Com a surpreendente vitória da prefeita Eduarda Gouveia (Podemos) em Carpina, pondo abaixo a política coronelesca de Manoel Botafogo (SD), atual gestor do município, a família Gouveia, liderada pelo prefeito de Paudalho, Marcelo Gouveia, presidente da Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe), passa a ocupar uma posição relevante na cena da política estadual.
Eduarda é esposa do deputado Gustavo Gouveia, primeiro-secretário da Assembleia Legislativa, que apostou na força do grupo para o que parecia impossível – rifar do poder o Coronel Botafogo. Dos Gouveia, Botafogo se chamuscou com o fogo da derrota também em Lagoa do Carro, outro histórico feudo dele, governado pela irmã Judite Botafogo.
Aliado dos Gouveia, Zé Luiz (Podemos) derrotou Josafá Botafogo (PSDB), filho de Manoel Botafogo, por 52,8% contra 47,20% dos votos. Os Gouveia saem fortalecidos, sobretudo, porque reelegeram o prefeito de Limoeiro, Orlando José (Podemos), um dos mais importantes colégios eleitorais do Agreste Setentrional, com 70,06% dos votos, e em Nazaré da Mata, emplacando a aliada tucana Aninha da Ferbom.
Além de eleger Paulinha da Educação (Podemos), sua sucessora em Paudalho, Marcelo elegeu, ainda, os prefeitos de Chã de Alegria, Buenos Aires, São José do Egito, Quixaba, Brejinho, Santa Terezinha, Arcoverde, Feira Nova, Glória de Goitá, Sirinhaém e Cabo, esta sub judice, esperando a confirmação da vitória de Lula Cabral (SD).
No segundo turno, os Gouveia apoiam Mirela em Olinda e Ramos, em Paulista. Tamanha envergadura política e eleitoral levará os irmãos para um plano destacado na cena estadual: Gustavo tentará a reeleição para a Alepe e Marcelo ousa um salto maior, a Câmara dos Deputados. Marcelo conquista tamanho espaço graças ao ex-deputado Ricardo Teobaldo, que lhe deu régua e compasso, ao entregar-lhe a presidência do Podemos e transferir para os aliados praticamente todas as bases do interior, inclusive Limoeiro, a maior delas, que governou por dois mandatos e fez sucessor o prefeito Orlando José.
Gestores em baixa, derrota na certa – Se na coluna de ontem afirmei que prefeito aprovado é prefeito reeleito, nesta seguem alguns exemplos de gestores que não se reelegeram por falta de sintonia com a população. O caso mais emblemático é o de Salgueiro, município mais importante do Sertão Central. Lá, o prefeito Marcones Sá (PSB) foi derrotado pelo empresário Fabinho, que teve 58,42% dos votos ante 40,43% do socialista. Ainda no Sertão, em Parnamirim, o prefeito Nininho (MDB), que fez uma gestão desastrosa, foi derrotado pelo candidato do PP, Múcio Angelim, por 55% a 44% dos votos.
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