Por Juliana Albuquerque – repórter do Blog
Com dez meses de gestão e sem ninguém capaz para fazer uma articulação política eficaz para ampliar a sua base de apoio na Assembleia Legislativa do Estado, hoje com apenas 12 deputados, a governadora Raquel Lyra (PSDB) acumula derrotas na Alepe. Cabe lembrar que, foi sob sua gestão que o Governo não elegeu, pela primeira vez na história, um nome de sua indicação para o posto de Conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE).
Em alguns gestos de boa-fé, os deputados até que, por um breve momento, tentaram ignorar essa falta de articulação, e terminaram cedendo aos caprichos da tucana, que conseguiu algumas vitórias importantes para sua gestão. Afinal, quem não se lembra da aprovação do aval da Casa para a tucana pegar R$ 3,4 bilhões emprestados? E o Piso do Magistério, que deixou mais de 52 mil profissionais da educação sem qualquer reajuste neste ano? Ou a mais recente – a aprovação do Descomplica PE?
A sequência de vitórias do Governo, porém, chegou ao fim na última terça-feira. Em uma clara demonstração de que acabou a trégua dada ao Governo Raquel Lyra, a maioria dos deputados disse um sonoro não aos vetos feitos pela governadora ao Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO).
Eram necessários 25 votos, porém, 30 deputados rejeitaram os vetos da governadora às modificações feitas pela Comissão de Finanças, sob relatoria final do deputado Alberto Feitosa (PL), na tramitação do projeto original do Executivo Estadual na Casa, no mês passado.
Nos bastidores, o que se escuta é que, além de impor sua independência enquanto Poder Legislativo, a derrubada dos vetos feitos por Raquel no PLDO foi, na verdade, uma resposta da Casa à postura desrespeitosa de Raquel para com os parlamentares.
Sem comunicar sequer ao líder do Governo na Alepe, nem ao presidente da Casa, deputado Álvaro Porto (PSDB), a tucana sancionou o PLDO com os vetos às modificações feitas pelos deputados um dia depois do plenário da Alepe aprovar o projeto Descomplica PE. O projeto do Executivo torna Pernambuco, a partir do próximo ano, o Estado com a segunda maior alíquota de ICMS do Brasil.
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