
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), cancelou a viagem que faria, hoje, à Brasília, a fim de articular a aprovação a anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e aos réus condenados pela trama golpista.
A viagem estava prevista para as 16h30, mas o Palácio dos Bandeirantes anunciou no fim da manhã a mudança de planos, sem dizer o motivo do cancelamento. As informações são do portal G1.
Apesar da ausência de Tarcísio, líderes da oposição devem se reunir nesta semana para traçar estratégias e fazer a proposta avançar em meio a resistências por parte da cúpula do Congresso e do governo.
Valdemar Costa Neto, presidente do PL, se encontrou no sábado com o presidente do PSD, Gilberto Kassab, que teria sinalizado que vai apoiar a pauta. Também é esperada para os próximos dias uma reunião entre Valdemar e o presidente do Republicanos, Marcos Pereira.
Na última semana, o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante, afirmou que aguardava a ida de Tarcísio a Brasília para destravar a anistia e negociar a votação da proposta.
Bolsonaro foi condenado na última quinta-feira (11) a 27 anos e 3 meses de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por cinco crimes: organização criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio. Outros sete acusados também foram condenados pelo tribunal.
Tarcísio esteve em Brasília na semana retrasada. Lá, se reuniu com o senador Ciro Nogueira (PP) e com o presidente da Câmara, Hugo Motta. Voltou para São Paulo no dia seguinte e se reuniu com o pastor Silas Malafaia e com o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante, no Palácio dos Bandeirantes. O encontro começou por volta das 22h e terminou depois da meia-noite.
Antes disso, reuniu-se no Palácio dos Bandeirantes com Marcos Pereira, presidente do seu partido, o Republicanos. Tarcísio aguardou o fim do julgamento no STF para retornar à capital federal e retomar a articulação.
A proposta de anistia a Bolsonaro tem o apoio de siglas como o PL, o PP e a federação União Progressista. Como mostrou o blog, o governador também aposta no apoio do Podemos à pauta.
Pesquisa Datafolha divulgada neste sábado (13) apontou que 54% dos brasileiros são contra a aprovação no Congresso de uma anistia a Bolsonaro, enquanto 39% defendem a ideia.
Em entrevista para o Diário do Grande ABC, Tarcísio afirmou que a anistia é “remédio político e que garante pacificação” e vai trabalhar para que seja construída no Congresso Nacional. Também disse que, caso fosse eleito presidente em 2026, seu primeiro ato seria conceder indulto a Bolsonaro.
No ato de 7 de setembro na avenida Paulista, ele elevou o tom contra o STF, chamando o ministro Alexandre de Moraes de tirano, defendeu uma anistia ampla aos condenados pela trama golpista e que seria “fundamental” ter Bolsonaro na disputa de 2026.
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