PREFEITURA DE TRINDADE

SARGENTO EDYMAR

31 maio 2024

Gleisi diz que é ‘justo e natural’ ter um nome do Nordeste na presidência do PT a partir de 2025

 

A eleição que vai renovar o comando do PT ocorrerá somente em meados de 2025, mas a disputa já começou nos bastidores, dando sinais de racha no grupo majoritário do partido, liderado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A deputada Gleisi Hoffmann, presidente do PT, afirmou que trabalhará pela unidade, mas considerou justa a pretensão de José Guimarães (CE), líder do governo na Câmara, de concorrer à sua cadeira.

“Eu acho justo e natural ter um nome do Nordeste pela importância política da região para o PT”, disse Gleisi ao portal Estadão. “Foi lá que o presidente Lula teve a maioria dos votos em 2022 e é lá que temos quatro governadores”, emendou ela, referindo-se ao Ceará, Bahia, Rio Grande do Norte e Piauí, Estados administrados pelo partido.

Lula já manifestou preferência pelo prefeito de Araraquara, Edinho Silva, para presidir o PT e quer Gleisi no Ministério, possivelmente na Secretaria-Geral da Presidência. Está preocupado, no entanto, com os rumos do PT porque é essa nova direção que vai comandar a campanha nas eleições de 2026, quando ele pretende disputar mais um mandato.

No Palácio do Planalto, auxiliares de Lula avaliam que o embate de 2026 contra o candidato do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tende a ser “duríssimo”. Embora Bolsonaro esteja inelegível até 2030 por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), pesquisas indicam que ele ainda mantém força política.

É nesse cenário que a renovação da cúpula petista ganha ainda mais importância. Edinho tem o apoio do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, hoje o mais cotado para ser herdeiro político de Lula. São fiadores da candidatura de Edinho, ainda, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu e o titular de Relações Institucionais, Alexandre Padilha.

José Guimarães é, atualmente, um dos vice-presidentes do PT e, a exemplo de Edinho, também integra a corrente Construindo um Novo Brasil (CNB), que aglutina a maioria do partido. Quando Lula foi eleito para o terceiro mandato, em 2022, o nome de Guimarães chegou a ser mencionado para a presidência do partido. Mas Lula pediu a Gleisi que continuasse à frente do PT por temer a mudança na condução da sigla logo no início do governo.

Foi a deputada que dirigiu o partido em sua pior crise política, durante todo o período em que Lula – à época condenado no processo da Lava Jato – ficou preso em Curitiba. A mais de um interlocutor o presidente já disse que tem uma dívida de gratidão com ela.

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