PREFEITURA DE TRINDADE

SARGENTO EDYMAR

04 agosto 2016

Acusado de matar ex-namorada e filho dela é condenado a 54 anos de prisão

A pena será cumprida na Penitenciária Barreto Campelo; defesa vai recorrer por pena menor

Atualizada às 18h13
Réu confesso, o padeiro Marcos Aurélio Barbosa da Silva, 25 anos, foi condenado a 54 anos de prisão pelo crime de homicídio, cometido contra a ex-namorada, a professora Sandra Lúcia Fernandes, 48, e contra o filho dela, Icauã Rodrigues, na época com 9 anos. O crime aconteceu por volta da meia-noite do dia 17 de fevereiro de 2014. A pena será cumprida na Penitenciária Barreto Campelo, em Itamaracá. A sentença foi proferida pela juiza Andrea Calado, no Fórum de Olinda, na tarde desta quarta-feira (3). 
Marcos Aurélio foi condenado a 25 anos pelo crime cometido contra Sandra, e 29 anos por Icauã, sendo 4 anos e seis meses apenas pelo fato de ele ser criança. Seis meses foram atenuados da pena final. Os qualificantes do crime foram meio cruel, motivo fútil e recurso que impossibilitou a defesa da vítima. À criança, soma-se a acusação de "queima de arquivo". 
O crime aconteceu na casa da vítima, no bairro de Jardim Atlântico, em Olinda, e o acusado afirmou que a causa foi ciúmes. Na ocasião, o casal tinha saído para uma prévia de Carnaval, na mesma cidade, e deixado a criança com uma vizinha, quando começaram a discutir. O acusado diz ter visto Sandra "atracada" com outro homem, voltou sozinho e esperado Sandra em um mercado próximo ao apartamento dela, no bairro de Jardim Atlântico. Quando ela chegou, buscaram lcauã no apartamento da vizinha e seguiram para o apartamento de Sandra. O garoto teria ido para o próprio quarto e o casal, para o quarto dela, quando ele começou a espancá-la. Marcos então pegou a faca na mesa da cozinha e esfaqueou a mulher e o enteado na sala. Sandra foi esfaqueada sete vezes e Icauã, 10. No momento do crime, faltava energia no prédio.
O assassino foi encontrado seis horas depois do crime, na casa dos pais, no bairro de Maranguape II, em Paulista, cidade vizinha a Olinda. O instrumento do crime foi localizado junto ao acusado. O padeiro se relacionou com a professora por cerca de três anos e nunca havia apresentado comportamento violento contra ela antes do dia do crime segundo amigas da vítima. A prisão em flagrante do acusado foi convertida em prisão preventiva. Ele estava no Centro de Observação e Triagem Professor  Everardo Luna (Cotel), no Recife. 
    Quando o acusado chegou ao fórum nesta quarta-feira, amigos da vítima gritavam "Assassino". Durante o julgamento, o réu confessou o crime friamente, afirmando que ainda espancou a mulher no quarto do apartamento antes de matá-la com facadas. Ele diz ter matado a criança sem querer, mas o número de facadas indicaram o contrário. Marcos Aurélio disse se arrepender pelo sofrimento da família. Amigos, professores e integrantes do Movimento de Mulheres em Luta presenciam o julgamento com faixas e cartazes pedindo justiça e o fim da cultura do machismo.
    Anderson Stevens/Folha de Pernambuco
    Amigos e familiares choram ao final da sentença
    O pai da criança, André Luiz Rodrigues de Santana, esteve presente e chorava bastante durante o julgamento. Ele afirmou que vizinhos comentavam prévias agressões do réu contra a vítima. "A justiça da Terra foi feita, mas a do Céu esta por vir, é nisso que eu acredito", afirmou. Ele ainda acredita que a pena foi justa porque Marcos é uma ameaça à sociedade. Amiga da vítima, Eunice Nascimento também tem o mesmo sentimento de que a Justiça foi feita. "Mas ainda não acabou, porque a luta contra a violência praticada contra a mulher continua", afirma.
    Para a advogada de defesa, Tereza Joacy, o sentimento é de dever cumprido. "Mas a pena foi excessiva", afirmou. Ela informa que irá abrir recurso para diminuir a pena para 25 anos. Enquanto o recurso tramita, no entanto, Marcos ficará preso.  

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