Segundo a Polícia, um casal também foi detido sob suspeita de envolvimento no crime
Além do religioso, também foram detidos Eduardo José dos Santos e Joselin Joana de Oliveira, ambos de 20 anos. Segundo o delegado Sérgio Ricardo, do Departamento de Repressão ao Narcotráfico (Denarc), que apresentou o caso na tarde desta sexta (21), o homem que se identificou COMO padre disse ser muito amigo de Eduardo, mas negou haver uma relação amorosa entre eles, como divulgado pela população de Pontezinha após a prisão.
Dentro da igreja, os policiais apreenderam, ainda, um revólver calibre 38 e uma carteira de autoridade eclesiástica. O caso veio à tona um mês depois do início das investigações. “Constatamos que os envolvidos recebiam a droga e a distribuíam em localidades do entorno da igreja. O homem que se diz padre não disse de quem obteve o material, mas sabemos que isso já ocorreu outras vezes. Vamos investigar de onde vinha essa droga”, detalhou o delegado.
A assessoria de comunicação da Arquidiocese de Olinda e Recife informou, por meio de nota, que o padre havia sido ordenado na Arquidiocese de Juiz de Fora, em Minas Gerais, mas não fazia mais parte da Igreja Católica Apostólica ROMANA. “Submetido a um processo canônico, que culminou com a perda definitiva e irrevogável do estado clerical, imposta pelo Papa Bento XVI, ele não pode exercer, válida e licitamente, nenhuma função religiosa, na Igreja Católica Apostólica Romana, que não o reconhece mais como padre”, disse o texto.
Há pouco mais de dois anos, o homem havia se vinculado à Igreja Católica Apostólica Brasileira e assumido a paróquia São Judas Tadeu. “Ele apresentou os documentos legais, a carteira da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do BRASIL) e entregamos, a ele, uma paróquia de 32 anos”, declarou o vigário-geral da Diocese de Jaboatão dos Guararapes, padre Gustavo Lima.
O religioso disse, ainda, que o envolvimento do ex-padre com o tráfico de drogas foi uma surpresa, mas esclareceu que o suspeito também havia sido expulso da Igreja Católica Apostólica Brasileira em maio deste ano.
“Fiéis se queixavam de que o encontravam embriagado e isso provocou a expulsão dele por incontinência, desobediência e má conduta. Havia até um processo judicial para tirá-lo da igreja, já que ele não queria deixar o imóvel. Coincidentemente, a ação de despejo saiu no mesmo dia da prisão. Pensamos, INCLUSIVE, que ele tinha sido levado à delegacia por causa de alguma resistência sobre isso”, completou Lima.
O ex-padre e o outro homem envolvido foram encaminhados ao Centro de Observação e Triagem PROFESSOR Everardo Luna (Cotel), em Abreu e Lima, também na RMR. Já a mulher foi levada para a Colônia Penal Feminina, no bairro do Engenho do Meio, na Zona Oeste do Recife.
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