Operação da PF também reforça desconfiança do Congresso sobre atuação de Moro.
Folha de S. Paulo - Painel
Por Daniela Lima
Além de dar ares de crise incontornável ao impasse entre Jair Bolsonaro e seu partido, a batida da Polícia Federal que atingiu o presidente do PSL, Luciano Bivar (PE), ampliou a desconfiança entre o Congresso e Sergio Moro (Justiça). Assim que a operação foi divulgada, deputados de centro-direita especularam sobre o timing da ofensiva e a possibilidade de vazamento de informações para o Planalto. A esquerda explorou o tema em plenário. Siglas simpáticas a Bolsonaro ouviram silentes.
Deputados e integrantes do universo jurídico passaram a manhã indagando se Bolsonaro havia sido avisado da operação com antecedência e relembrando o calendário de encontros do presidente com o ministro da Justiça e o diretor-geral da PF, Maurício Valeixo.
Dentro do PSL, a ofensiva da PF com foco em Bivar foi vista como um ponto de não retorno para a crise interna. Ninguém aposta mais em uma solução pacífica. Aliados de Bivar acreditam que o Planalto não só sabia da ação deflagrada nesta terça (15), como também atuou para que a Justiça Eleitoral a autorizasse.
O PSL está em vias de fechar acordo para que o ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral Henrique Neves o represente na disputa com Bolsonaro. Segundo integrantes da legenda, só faltam formalidades para a assinatura do contrato. O presidente conta com outro ex-ministro da corte, Admar Gonzaga, em sua banca.
Assistindo ao impasse de camarote, o deputado Alexandre Frota (SP), que foi expulso do PSL e se filiou ao PSDB, comentou: “Saí na hora certa. Enxerguei isso antes”.
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