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SARGENTO EDYMAR

06 novembro 2018

Rusgas diplomáticas de Bolsonaro custam caro

Rusgas diplomáticas de Bolsonaro custam caro

Josias de Souza
No seu desejo de seguir as pegadas de Donald Trump, Jair Bolsonaro coleciona contenciosos internacionais antes mesmo de pendurar no ombro a faixa presidencial. O novo presidente brasileiro compra briga com a China e com os mundos árabe e muçulmano. O problema é que o Brasil não tem a força dos Estados Unidos. E quem não é forte precisa ser pelo menos diplomático. Sob pena de perder relevância política e, sobretudo, dinheiro.
O governo do Egito cancelou visita de quatro dias que o chanceler brasileiros Aloysio Nunes faria ao país entre quinta-feira e domingo. Alegou-se em cima da hora que autoridades egípcias tiveram problemas de agenda. Isso é lorota. Trata-se na verdade de uma reação ao anúncio feito por Bolsonaro de que vai transferir a embaixada brasileira em Israel de Tel Aviv para Jerusalém.
Aloysio Nunes viajaria em missão comercial. Pelo menos duas dezenas de empresários brasileiros já estavam no Egito para se incorporar à comitiva do chanceler. O gesto dos egípcios é prenúncio da encrenca que se forma nos mundos árabe e muçulmano, grandes consumidores de carne e frango do Brasil. Atacada por Bolsonaro durante a campanha, a China, nossa maior parceira comercial, também olha para Brasília com um pé atrás. No afã de macaquear Trump, Bolsonaro não se deu conta de que a diplomacia, como o nome indica, só funciona quando é macia.

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