Em 30 de dezembro do ano passado, quando viajou para os Estados Unidos em turismo e para escapar da posse de Lula, Jair Bolsonaro levou 13 pessoas a bordo do avião da Força Aérea Brasileira (FAB). O voo, que carregou irregularmente presentes oficiais, incluiu dois assessores de Bolsonaro, que seriam presos em maio deste ano por fraudar registros de vacina, e três indiciados pela CPMI do 8 de Janeiro nesta semana.
Os passageiros do Airbus 319 da FAB foram os seguintes: Jair e Michelle Bolsonaro; o então diretor de Segurança do Planalto, Gustavo Suarez da Silva; o diretor de Coordenação de Eventos, Viagens e Cerimonial Militar na época, Eduardo Alexandre Bacelar; o ajudante de ordens Mauro Cesar Cid; os assessores especiais Marcelo Costa Câmara, Sergio Rocha Cordeiro, e Tércio Arnaud Tomaz; a assessora Adriana Ramos Silva Pinheiro, da equipe de Michelle; os médicos Marcelo Zeitoune e Max Steinert; e dois seguranças cujos nomes a Presidência manteve em sigilo. As informações são da coluna de Guilherme Amado, do Metrópoles.
Os dados foram obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação. O ex-assessor Filipe Martins, indiciado pela CPMI e acusado na delação de Mauro Cid de entregar uma minuta golpista para Bolsonaro, não estava no voo. Como mostrou a coluna, o governo americano registrou a entrada de Martins em Orlando no dia 30 de dezembro, mesma data em que pousou o avião presidencial. O ex-auxiliar de Bolsonaro tem o paradeiro desconhecido.
Mauro Cid e Sergio Cordeiro foram presos em maio deste ano pela Polícia Federal sob a suspeita de terem fraudado registros de vacinação contra a Covid, inclusive acessando um computador de dentro do Palácio do Planalto. Marcelo Câmara foi acusado pela CPMI de cometer os crimes de associação criminosa, abolição violenta do Estado democrático de direito e golpe de Estado. Já Tercio Arnaud, colega de Filipe Martins no gabinete do ódio, foi alvo de indiciamento por incitação ao crime. Bolsonaro também foi indicado pelo crime de abolição do Estado de direito e pelo crime de violência política.
Em agosto, a Polícia Federal apontou que o voo da FAB foi usado para transportar presentes oficiais recebidos pelo então presidente, o que é irregular. Nessa viagem, foram levadas duas esculturas doadas ao governo brasileiro em 2021 durante visita ao Bahrein, além de joias da marca Chopard presenteadas pela Arábia Saudita.
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