Não à toa a política de alianças estabelecida pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem sido alvo de críticas de setores da oposição e, inclusive, de um segmento significativo de sua antiga base aliada. Ao receber, nesta terça-feira (29), a Medalha Ulysses Guimarães durante a solenidade em comemoração aos 25 anos da Constituição de 1988, no Senado, o cacique-mor do PT elogiou o controverso senador José Sarney (PMDB) e afirmou que a imprensa (sempre ela, né?) “avacalha” a política.
“Na história deste país, se a juventude lesse a biografia de Getúlio Vargas, de Juscelino Kubitschek e outras biografias, provavelmente não iriam desprezar a política, e muito menos a imprensa ia avacalhar a política como avacalha hoje. Não há nenhum momento da história, em nenhum lugar do mundo, que a negação da política tenha trazido algo melhor do que a política. O que aparece sempre quando se nega a política é um grupo praticando, na verdade, a ditadura”, afirmou Lula.
O ex-presidente, desde os movimentos de rua de junho, tem se esforçado na defesa do discurso antinegação à política. Lula tem insistido que os integrantes dos atos que tomaram o País precisam se inserir na política para transformá-la. O PT, inclusive, endossa essa posição e exibiu inserções e um programa de rádio e TV dedicado ao tema.
Constituinte
Integrante da Assembleia Constituinte que formatou a Constituição Federal de 1988, o ex-presidente Lula fez questão de ressaltar o papel de José Sarney, que presidia o Congresso na época, na elaboração do texto.
“Quero colocar sua presença na Presidência [da República] no momento da Constituição em igualdade de forças com o companheiro Ulysses [Guimarães, presidente da Assembleia Constituinte], porque, em nenhum momento, mesmo quando o senhor (José Sarney) era afrontado no Congresso, o senhor não levantou um único dedo para colocar qualquer dificuldade aos trabalhos da Constituinte, e certamente foi o trabalho mais extraordinário que o Congresso já viveu”, disse Lula.
Nenhum comentário:
Postar um comentário