PREFEITURA DE TRINDADE

SARGENTO EDYMAR

03 junho 2024

México passa a ser governado pela primeira vez por uma mulher

 

A candidata governista Claudia Sheinbaum obteve neste domingo (2/6) uma ampla vitória nas eleições presidenciais do México — e será a primeira presidente mulher do país.

Segundo as projeções do resultado oficial feitas pelo Instituto Nacional Eleitoral (INE) com base em contagem rápida de amostras pelo país, Sheinbaum conquistou entre 58,3% e 60,7% dos votos, derrotando com folga sua principal adversária, a empresária Xóchitl Gálvez, que obteve entre 26,6% e 28,6% dos votos.

“Não cheguei (aqui) sozinha, chegamos (aqui) com as heroínas que nos deram a pátria”, afirmou a ex-prefeita da Cidade do México, de 61 anos, ao comemorar a vitória como primeira presidente mulher em 200 anos de história. 

Ela disse ainda que Gálvez, da aliança de oposição Força e Coração pelo México, ligou para ela para dar parabéns pela vitória.  

De acordo com os resultados, Sheinbaum alcançou uma vitória histórica não só pelo feito de ser a primeira presidente mulher, mas também pelo amplo apoio do eleitorado, superior ao alcançado há seis anos pelo atual presidente e aliado político Andrés Manuel López Obrador, que venceu com 53% dos votos em 2018. Apesar dos altos índices de popularidade, ele não pôde concorrer, porque o México não tem reeleição. 

López Obrador também parabenizou a presidente eleita. 

“Hoje é um dia de glória porque o povo do México decidiu livre e democraticamente que Claudia Sheinbaum se torne a primeira mulher presidente em 200 anos de vida independente da nossa República. Parabéns a todas e todos nós que temos a alegria de viver nestes tempos estelares de orgulho e transformação”, escreveu ele em sua conta no X (antigo Twitter). 

Sheinbaum, da coligação governista Sigamos Fazendo História, também comemorou que seu partido conseguiu alcançar maioria qualificada nas duas Casas do Congresso.  

A apuração preliminar do INE se baseia numa amostra estatística representativa das urnas instaladas no país e apresenta um nível de confiança de 95%. 

Diante da demora no anúncio dos resultados oficiais, Gálvez chegou a duvidar da vitória da candidata governista. 

“Os votos estão aí. Não vamos permitir que os escondam”, escreveu ela em sua conta no X. 

“Querem que você vá dormir acreditando que te derrotaram. Eles mentem como sempre”, acrescentou, sem dizer a quem estava se referindo. 

Sheinbaum prometeu continuar o legado do atual presidente, o nacionalista de esquerda López Obrador, mas com “sua própria marca” para mitigar a violência ligada ao crime organizado, estimular a economia, promover energias renováveis e combater a corrupção. 

Ao longo da campanha, as pesquisas de intenção de voto deram a Sheinbaum uma ampla vantagem sobre sua adversária mais forte, Gálvez, uma empresária de 61 anos que concorreu por uma coligação de oposição composta pelo outrora hegemônico PRI, o PAN de direita e o PRC de esquerda. 

Sheinbaum pediu aos seus eleitores que não dessem a vitória como garantida e “abarrotassem” as urnas durante o domingo, numa clara tentativa de garantir o controle de dois terços em ambas as Casas do Congresso, o que permitiria a ela aprovar reformas constitucionais que López Obrador não foi capaz de aprovar. 

Segundo o Instituto Nacional Eleitoral, este foi “maior processo eleitoral que o México já teve”. Cerca de 98 milhões de mexicanos estavam aptos a votar. E mais de 20 mil cargos estavam em jogo. 

Além da presidência, estavam em disputa 128 vagas no Senado e 500 na Câmara dos Deputados, cargos de governadores em oito estados, o de chefe de governo da Cidade do México e dezenas de milhares de cargos em diferentes níveis nos 32 Estados do país. 

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