O ex-presidente Michel Temer (MDB) voltou a afirmar, dessa vez em entrevista ao site chileno BioBioChile, que o impeachment de Dilma Rousseff (PT) foi, na sua visão, um “golpe de sorte”.
Na entrevista, publicada neste sábado (22), Temer foi perguntado sobre um comentário feito em 2016 pelo então deputado Gabriel Boric, atual presidente do Chile, sobre o processo de impeachment. Na ocasião, Boric disse que a destituição de Dilma foi um golpe, mesmo que disfarçado de “institucional”.
“Tirando o que o Boric e o Lula falaram, com o perdão do trocadilho, acho que foi um golpe de sorte”, disse Temer. O ex-presidente já havia usado o termo “golpe de sorte” em outubro do ano passado, quando Lula, então candidato à Presidência, o chamou de golpista durante debate na Rede Globo.
Ao site chileno, Temer elogiou a política externa de Lula, que, segundo ele, tem feito um esforço saudável e positivo para o País. Ele criticou o ex-presidente Jair Bolsonaro. “Não podemos aplaudir porque Bolsonaro não multilateralizou sua política externa. Bilateralizado ou trilateralizado, mas não era uma coisa útil. Não serviu para ele, nem para o governo, nem para o País”, pontuou.
Temer também disse que conceitos de direita e esquerda são, para ele, totalmente irrelevantes. “O que tenho observado é que a população quer resultado e nada mais que isso. Não importa se o resultado vem de um presidente que se considera de direita ou de esquerda. Desde que seja positivo, aplauda. Se não for, é obsoleto. Muitas vezes eu tenho dito o seguinte: pergunte a uma pessoa que está com fome, que não tem um prato de comida em casa, se ela é de direita ou de esquerda. Ela diz ‘eu quero um pão'”, finalizou.
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