Serviços como ouvidas, perícias e emissão de documentos devem ser afetados
Os policiais civis do Estado prometem realizar uma operação-padrão, a partir desta segunda-feira (19), em protesto contra “as humilhações sofridas pela categoria, que tem o pior salário da Polícia Civil no País”. É o que informa uma nota divulgada pela União dos Escrivães de Polícia de Pernambuco (Uneppe), na tarde deste domingo (18). Ainda conforme o texto, a medida, que deve afetar serviços como ouvidas, perícias e emissão de documentos, está prevista para acontecer em todas as delegacias do Estado.
Arthur Mota/Folha de Pernambuco
Entre os pontos reivindicados, consta o reajuste das gratificações de risco de vida de 100% para 225%, igual às pagas aos delegados. Além disso, os policiais civis também pedem que as negociações salariais sejam feitas ano a ano – e não por triênios –, a revisão do plano de cargos e carreiras e melhores condições de trabalho nas delegacias.
O presidente do Sinpol-PE, Cláudio Marinho, por sua vez, desmente a ameaça de paralisação. Ele reconhece que a correção da diferença salarial entre agentes e delegados ainda está longe da ideal, mas afirma que o Governo do Estado já assumiu compromissos com a categoria para o próximo ano. “Temos uma programação amarrada, de modo que não faz sentido entrar em greve agora, sabendo que a legislação eleitoral veta reajustes salariais para nossa classe nesse período”, defende. Por outro lado, ele reconhece que o sindicato tem incentivado os policiais a se mobilizarem contra as más condições de trabalho, através da operação “Cumpra-se a Lei”, e a não mais participarem do Programa de Jornada Extra de Segurança (PJES).
“A nossa operação é muito parecida com uma operação-padrão, mas é menos radical que a que eles querem fazer a partir de amanhã (19). E, mesmo assim, não temos nada definido sobre começar de imediato, com exceção de Petrolina, onde já está acontecendo. Temos um calendário ao longo de todo este mês para definir essas questões passo a passo”, completa Marinho.
Em Petrolina, no Sertão do Estado, todas as delegacias já sofrem os efeitos da operação “Cumpra-se a Lei” desde a última quinta-feira (15). De acordo com o Sinpol-PE, os policiais civis da cidade sofrem com o estado de degradação que as unidades se encontram, com estrutura e equipamentos sucateados.
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