Em entrevista ao jornal “O Valor”, o governador Paulo Câmara (PSB) cobrou, urgentemente, alternativas aos pleitos dos demais governadores do Nordeste que pedem uma compensação para os Estados mais endividados pelas perdas provocadas pelas reduções no Fundo de Participações dos Estados (FPE). "Chegou a hora de o Governo apresentar definições", cobrou. Para ele, não existe movimento dos governadores visando retaliar o governo federal, com a retirada do apoio ao projeto de renegociação das dívidas estaduais.
Apesar do texto base do projeto ter sido aprovado na semana passada, os destaques serão votados separadamente. O governador do Piauí, Wellington Dias (PT), segundo Câmara, está tentando articular uma reunião entre as bancadas do Norte e do Nordeste com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, para tratar do assunto.
O socialista destaca que a alternativa proposta pelo governo de usar recursos provenientes da repatriação de dinheiro no exterior para compensar os Estados menos endividados não é a ideal. "É uma alternativa que envolve muita imprevisibilidade porque não se sabe qual o montante de recursos que vai ser repatriado", avaliou.
Para o governador, uma alternativa seria o Governo permitir que os Estados pudessem voltar a contrair créditos por meio de empréstimos. Somente Pernambuco possui uma carteira de projetos avaliada em cerca de R$ 2 bilhões que poderiam sair do papel caso pudesse contrair novos empréstimos. "Não temos a ilusão de conseguir um empréstimo de R$ 2 bilhões, mas um de R$ 500 milhões já seria positivo", afirmou.
Falando ao blog, o governador de Alagoas, Renan Filho (PMDB), deixou clara a intenção dos gestores nordestinos diante da renegociação da dívida pública junto à União. Eles buscam algum tipo de compensação por parte do Governo Federal. Estados solicitaram uma ajuda emergencial de R$ 14 bilhões. Segundo ele, Meirelles disse que ia analisar as solicitações dos Estados e se comprometeu em estudar.
Os pleitos giram em torno de uma compensação do Fundo de Participação dos Estados. Renan Filho lembrou que a crise castiga os Estados na queda de arrecadação. Na avaliação dele, o Governo Federal está em busca da confiança que o Brasil precisa para retomar o crescimento. A ajuda emergencial solicitada pelos governadores do Piauí, Ceará, Bahia, Maranhão, Paraíba, Alagoas e Rio Grande do Norte é de R$ 14 bilhões.
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