PREFEITURA DE TRINDADE

SARGENTO EDYMAR

12 dezembro 2016

Caso Thiago Farias: julgamento de quarto acusado começa esta segunda

Júri popular será na Justiça Federal em Pernambuco e tem previsão de durar três dias
Promotor Thiago Farias
Promotor Thiago FariasFoto: Peu Ricardo/Arquivo Folha de Pernambuco
Começa, nesta segunda-feira (12), o julgamento de mais um acusado pela morte do promotor de Justiça Thiago Faria Soares, assassinado em 2013 no interior de Pernambuco. José Maria Domingos Cavalcante é acusado de homicídio doloso pela morte de Thiago, além de responder pela tentativa de homicídio da noiva do promotor, Mysheva Freire Ferrão Martins, e do tio dela, Adautivo Elias Martins. Os dois estavam com o promotor dentro do carro dele na noite do crime.

José Maria já deveria ter sido julgado pelo crime junto com os outros três acusados, em sessão no Tribunal do Júri que aconteceu de 24 a 28 de outubro passado, mas, devido a uma ausência injustificada de advogado dele, o julgamento foi desmembrado. Irmão de José Maria, Antônio Cavalcante Filho também é acusado de envolvimento no crime, mas está foragido.

O júri popular do último acusado é presidido pelo juízo da 36ª Vara Federal no edifício-sede da Justiça Federal en Pernambuco, no bairro do Jiquiá, Zona Oeste do Recife, e está previsto para durar três dias. A mãe de Thiago, Maria do Carmo Soares, já está no Recife para acompanhar o julgamento.

Dos outros três réus julgados em outubro, dois foram condenados e um absolvido. José Maria Pedro Rosendo Barbosa recebeu como pena 50 anos e quatro meses de prisão em regime fechado. Já José Marisvaldo Vitor da Silva pegou 40 anos e oito meses de prisão, também em regime fechado. Adeildo Ferreira dos Santos foi absolvido de todas as acusações e considerado inocente.

O caso
O promotor foi morto quando seguia de Águas Belas, onde trabalhava, no Agreste do Estado, no dia 14 de outubro de 2013. Mysheva Freire Ferrão Martins, noiva do promotor na época, e Adautivo Martins, tio dela, também estavam no mesmo veículo, mas não foram atingidos pelos disparos. 

O motivo do assassinato, de acordo com a Polícia Federal, envolveu uma disputa pelas terras da Fazenda Nova. José Maria Barbosa, o fazendeiro, havia perdido a posse para a noiva do promotor, em um leilão da Justiça Federal. Ele teve que entregar o imóvel. 

A investigação do caso foi transferida para a Polícia Federal no dia 13 de agosto de 2014, a pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Por determinação do Superior Tribunal de Justiça (STJ), a investigação da morte do promotor saiu das mãos da Polícia Civil e passou a ser de responsabilidade da PF. Para o STJ, "o crime estaria inserido no contexto de atuação de grupos de extermínio na área, conhecida como Triângulo da Pistolagem".

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