PREFEITURA MUNICIPAL DE TRINDADE

14 agosto 2023

Imagens mostram Cid com mochila em aeroporto após “operação resgate” de joias sauditas

 

Imagens do circuito de segurança do Aeroporto Internacional de Brasília mostram o tenente-coronel Mauro Cid desembarcando no Brasil com uma mochila um dia após realizar a “operação resgate” apontada pela Polícia Federal (PF) para reaver o ‘kit ouro branco’ de joias sauditas que, segundo a PF, havia sido vendido nos Estados Unidos.As imagens são de 28 de março deste ano, às 7h14, da área de desembarque internacional. A PF aponta que as joias recuperadas estavam nessa mochila, com exceção do Rolex, recuperado em outro dia.

O circuito mostra Mauro Cid na área de segurança, depois ele passa pelo scanner de segurança, carrega a mochila e, por fim, já na área externa do aeroporto. O trâmite durou dois minutos.

Para a PF, o militar Osmar Crivelatti, ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), estava esperando Cid para receber o pacote de joias e, posteriormente, devolver ao Tribunal de Contas da União (TCU), que determinou a inserção dos itens ao patrimônio público.

Mensagens mostram que os dois se falaram antes da viagem para combinar o encontro e que Cid tinha receio de ser parado com as joias sem cadastro.

Às 17h50 do dia 27, Cid enviou a Crivelatti a seguinte mensagem: “Manda cópia do cadastro dos presentes”. Crivelatti pergunta: “Desse aí?”. Cid retorna: “Isso. Caso seja parado amanhã”. Crivelatti respondeu com “ok”, mas que não conseguiu achar.

A PF diz que os documentos a que Cid se referia eram os que comprovariam o registro dos bens no acervo privado do ex-presidente Jair Bolsonaro para apresentá-los caso fosse parado em alguma fiscalização no aeroporto.

Às 22h38, Mauro Cid então embarca e avisa Crivelatti: “Previsão de pouso 6h45”. E recebe o retorno: “Estarei lá”.

Na mochila entregue a Crivelatti estariam parte dos itens do ‘kit ouro branco’, que era o anel, as abotoaduras e um rosário islâmico. Já o relógio da marca Rolex, também parte do kit e vendido por cerca de R$ 345 mil, teria sido recuperado pelo advogado Frederick Wassef e devolvido no dia 2 de abril.

A PF concluiu a cronologia com a entrega do pacote completo no dia 4 de abril, quando os advogados de Bolsonaro entregaram os objetos valiosos em uma agência da Caixa na Asa Sul de Brasília por determinação do TCU.

A CNN não conseguiu contato com a defesa de Mauro Cid. Já Wassef negou que tenha participado de qualquer ação para compra ou recompra de joias. E que é alvo de campanha de fake news. Em nota, os advogados de Bolsonaro afirmaram que o ex-presidente “jamais apropriou-se ou desviou quaisquer bens públicos”.

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