Os policiais civis de Pernambuco interrompem suas atividades por 24h, à partir desta quarta-feira (05) até amanhã. Todas as atividades que envolvam ao PCPE foram suspensas por esta paralisação.
A resolução foi estabelecida na noite de sexta-feira passada (31 de maio), durante um encontro ocorrido em frente à sede do Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco. Adicionalmente à suspensão das atividades, os membros da categoria decidiram pela devolução do PJES.
“Queremos sensibilizar a governadora para a evitar a falência da Polícia Civil. Estamos exigindo que o governo melhore as condições de trabalho, estrutura e valorize a categoria. Não é justo que os investimentos bilionários do Juntos pela Segurança não contemplem efetivamente a Polícia Civil.” disse em nota o presidente do SINPOL, Àureo Cisneiros. “Iremos parar todas as nossas atividades, inicialmente, por 24h, a partir das 7h da manhã dessa quarta-feira(05) com 90% dos policiais civis do Recife até Petrolina”, conclui.
No final do ano passado, o governo do estado de Pernambuco fez um lançamento do plano “Juntos pela segurança” onde pretende reduzir em 30% os índices de violência no estado até 2026, tendo um investimento inicial de R$ 3 bilhões.
Confira no vídeo o comunicado oficial da paralisação.
VIOLÊNCIA EM PERNAMBUCO
Os índices de violência no estado são alarmantes. Somente nos 4 primeiros meses deste ano, houveram mais de 1,3 mil assassinatos.
Observou-se um crescimento de 7,2% em relação ao mesmo intervalo de tempo em 2023, período no qual foram registradas 1.223 mortes por violência nos meses de janeiro a abril.
Registrou-se um acréscimo de 89 homicídios no primeiro quadrimestre de 2024, se comparado com os mesmos quatro meses do ano anterior.
Considerando o total acumulado nos primeiros quatro meses do ano corrente, o estado de Pernambuco apresenta uma média de 10,8 assassinatos por dia em 2024.
DESCASO COM A POLÍCIA CIVIL
Apesar de ter sido feito um anúncio para investimento em combate à violência no estado, a gestão Raquel Lyra, deixa insatisfeito os agentes da polícia civil que estão inconformados com a falta de atenção e comprometimento do governo estadual para com eles.
“O órgão conta um efetivo de 5.000 agentes, número este que é o mesmo de 40 anos atrás”, afirma Áureo Cisneiros, presidente do SINPOL. “E desses, 1400 no próximo mês já vão ter tempo pra aposentadoria. É o menor efetivo dos últimos 40 anos”, conclui.
Ainda de acordo com a comunicação da PCPE, “as delegacias, em sua maior parte, continuam funcionando improvisadas em casas alugadas, casas comuns. Imóveis feitos para uma família residir. Não é nem de longe uma estrutura para o funcionamento de uma unidade policial.”
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