PREFEITURA MUNICIPAL DE TRINDADE

28 março 2016

O mundo inteiro de olho no Brasil

O "gigante", que era considerado fenômeno, hoje é alvo de preocupação e críticas mundiais

Governo Dilma tem gerado comentários ácidos e, até mesmo, sugestões de renúncia
A partir de 2008, a crise econômica internacional provocada pelo colapso do mercado imobiliário americano esfriou o interesse mundial nos grandes mercados tradicionais e chamou a atenção para o desempenho ascendente dos países emergentes. Neste contexto, o Brasil ganhou as manchetes e as reportagens dos principais jornais e revistas do mundo. O britânico The Economist estampou a imagem do Cristo Redentor decolando em sua capa em 2009, o francês Le Monde destacou que o gigante brasileiro estava se impondo e o também franco Les inRocKuptibles cravava que a esquerda teria vencido no País. As edições celebravam o crescimento acelerado da economia, a política de estímulo aos investimentos do governo, as vantagens competitivas do País, o ambiente institucional sólido e as possibilidades do amplo mercado interno.
O otimismo começou a ser revertido com a primeira capa da revista britânica The Economist de 2013. A publicação minava a celebração da edição anterior, mostrando o Cristo Redentor, que no passado decolava, caindo em um voo desgovernado para o chão. A reportagem destacou a previsão de crescimento pífio da economia, apontou erros na política econômica e a sua falta de reação diante do cenário desfavorável.
A previsão de dificuldades na economia somente foram deixadas de lado para retratar a onda de protestos que invadiu o País, em junho de 2013. A realização da Copa do Mundo a poucos dias das manifestações aumentou, ainda mais, o interesse da imprensa internacional. Veículos como El País (Espanha), The New York Times (EUA), Reuters (França), The Guardian (Inglaterra), Le Monde (França) e Clarín (Argentina) destacaram a insatisfação popular e os riscos da realização da Copa do Mundo no Brasil.
No ano seguinte, o acirramento da disputa eleitoral também foi destaque, enquanto publicações como Financial Times e The Economist mantinham seus posicionamentos críticos em relação aos rumos da economia brasileira e ao escândalo de corrupção na Petrobras. O mais incisivo foi, mais uma vez, o The Economist que estampou a manchete “Por que o Brasil precisa mudar”, justamente em outubro, mês em que são realizadas as votações. A polarização e o acirramento da disputa entre a presidente Dilma Rousseff (PT) e o senador Aécio Neves (PSDB) eram retratadas como imprevisíveis.
A atenção da imprensa internacional com o cenário político brasileiro voltou a ser alimentada no início de 2015. Mais uma vez o País voltava às ruas em protestos contra a corrupção, encurralando o governo da presidente reeleita Dilma Rousseff. O agravamento da crise econômica, o impasse político e o avanço das investigações da Lava Jato foram temas constantes dos veículos internacionais. O imbróglio político só perdeu a atenção para outra pauta negativa relacionada ao Brasil: a epidemia do
vírus zika. Publicações alertavam para o risco do turismo brasileiro e o mistério em torno da doença. O jornal inglês Daily Mirror chegou a recomendar que os ingleses não engravidassem brasileiras, durante viagem pelo País.
Os desdobramentos da crise política não evidenciaram apenas as lideranças políticas, mas também o Judiciário brasileiro. Sob os holofotes está o condutor da Lava Jato, o juiz Sergio Moro, cuja a imagem é alvo de controvérsia também na mídia internacional. O The Economist chegou a relatar que o magistrado poderia ter “ido longe demais” com os grampos de conversa de Lula com a presidente Dilma Rousseff e o El Pais questiona a postura “justiceira” de Moro. Mas ele também foi exaltado pela revista Fortune como 13° líder mais influente do mundo.

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