O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, anunciou nesta terça-feira que 749 pessoas já foram detidas em protestos contra a reeleição do presidente Nicolás Maduro, proclamada pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) sob denúncias de fraude da oposição e de grande parte da comunidade internacional. Em declaração na sede do Ministério Público, ele afirmou que aqueles que destruíram o patrimônio público serão processados por “atos de terrorismo”, acusação que pode ser estendida a líderes opositores que “instigaram” a população sair às ruas — em referência a María Corina Machado, principal nome da oposição do país.
Saab culpou a oposição por “incitação ao ódio” e disse que o grupo fez um “chamado para exterminar e matar venezuelanos” ao convocar as pessoas a protestarem.
“Os apelos para irmos com nossas famílias a tal ou tal local, vocês acreditam na realidade virtual de que estão falando sobre ir com as famílias para caminhar? Vocês estão colocando suas famílias na frente para incendiar sedes públicas e matar venezuelanos”, disse o procurador-geral.
Ontem, após um dia de protestos maciços ao redor do país contestando o resultado anunciado pelo CNE, María Corina convocou as famílias venezuelanas a irem às ruas e se manifestarem em frente às seções eleitorais.
“Hoje estamos vendo expressões de cidadãos que resistem que roubem o seu futuro, que se desconheça a verdade. São expressões espontâneas nas zonas populares, legítimas frente a um regime ilegítimo”, afirmou a ex-deputada em coletiva na segunda.
Entre os detidos pelas forças de segurança do regime está o líder opositor Freddy Superlano, do Voluntad Popular (VP), que alertou nesta terça-feira para uma “escalada da repressão” em meio aos protestos contra a reeleição de Maduro.
Com informações do Jornal O Globo.
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