O crime organizado ampliou seus tentáculos nas eleições municipais. Segundo a presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Cármen Lúcia, a corte está tomando as medidas necessárias e ações para combater as principais lideranças que comandam as organizações criminosas mais perigosas e temidas.
Eles querem formular leis, o que exige do Judiciário uma resposta dura e ações permanentes. Cármen Lúcia destacou que a tentativa de influência e de infiltração de grupos criminosos nas eleições é “bastante grave” e que “não pode ser subestimada”. Ela também lembrou de assassinatos de candidatos neste pleito, em que há suspeitas de envolvimento destas organizações.
Diante deste cenário, a ministra afirmou que o TSE criou um núcleo especializado envolvendo a Polícia Federal e o Ministério Público pelo qual estão sendo cruzados dados e informações de candidatos que possam ter ligações com o crime organizado. A medida adotada pelo TSE é inédita.
Para garantir segurança aos locais de votação, a ministra disse que, além das polícias estaduais e federais, as Forças Armadas podem ser acionadas em cidades onde se identifique risco à integridade de eleitores e candidatos. A ministra informou que notificou a Polícia Federal (PF), o Ministério Público Federal (MPF) e os presidentes dos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) para que investiguem crimes eleitorais com celeridade e rigor.
“Todas as agressões praticadas no processo eleitoral, que vem aumentando em demonstração de ensurdecedor retrocesso civilizatório, não serão aceitas pela Justiça Eleitoral”, enfatizou.
Violência – Cármen Lúcia está preocupada com a escalada de atos e violência durante a campanha eleitoral. Ela criticou “cenas abjetas e criminosas, que rebaixam a política a cenas de pugilato”. A ministra pediu a candidatos e partidos que “tomem tenência” e “respeitem a cidadania brasileira”. Apesar de não citar casos específicos, a manifestação de Cármen Lúcia ocorreu após um assessor de Pablo Marçal (PRTB), candidato à Prefeitura de São Paulo, dar um soco em Duda Lima, marqueteiro do prefeito Ricardo Nunes (MDB), durante um debate. No último dia 15, outro episódio de violência marcou a eleição da capital paulista, quando o candidato José Luiz Datena (PSDB) jogou uma cadeira em Marçal também durante um debate.
Nenhum comentário:
Postar um comentário