Estima-se que mais de 70% de parceiros de mulheres com HPV são portadores do DNA do vírus
Médico Leonardo Gomes: "O HPV torna o organismo mais vulnerável a outras doenças"
De acordo com o urologista Leonardo Gomes, em ambos os sexos, o HPV torna o organismo mais vulnerável a outras doenças, inclusive à Aids. Nos homens, o vírus se manifesta clinicamente como lesões tipo “couve- flor”. “Sabe-se que os homens contribuem para a infecção nas mulheres. Por isso, o maior risco é o contágio, já que ele pode passar para a sua parceira um sorotipo que tem relação com o câncer. Porém, é bom lembrar que existem vários sorotipos para o HPV, uns que que são sugestivos aos câncer e outros não”, salientou. Normalmente, o HPV causa verrugas que podem variar de tamanho e cor. Mais recorrente por meio do sexo, quando surgem no homem elas aparecem de maneira mais recorrente no ânus ou na cabeça do pênis. Também pode surgir na garganta e na boca, após transmissão pelo sexo oral. O HPV em homens pode ser transmitido não apenas na presença de verrugas, mas também por meio das chamadas lesões planas, não visíveis a olho nu.
Apenas 5% contraíram o vírus por meio da contaminação das mãos, objetos, toalhas e roupas, conforme o MS. “Porém, teria que ser numa coincidência muito infeliz para contrair o vírus dessa forma. Por exemplo, a pessoa acabou de se levantar do vaso e você sentar imediatamente. As chances são muito mínimas, mas podem ocorrer, claro. Entretanto, o mais recorrente é pelo sexo e pelo canal do parto”, detalhou o especialista.
AUTOEXAME - O autoexame é simples: basta verificar minuciosamente a pele que reveste a cabeça do pênis, o prepúcio (dobra de duas camadas da pele e mucosa que cobre a glande do pênis) e também a região pubiana. Um espelho facilita a procura. Identificada a presença de alguma verruga, por menos que seja, o especialista alerta para a procura de um urologista. Por meio de um exame chamado peniscopia será feita a leitura para identificar se a lesão encontrada se trata de HPV. “É nesse exame que é colocado um corante e averiguada a lesão com um microscópio. Se (a lesão) for sugestiva de HPV, o líquido vai mudar para uma cor que chamamos de acetobranca”, detalhou Gomes. Para lesões consideradas pequenas, o tratamento é feito no consultório ou então na própria casa do paciente, por meio de ácido prescrito pelo médico. Já as lesões maiores, são tratadas por meio de cauterização, que é a queimagem, e o material é encaminhado para biópsia.
ACOMPANHAMENTO - Na maioria dos casos, a pessoa pode ter o HPV e não apresentar sintomas, já que muitos tipos são espontaneamente eliminados pelo corpo. Porém, Gomes alertou que o vírus pode ficar por anos no organismo sem nunca apresentar qualquer sintoma. Em alguns casos, o HPV provoca alterações nas células e essas causam as chamadas verrugas vulgares. O urologista salientou que, uma vez contraído o vírus, o tratamento tem que ser constante. “Não há cura para o vírus, mas sim controle. À medida que você erradica a lesão, não significa que está tudo bem. A pessoa, por portar o vírus, pode tornar a ter uma nova lesão após alguns meses. Por isso, a importância do acompanhamento ginecológico”, afirmou Gomes. Apesar de parecer clichê, ele deixou claro: o melhor método para evitar o contágio do HPV tanto em homens quanto mulheres é o uso constante de preservativos.
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