Até ontem, o Governo do Estado, nem mesmo a Secretaria de Saúde, havia reagido ao movimento na Assembleia Legislativa, desencadeado pelo deputado Gilmar Júnior. Integrante da bancada do PV na Casa, o parlamentar se deparou com todos os ares-condicionados quebrados nas UTIs do Hospital da Restauração. Enfermeiro, pressionado pela sua categoria, depois de apelar ao Governo, só lhe restou fazer uma vaquinha com os 49 colegas de parlamento.
Se cada um colaborar com R$ 500, valor mínimo da vaquinha, se chegará a um valor de R$ 49.500, o que, segundo avaliou Gilmar, seria o suficiente para aquisição de 16 aparelhos de ar-condicionado. Até ontem, 30 dos 49 deputados já haviam aderido, inclusive o presidente da Casa, Álvaro Porto, do PSDB, mesmo partido da governadora. Se isso vier a se concretizar, será um vexame para o Governo.
Na verdade, o termo mais apropriado é vergonha, porque depõe contra a governadora. É impossível acreditar que o Governo não disponha de R$ 50 mil no caixa do tesouro estadual para comprar os 16 aparelhos. É verdade que o caos na Restauração não pode ser jogado no colo de Raquel. É um quadro que se arrasta há muitos anos, agravado nos últimos oito anos de Paulo Câmara.
Mas deixar as UTIs no calor, por causa de um investimento mínimo de R$ 50 mil, é não ter a menor sensibilidade, falta de respeito com pacientes, médicos, enfermeiros, enfim, todos os profissionais da área que são obrigados a darem assistência a quem está lutando pela vida numa Unidade de Terapia Intensiva de um hospital.
Nenhum comentário:
Postar um comentário