mega-Sena. Mas, até hoje não tive essa bendita sorte. Li o livro de Freud sobre Interpretação dos Sonhos para tentar adivinhar os números da Mega-Sena e, até agora, nada. Não acertei nem no jogo do bicho. Aliás, cada vez que leio Freud entendo menos de sonhos e dos mistérios da mente. Eu acho que o cara era pirado.
Outra alternativa é criar uma arapuca financeira para enganar os otários e operar uma “pirâmide” ou montar uma Bet de apostas na base de maracutaias. Vou ficar super rico.
Mas meu computador inteligente esqueceu de me alertar sobre um pequeno detalhe, um detalhe por sinal do tamanho de um bonde: se a maracutaia for descoberta, meu patrimônio será confiscado, o nome do papaizinho será estampado nos programas policiais e eu vou gastar até o último tostão para me livrar da cadeia (Deus me livre).
Desisti de ser milionário. Vou ter que me contentar em ser apenas remediado na vida. Ao invés da Riviera Francesa, vou continuar morando em minha choupana na Rua do Futuro e na segunda choupana no bairro chic do Catolé na Serra da Borborema. Nada de Ferrari nem Lamborghini, estarei desfilando numa carroça Onix da marca Chevrolet. Ficarei feliz em cortejar as periguetes no Reino da Jaqueira, porque o coração ainda pulsa tum-tum-tum! Graças a Deus!
PLANETA PALAVRA — Números são infinitos – Palavras são mais infinitas que números // Em entendimentos mantidos com o presidente da CEPE, João Baltar Freire, ficou acertado que meu livro será lançado em novembro, em dia e local ainda a serem definidos. O livro é dividido em três partes: (1) artigos da época da anistia, diretas, reabertura política, de 1976 a 1985; (2) artigos recentes, publicados no magnífico Blog de Magno Martins e na Folha de Pernambuco; (3) atentados poéticos de minha autoria.
O livro faz um resgate/documentação da memória politica e jornalística de Pernambuco nos dois períodos.
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