PREFEITURA MUNICIPAL DE TRINDADE

19 maio 2014

Grupo de policiais civis promete operação-padrão para esta segunda

Serviços como ouvidas, perícias e emissão de documentos devem ser afetados

Os policiais civis do Estado prometem realizar uma operação-padrão, a partir desta segunda-feira (19), em protesto contra “as humilhações sofridas pela categoria, que tem o pior salário da Polícia Civil no País”. É o que informa uma nota divulgada pela União dos Escrivães de Polícia de Pernambuco (Uneppe), na tarde deste domingo (18). Ainda conforme o texto, a medida, que deve afetar serviços como ouvidas, perícias e emissão de documentos, está prevista para acontecer em todas as delegacias do Estado.
    Durante a operação-padrão, os serviços serão realizados de acordo com o que determina a lei, o que, na prática, “se traduz em mais burocracia e tempo de espera por conta das más condições de trabalho e da falta de pessoal”. “A emissão de laudos, por exemplo, que costuma ser feita com vários dias de antecedência, de acordo com a necessidade de cada caso, será feita em conformidade com o prazo da lei, que é de 30 dias”, detalha Áureo Cisneiros, líder da mobilização, que não é endossada pelo Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol-PE).
    Arthur Mota/Folha de Pernambuco
    Grupo dissidente não descarta uma paralisação
    Ainda de acordo com Cisneiros, é esperada a adesão da maior parte da categoria. A operação-padrão deve seguir até a próxima quarta-feira(21), quando a classe fará uma passeata até a Assembleia Legislativa e o Palácio do Campo das Princesas. O ato está programado para as 15h. “Já protocolamos nossa pauta de reivindicações junto ao Governo do Estado e, no dia da caminhada, estaremos aguardando uma resposta que atenda aos anseios da categoria. Faremos uma assembleia no mesmo dia e vamos definir os próximos passos da operação”, anuncia Cisneiros, que garante que a categoria não descarta entrar em greve. “Muitos colegas queriam parar junto com a PM (Polícia Militar) já na semana passada”, alerta.
    Entre os pontos reivindicados, consta o reajuste das gratificações de risco de vida de 100% para 225%, igual às pagas aos delegados. Além disso, os policiais civis também pedem que as negociações salariais sejam feitas ano a ano – e não por triênios –, a revisão do plano de cargos e carreiras e melhores condições de trabalho nas delegacias.
    O presidente do Sinpol-PE, Cláudio Marinho, por sua vez, desmente a ameaça de paralisação. Ele reconhece que a correção da diferença salarial entre agentes e delegados ainda está longe da ideal, mas afirma que o Governo do Estado já assumiu compromissos com a categoria para o próximo ano. “Temos uma programação amarrada, de modo que não faz sentido entrar em greve agora, sabendo que a legislação eleitoral veta reajustes salariais para nossa classe nesse período”, defende. Por outro lado, ele reconhece que o sindicato tem incentivado os policiais a se mobilizarem contra as más condições de trabalho, através da operação “Cumpra-se a Lei”, e a não mais participarem do Programa de Jornada Extra de Segurança (PJES).
    “A nossa operação é muito parecida com uma operação-padrão, mas é menos radical que a que eles querem fazer a partir de amanhã (19). E, mesmo assim, não temos nada definido sobre começar de imediato, com exceção de Petrolina, onde já está acontecendo. Temos um calendário ao longo de todo este mês para definir essas questões passo a passo”, completa Marinho.
    Em Petrolina, no Sertão do Estado, todas as delegacias já sofrem os efeitos da operação “Cumpra-se a Lei” desde a última quinta-feira (15). De acordo com o Sinpol-PE, os policiais civis da cidade sofrem com o estado de degradação que as unidades se encontram, com estrutura e equipamentos sucateados.

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