Não há de se negar a fidelidade do ex-ministro do Turismo e hoje candidato do PL à Prefeitura do Recife, Gilson Machado Neto, ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Coube a Gilson articular toda a agenda do ex-presidente em solo pernambucano nos últimos dias. Mas até então não era visto como um lobo solitário.
À época das eleições presidenciais de 2022, Bolsonaro contava com uma série de autoproclamados fiéis escudeiros no estado. Dentre os principais, a deputada federal Clarissa Tércio (PP) e o prefeito do Jaboatão dos Guararapes, Mano Medeiros (PL).
Acontece que, dois anos depois, após uma série de escândalos que causaram danos à imagem do ex-presidente, ter a imagem associada a Bolsonaro na disputa para a Prefeitura da segunda maior cidade do estado passou a ser visto como algo a ser evitado. E foi.
Bolsonaro participou, na quinta (8), de uma cerimônia religiosa no bairro de Piedade, no Jaboatão dos Guararapes, mas nem Clarissa nem Mano prestigiaram o aliado. Apesar de filiada ao PP, partido que ocupa espaços no governo Lula (PT), Clarissa, assim como Gilson, sempre foi vista como um expoente do bolsonarismo em Pernambuco.
Já o atual prefeito Mano Medeiros atuou como um dos principais cabos eleitorais de Bolsonaro em Pernambuco em 2022. Apadrinhado político do ex-prefeito Anderson Ferreira, presidente estadual do PL, Mano esteve pessoalmente envolvido na formatação das agendas do ex-presidente – então candidato à reeleição – no estado, um posto que aparentemente abandonou após recomendação da equipe de marketing político.
Fica a pergunta: vai valer a pena dar as costas para um ex-presidente com o capital político de Bolsonaro apenas para tentar vencer uma eleição?
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