PREFEITURA DE TRINDADE

SARGENTO EDYMAR

02 janeiro 2018

RN: Exército reduz crimes de 18 para 1 na 1ª madrugada

O governo do Rio Grande do Norte vai pedir a prorrogação da presença das Forças Armadas no Estado. A missão termina no dia 12, mas a redução no número de homicídios desde a chegada dos militares, na sexta (29), será usada como argumento –os casos caíram de 18 para um na primeira madrugada de 2018.
Aliados do governador Robinson Faria (PSD) dizem que a greve de policiais também tem ligação com a disputa eleitoral deste ano. A questão salarial, afirmam, dá impulso a provável candidatura do PT ao governo potiguar e de militares reformados que estão à frente dos sindicatos da categoria.

Saúde libera R$ 436 milhões para parlamentares

Josias de Souza
As emendas de parlamentares estão no DNA de incontáveis escândalos de corrupção
No apagar das luzes do ano de 2017, o ministro Ricardo Barros abriu os cofres da pasta da Saúde para os aliados de Michel Temer. Liberou R$ 436 milhões para pagar emendas enfiadas dentro do Orçamento da União por parlamentares. O dinheiro seguiu para centenas de municípios onde os autores das emendas recolherão votos na eleição de 2018. Servidores do ministério tiveram de fazer hora extra para assegurar a publicação dos atos do ministro em pleno sábado, véspera do Réveillon.
Os documentos foram impressos em edição extraordinária do Diário Oficial. Notícia publicada pelo Globo mediu o espaço ocupado pelo presente dado aos congressistas: “A edição do Diário Oficial de sábado teve 74 páginas, todas elas com portarias da pasta. Foi editada ainda uma seção de uma página com alguns convênios liberando mais recursos e houve até uma edição extra para que três municípios do Paraná, Estado do ministro, não ficassem fora.”
Deputado federal licenciado, o ministro deve deixar a Esplanada até o início de abril, para disputar a reeleição à Câmara pelo PP do Paraná. Em vídeo pendurado no Facebook, ele celebrou o pagamento da fatura política: ''Hoje é dia 30 de dezembro. São mais de 17 h. […] Temos mais um diário oficial extra para empenhar e pagar todos os compromissos que assumimos aqui com nossos parceiros parlamentares, com nossos prefeitos, secretários de Estado, que colaboraram com suas propostas para que as decisões do presidente Temer possam ser efetivadas.”
As emendas de parlamentares estão no DNA de incontáveis escândalos de corrupção. A liberação da verba pública obedeceu um ritmo de toque de caixa. Resta agora saber qual será a cadência do acompoanhamento do gasto. Se é que haverá fiscalização.

O alerta que vem de Natal

Igor Gielow – Folha de S.Paulo
A tragédia ora estancada pelas tropas federais no Rio Grande do Norte é um prenúncio sobre desafio central a ser enfrentado neste ano eleitoral decisivo de 2018.
É de se especular se o sangue dos quase cem cadáveres produzidos durante a greve da polícia local alertou as autoridades sobre o óbvio: o colapso do sistema federativo de 1988.
A partir dali, o Brasil visou dividir o poder central com Estados e municípios, só que isso não foi seguido por um enxugamento da União –como atesta o deficit multibilionário que o país gira em seu Orçamento.
Uma olhada nas contas estaduais mostra que o Rio de Janeiro é apenas um laboratório extremo à espera de replicações. O que levou ao surto de, é preciso deixar claro, irresponsabilidade dos policiais potiguares não foi só vontade de pular ondinha no Réveillon: o Estado está quebrado.
É assim por toda a Federação, sendo preciso lidar com problemas que começam nas Previdências e se espraiam pela estrutura tributária.
Há bizarrices de gestão. A segurança não precisa de um ministério, ela carece de estruturas nacionalizadas que integrem polícias, forças federais e órgãos de inteligência.
O crime não respeita fronteiras, quanto mais estaduais. Enquanto cada governador for um senhor feudal, esse novo pacto não será possível.
Isso não significa repetir o padrão pós-1988 de inchaço de instâncias. O combate é na ponta, com polícias bem equipadas e pagas. À União caberia a coordenação das tarefas.
Uma agenda ampla, que inclua pacote reformista claro e exequível, deveria estar na agenda de todo candidato sério a presidente. Em linguagem de gente, algo que é até fácil nos casos da segurança e da saúde, setor no qual a recente delegação de gasto de verbas às autoridades locais é uma medida na direção correta.
Claro que é pedir demais racionalidade no ambiente e com os protagonistas que temos. Mas a tarefa, que é coisa para talvez décadas, precisa ser iniciada em algum momento.

Partidos corrompem até o significado das letras

Josias de Souza
No fim das contas ninguém distingue a diferença entre PMDB, PP, DEM, PR, PT, PTB e FDP
O homem trava uma luta eterna contra o tempo. Para retardar a corrosão da imagem, tenta-se enganar o relógio com maquiagens e operações plásticas. No Brasil, o hábito da reparação cosmética chegou à política. A letra ‘P’, de partido, vem sendo extirpada das siglas como se fosse uma dessas pelancas que se formam sob o queixo com a idade. A novidade surte efeito diferente do desejado.
O velho PMDB recuperou o nome de batismo: MDB. Mas continua sendo o partido das malas de propina. O PP, que pende da árvore genealógica da ditadura, virou Progressistas. Mas ainda é legenda sem futuro, graças ao passado de corrupção que tem pela frente. O DEM quer virar Mude, para conservar tudo como está. A lista é interminável e preocupante. Revela uma mudança de valores.
Na política, as rugas não significam experiência, sabedoria e autoridade. Significam apenas que faltou ética. E isso não é coisa que se resolva com restauração estética. Os partidos corromperam até as letras, que já não significam nada. No fim das contas ninguém distingue a diferença entre PMDB, PP, DEM, PR, PT, PTB e FDP.

28 dezembro 2017

ENCONTRO - ROBERTA ARRAES SE REÚNE COM O GOVERNADOR PAULO CÂMARA E FAZ PLANEJAMENTO PARA 2018

Em última reunião do ano com o governador Paulo Câmara, hoje, a deputada Roberta Arraes fez um planejamento de ações para a população pernambucana em 2018. Conversaram sobre a chegada de benfeitorias e investimentos em diversas áreas, principalmente na área da segurança, saúde, educação e hídrica. Na ocasião, esteve presente também o ex-prefeito de Araripina, Alexandre Arraes.

Na oportunidade, aproveitaram ainda para fazer um balanço de 2017, onde em seu primeiro ano de mandato, Roberta Arraes conseguiu levar melhorias e importantes conquistas para os pernambucanos, sobretudo para os sertanejos.

“Saímos de lá animados com as boas perspectivas para o ano que está chegando. Seguimos juntos, confiantes que em 2018 será ainda melhor”, afirmou a parlamentar.


Da ASCOM

Quadrilha investigada por 27 homicídios no Cabo de Santo Agostinho é alvo de operação

Organização criminosa tem envolvimento ainda em crimes como tráfico de drogas, associação para o tráfico, comércio ilegal de arma de fogo e roubos
Operação Castelo do Mar da PCPE
Operação Castelo do Mar da PCPEFoto: Arthur Mota/Folha de Pernambuco
Uma organização criminosa suspeita de praticar crimes como homicídios, tráfico de drogas, associação para o tráfico, comércio ilegal de arma de fogo e roubos no Cabo de Santo Agostinho, na Região Metropolitana do Recife, é o alvo da Operação Castelo do Mar, deflagrada pela Polícia Civil de Pernambuco (PCPE) na manhã desta quinta-feira (28). Segundo os investigadores, 27 homicídios estariam ligados à quadrilha.

Estão sendo cumpridos ao todo 14 mandados de prisão preventiva e nove de busca e apreensão domiciliar, todos expedidos pela 1ª Vara Criminal da Comarca do Cabo de Santo Agostinho. Os presos estão sendo levados para a sede do Departamento de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Depatri), no bairro de Afogados, na Zona Oeste do Recife. 

Leia também:
Idoso é assassinado a facadas, queimado e tem o carro roubado no Cabo
Homem é preso por matar três pessoas e ferir duas no Cabo de Santo Agostinho


Foram apreendidos durante as buscas fardamentos militares, que eram utilizados para os assaltos e homicídios, segundo o chefe da Polícia Civil, o delegado Joselito Kerhle. "Os crimes eram facilitados porque as pessoas achavam que eram policiais, quando na verdade eram bandidos", disse o delegado. "O mote da atuação deles era o tráfico de drogas, principalmente em Gaibu, Ponte dos Carvalhos e no centro da cidade", completou.

Até agora foram cumpridos três mandados de prisão, incluindo um contra o líder da quadrilha. Um investigado ainda está foragido, mas deve ser capturado ainda nesta quinta, de acordo com o delegado. "As mortes se davam na disputa pelo tráfico de drogas na região. Cinco pessoas presas atuavam no grupo, sendo que o líder estava fora, o que facilitava os trabalhos", contou Joselito. "Sem dúvida, haverá uma redução nos crimes na região", garantiu o delegado. 

Esta é a 56ª operação de repressão qualificado do ano. Participaram das investigações, que duraram nove meses e foram supervisionadas pela Chefia de Polícia e coordenada pela Diretoria Integrada Metropolitana, 100 policiais civis - entre delegados, agentes e escrivães.
Operação Castelo do Mar da PCPE

MEGA SENA DA VIRADA PODE PAGAR R$ 280 MILHÕES, MAIOR PRÊMIO DA HISTÓRIA

Quem acertar as seis dezenas do concurso da Mega da Virada este ano receberá o maior prêmio da história do concurso. O sorteio do próximo dia 31 de dezembro deve pagar R$ 280 milhões àqueles que tiverem a sorte de marcar os números que darão o passaporte para a vida milionária. De acordo com estimativas, se o dinheiro for aplicado na caderneta de poupança, que nem é considerada a melhor opção de investimento, o rendimento mensal seria de R$ 1,6 milhão. A chance de acertar as seis dezenas é de 1 em 50 milhões. A aposta mínima é de R$ 3,50 e pode ser feita até as 14h do dia 31.
Agência Brasil

PREFEITURA DE OURICURI INICIA MUTIRÃO DE LIMPEZA

Na manhã desta terça-feira, dia 26, a prefeitura de Ouricuri, através da Secretaria de Obras e Urbanismo deu início ao mutirão de limpeza urbana nos principais bairros da cidade. A meta é recolher todos os entulhos que venham prejudicar a saúde da população Ouricuriense e principalmente os que se encontram nos terrenos baldios. O bairro Santa Maria 1 foi o primeiro a receber esta ação seguindo para o bairro Santo Antônio e vai estender-se para os demais bairros da cidade.
O prefeito Ricardo Ramos acompanhou de perto o início do mutirão e aproveitou o momento para conversar e ouvir os anseios da população que se fez presente nesta ação de muita importância.
ASCOM

Senado: PT pode encolher na 1ª eleição pós-impeachment

Folha de S.Paulo – Talita Fernandes
Na primeira eleição legislativa após oimpeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, o PT corre o risco de encolher sua bancada no Senado em 2018.
A sigla tem hoje 9 senadores, número inferior a 2015, quando contava com 13. Do total, 7 parlamentares têm seus mandatos encerrados no ano que vem e apenas 2 candidaturas à reeleição são dadas como certas por lideranças da legenda.
Parte da indefinição se dá por dificuldades regionais para alguns senadores conseguirem palanques fortes na disputa. Como o PT perdeu força após o impeachment, alguns governadores do partido têm preferido dar apoio a siglas que ajudem em suas reeleições.
candidatura do ex-presidente Lula ao Planalto, que pode ser barrada pela Justiça, também deverá balizar o destino dos parlamentares.
O PT vem de um cenário de desgaste provocado tanto pelos escândalos de corrupção quanto pelo impeachment. De 2014 para cá, o partido não conseguiu reeleger o ex-senador Eduardo Suplicy (SP), hoje vereador da capital paulista, e ainda teve outras quatro baixas no Senado: Marta Suplicy (MDB-SP), Walter Pinheiro (sem partido-BA), Ângela Portela (PDT-RR) e o ex-senador Delcídio do Amaral, que foi cassado após ter sido preso na Lava Jato em 2015.
Dos petistas cujos mandatos terminam no ano que vem, apenas os senadores Jorge Viana (AC), Lindbergh Farias (RJ) e Paulo Paim (RS) confirmaram à Folha as candidaturas ao Senado. Desses, a reeleição de Lindbergh é vista com ressalvas dentro da legenda devido a divergências locais.
Os demais senadores ainda estudam alianças estaduais e a confirmação de que Lula disputará o Palácio do Planalto para definir que cargo vão pleitear em 2018.
É o caso de Gleisi Hoffmann (PR), Humberto Costa (PE), Regina Sousa (PI) e José Pimentel (CE). As assessorias de imprensa de Costa, Regina e Pimentel disseram haver disposição dos parlamentares de disputar a reeleição, mas isso depende da composição da chapa local.
No caso de Pimentel, sua candidatura poderá ser prejudicada por uma eventual aliança do PT cearense com o MDB e o PDT.
Se isso ocorrer, as duas vagas da chapa ao Senado devem ser preenchidas por Eunício Oliveira (MDB) e pelo ex-governador Cid Gomes (PDT), que contam com o palanque do governador Camilo Santana (PT), que disputará a reeleição.
No Piauí, a situação de Regina depende de alianças que serão firmadas pelo governador Wellignton Dias (PT). Para ter mais força regional, ele pretende abrir espaço em seu palanque para candidatos do MDB e do PP ao Senado.
A situação de Pernambuco é ainda mais incerta. Apesar de ser o Estado natal de Lula, o PT está enfraquecido ali.
Nenhum deputado federal do Estado foi eleito pela legenda em 2014 e, a menos de um ano das eleições, o partido ainda não decidiu se terá uma candidatura própria ou embarcará em uma aliança local, como fez no último pleito ao apoiar o senador Armando Monteiro (PTB) ao governo, que saiu das urnas derrotado.
Outro agravante para o encolhimento da bancada petista no Senado é a dificuldade do partido em conquistar novas vagas na Casa. As apostas mais certas giram em torno do ex-governador baiano Jaques Wagner e de Suplicy.
Presidente do PT, Gleisi poderá abrir mão da reeleição para disputar uma vaga na Câmara dos Deputados. O PT tem historicamente rejeição forte no Estado, amplificada após o impeachment.
Além disso, como ela é ré na Lava Jato, concorrer ao cargo de deputada traria mais garantias de ter foro privilegiado e evitar que seu caso seja enviado à primeira instância.
Procurada, a assessoria de imprensa de Gleisi disse que ainda não está definida a participação da senadora na disputa de 2018. A reportagem tentou contato por diversas vezes com a petista sobre o tamanho da bancada no Senado, mas não houve resposta.
Em São Paulo a disputa também segue incerta. São pré-candidatos Suplicy e o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad. A sigla pretende lançar apenas um dos nomes para evitar divisão dos votos. 

O que de fato esperar do "novo" MDB?

Jarbas Vasconcelos *
O que esperar deste "novo" PMDB, que agora volta a se chamar MDB? A esta pergunta o senador Romero Jucá se propôs a responder aqui mesmo, neste espaço(20/12).
Mas, como um hábito corriqueiro da sua pessoa, ele falta com a verdade. Esconde e manipula os fatos para, como sempre, deles se aproveitar. Um cidadão que não reúne as mínimas condições de ser um senador —com uma trajetória marcada por denúncias e inquéritos envolvendo corrupção— não pode liderar um partido que, na sua história, tem o DNA de homens como Ulysses Guimarães e Pedro Simon.
A origem do PMDB está na luta pela democracia e na prática republicana da política. Esses pilares passam longe da condução que impôs ao partido o desqualificado e medíocre Romero Jucá, que tem a necessidade peculiar de estar sempre no poder e dele se locupletar.
Nos últimos 20 anos, foi líder do governo Fernando Henrique Cardoso e do governo Lula, ministro de Lula e ministro do governo Temer, cargo que só deixou após a revelação de que agia nos bastidores para acabar com a Lava Jato.
Fazer política e liderar um partido é, antes de tudo, respeitar as diferenças. O próprio presidente Michel Temer, que por 14 anos presidiu o PMDB, compreendeu essa realidade. Jucá faz o contrário. Fez constar no dia a dia do partido a prática da intervenção e da ameaça.
Por interesse próprio, está agindo em Pernambuco para tomar de golpe a legenda e entregá-la ao senador Fernando Bezerra Coelho, que tal qual Jucá não preza a coerência na vida pública.
Fernando Bezerra Coelho também tem uma história marcada por adesismos de ocasião e segue enrolado com a Justiça. Como uma espécie de nômade partidário, foi filiado ao PDS, ao antigo PFL, ao PMDB, ao PPS, ao PSB e agora voltou a integrar o PMDB.
Ele foi aliado de Lula, ministro de Dilma Rousseff e, agora, integra a base de Temer. Alardeia em Pernambuco que representa o "novo". Deve ser o mesmo conceito de "novo" que Jucá usou na convenção nacional para justificar a mudança no nome do partido. Merecem-se.
Não tenho dúvidas de que a prática da intervenção —que remonta aos tempos mais sombrios que este país já viveu e agora faz parte da gestão do "novo" MDB— não ficará restrita a Pernambuco ou à minha pessoa. Vai ser replicada nos demais Estados onde Jucá e seus amigos encontrem resistência. No modus operandi dele, quem se contrapõe às suas ideias e projetos vai ser alvo, como eu fui e estou sendo, de perseguição e truculência.
Por isso, é hora de as vozes e de as posturas contrárias a tudo isso se fazerem presentes. É hora de outros membros do partido reagirem para evitar que esse rolo compressor antiético e amoral siga em frente; caso contrário, ele atingirá muitos daqui pra frente.
Decidi ir contra essa maré nefasta que Jucá impõe ao partido que ajudei a fundar. Decidi lutar em todas as frentes políticas e legais possíveis. É isso que faço em meu Estado, onde acionei a Justiça. Vou até as ultimas consequências por entender que minha história, minha trajetória de mais de 40 anos de vida pública, não vai ser manchada por uma pessoa como Romero Jucá.
O "choque de gestão" que Jucá mencionou e que fará à frente do "novo" MDB só realmente acontecerá se atingir em cheio sua própria pessoa. É preciso que a Justiça faça a parte que lhe cabe e prossiga, com a devida atenção e celeridade, com as investigações que o envolvem.
É necessário que um cidadão com a conduta de Romero Jucá, que parece debochar das instituições e, sobretudo, do povo brasileiro, tenha o que merece. Sair algemado do Congresso Nacional é pouco para quem tanto mal fez e faz ao país.
Eu disse na tribuna da Câmara dos Deputados e reafirmo: não me curvarei. Estar na trincheira e na resistência democrática lutando e combatendo homens como Romero Jucá faz parte da minha vida e da história do partido que ajudei a criar. E assim será. Sempre!
*JARBAS VASCONCELOS, advogado, ex-senador e ex-governador de Pernambuco (1999-2006), é deputado federal (PMDB) 

A ofensiva de Lula

Folha de S.Paulo – EDITORIAL
Todo réu num processo judicial possui, naturalmente, o direito de se dizer inocente. Há muita diferença, todavia, entre a atitude de quem se defende com firmeza de uma acusação e a tentativa de afrontar abertamente as instituições de um Estado democrático.
Confiando nos seus ainda elevados índices de popularidade, o ex-presidente Lula parece apostar na segunda alternativa. Conforme se aproxima a data de seu julgamento em segunda instância, o líder petista vai multiplicando declarações no sentido de deslegitimar, desde já, a eventual sentença que venha a receber.
"A minha condenação será a negação da Justiça", disse, em recente entrevista coletiva. "A Justiça vai ter que fazer um esforço monumental para transformar uma mentira em verdade e julgar uma pessoa que não cometeu crime."
Tinha ido além, meses atrás, ao afirmar sobre seus julgadores que, se não o prendessem, "quem sabe um dia eu mando prendê-los pelas mentiras que eles contam".
A sentença do juiz Sergio Moro, que o condenou em primeira instância por receber favorecimentos do dono da OAS, "é quase uma piada", acrescenta agora o ex-presidente —que apesar das evidências em contrário insiste na tese de que o famoso tríplex em Guarujá não se destinava ao desfrute dele próprio e de sua família.
Há, por certo, casos de corrupção envolvendo valores muito mais vultosos que o daquele apartamento de veraneio —sendo plausível, até, a argumentação de Lula quanto ao seu desinteresse pessoal pelo imóvel, a seu ver modesto.
Não faltam provas, entretanto, quanto às reformas feitas sob medida no apartamento. Deram-se visitas ao local, não com a presença de um corretor qualquer da região, mas sim do próprio dono de uma das maiores empreiteiras do país.
Ainda que nesse caso possam debater-se interpretações diversas entre promotoria e defesa, cabendo exatamente por isso uma nova análise em instância superior, não se trata de "piada" a condenação, longa e minuciosamente fundamentada, que foi imposta a Lula em Curitiba.
Exacerbando o tom de seu discurso, o ex-presidente procura sobretudo insuflar a militância a não aceitar a eventual confirmação, pelo Tribunal Regional Federal, da sentença de culpa.
Constrói-se, ademais, a hipótese preventiva de que Lula seria necessariamente eleito em 2018: processos judiciais se transformariam, nessa versão, em conspirações contra a grande revanche petista.


O cacique petista se põe acima da lei; no desespero, aposta no descrédito da Justiça e da própria legitimidade do processo eleitoral. 

O líder Aécio

Janio de Freitas – Folha de S.Paulo
As informações que situam o senador Aécio Neves como recordista de arrecadação no mercado de subornos –e nem por isso contêm todo o seu histórico– têm múltiplos efeitos. Pessoais, claro, mas também políticos, com decorrências agravantes na cisão do PSDB e desgastantes paraGeraldo Alckmin e sua candidatura.
Tomar R$ 50 milhões em um único ataque é um feito que não consta nem no currículo de Geddel Vieira Lima, cujas embalagens diferentes indicam que os seus R$ 51 milhões em dinheiro vieram de vários achacados.
Os R$ 30 milhões tomados da Odebrecht e os R$ 20 milhões da Andrade Gutierrez, em troca de fortalecê-las na licitação para a hidrelétrica de Santo Antônio, começam por derrubar a defesa de Aécio e sua irmã Andréa para os R$ 2 milhões tomados de Joesley Batista. O caixa tão fornido destrói a mentira de que Aécio precisava de "um empréstimo" para pagar sua defesa no que eram as primeiras denúncias.
Ainda no plano pessoal, o detalhamento das operações, feito pelas duas empreiteiras até com alguns recibos de depósito, lança no caldeirão o mais próximo e, há muito se diz, o mais confiável amigo de Aécio. Alexandre Accioly, controlador (ao menos aparente) de negócios bem sucedidos, apenas raspara na Lava Jato.
Os repórteres Bela Megale e Thiago Herdy, de "O Globo", encontraram agora citações a Accioly como receptador de Aécio e contas, para isso, em Cingapura e nas Ilhas Marshall, Oceania.
A negação de Accioly, desde muito citado no Rio como cobertura do sócio oculto Aécio Neves, não chegou a esclarecer nem ao menos a polêmica sociedade das academias BodyTech, também citadas em receptações sob investigação.
Menos obscuras, como componentes do golpe em Furnas, as relações de Aécio e seu protegido Dimas Toledo ampliam-se nos relatos dos milhões por Santo Antonio. A gravidade desta transação, com a persistente presença dos dois amigos de fé, suscita a expectativa de que afinal se desvendem outros casos já bastante citados e nunca publicáveis, por falta de provas.
Esse é o Aécio Neves que a cúpula do PSDB prestigiou, há três semanas, contra o cofundador do partido Tasso Jereissati, na disputa entre os aecistas e os desejosos de reabilitar o desmoralizado peessedebismo.
Como presidente incumbido da restauração que não fará, Alckmin significou uma proteção para Aécio Neves, então já assoberbado com acusações. Ao menos em favor da própria face, o novo "presidente" precisava ter dito ou feito algo que marcasse a sua e a nova propensão do partido na discussão, intensa, sobre o caso Aécio no peessedebismo. Alckmin, é de seu hábito, preferiu omitir-se.
O pequeno tempo desde então foi suficiente para multiplicar a gravidade do caso Aécio.
Alckmin quis a responsabilidade de presidir o partido e sua restauração política e ética. Até o momento de quarta em que escrevo esta nota, ele continuava alheio aos fatos. Alheio ao país. Que lhe falte talento político, não precisa comprovar.
Mas sobretudo não precisa mostrar que, por falta de outras coisas, faz no PSDB o papel de mais um testa de ferro de Aécio Neves, que continua no controle de fato.