
A mais recente pesquisa do Real Time Big Data, divulgada ontem, projeta um cenário eleitoral para 2026 favorável ao prefeito do Recife, João Campos (PSB). Em uma disputa direta pelo Governo de Pernambuco contra a atual governadora, Raquel Lyra (PSD), Campos alcançaria 70% dos votos válidos, contra apenas 30% da adversária. A diferença, superior a 40 pontos percentuais, sinaliza não apenas a solidez da liderança do socialista, mas também a fragilidade da governadora na tentativa de reeleição.
O desempenho expressivo de Campos se explica por múltiplos fatores. Sua gestão à frente da capital pernambucana vem sendo utilizada como vitrine política, com foco em inovação administrativa e programas de grande alcance social. Além disso, sua capacidade de articulação e o peso do PSB, historicamente dominante no estado, conferem-lhe uma rede de sustentação política que transcende o Recife. O dado mais emblemático é que, mesmo com a inclusão de outros nomes no cenário eleitoral, Campos mantém mais de 60% dos votos válidos, um patamar que, em pesquisas a esta altura do processo, raramente sofre quedas abruptas.
Já para Raquel Lyra, os números revelam um desafio monumental. Eleita em 2022 com a promessa de renovação, a governadora enfrenta dificuldades de aprovação que se refletem diretamente em sua viabilidade eleitoral. O fato de perder por ampla margem em todos os cenários indica que sua gestão ainda não consolidou uma base sólida de apoio popular, mesmo com a vantagem de estar no comando da máquina estadual.
Entre os demais nomes testados, o ex-ministro Gilson Machado (PL) aparece com 5%, evidenciando que a direita bolsonarista, embora presente, não consegue romper a polarização entre Campos e Lyra. Já o ex-vereador Ivan Moraes (PSOL) e o vereador Eduardo Moura (Novo), com cerca de 3% cada, surgem mais como alternativas simbólicas do que competitivas. O resultado reforça a percepção de que a disputa pelo governo estadual tende a se concentrar na rivalidade PSB-PSD, sem grandes surpresas por parte de forças externas.
A pesquisa, realizada entre 20 e 22 de setembro com 1,2 mil entrevistados, apresenta margem de erro de três pontos percentuais e nível de confiança de 95%. Embora ainda falte um ano para as urnas, o levantamento mostra um retrato de difícil reversão: João Campos entra na pré-campanha como franco favorito, enquanto Raquel Lyra terá de buscar uma virada improvável diante da rejeição crescente e da força consolidada do adversário.
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