PREFEITURA MUNICIPAL DE TRINDADE

26 setembro 2013

População e animais sofrem para serem atendidos no Hospital Veterinário da UFRPE

Blog R7 recebeu uma série de reclamações sobre a estrutura de atendimento

Nos becos do Mercado de Água Fria, localizado na Zona Norte do Recife, o cãozinho apelidado de Lobinho sofre com a pata dianteira fraturada em três pontos, há pelo menos três semanas. Outro cachorro, socorrido em Cavaleiro, no município de Jaboatão dos Guararapes, chorava de dor, com sintomas de cinomose. Em comum entre os dois casos citados, e outras centenas que já foram denunciados, está a negligência no atendimento aos animais no Hospital Veterinário da Universidade Federal de Pernambuco (UFRPE), justamente onde deveriam receber o mínimo de atenção. Nos últimos dias, a blog R7 recebeu uma série de reclamações por parte de voluntários e donos de animais, que presenciaram a dificuldade para conseguir atendimento na unidade, reaberta há cerca de duas semanas.
Cortesia
Gata Vitória e o cachorro Lobinho agonizam com a falta de atendimento
Desde a reinauguração do hospital, as queixas variam, sobretudo, entre problemas no agendamento das consultas e a ausência dos atendimentos de emergência. Quem vai à unidade com o animal com problemas sérios de saúde poderá escutar de um dos atendentes que a consulta, mesmo que para situações de urgência, terá que ser agendada, ou simplesmente ter a avaliação negada, como denunciou o comerciante Ivanildo Alves, responsável pelo socorro de Lobinho. “Após levá-lo em uma clínica, conduzi ele para o Hospital Veterinário. Porém, quando cheguei lá, disseram que o cachorro não poderia ser atendido, e que eu precisava agendar pelo telefone. Também me informaram que o local não atendia emergência”, relata.
Com a primeira tentativa de socorro a Lobinho frustrada, Ivanildo diz ter montado até um mutirão junto com amigos e familiares para tentar, enfim, realizar o agendamento para a consulta do animal, que foi atropelado por uma moto, próximo ao Mercado de Água Fria. Tentativa também sem sucesso. “Nos dois números (3320-6410 e 3320-6411) disponibilizados para o agendamento, o primeiro sempre não atende, e o segundo fica com a linha ocupada. Em um momento que conseguimos, fomos informados que, para o dia, as 60 fichas já haviam se esgotado, isso, por volta das 7 horas ”, explica o comerciante. No entanto, o que mais incomodou Ivanildo foi a negligência do médico com o cão. “Mesmo com o atendimento negado, insisti e pedi para ele olhar o animal no carro, mas ele não se sensibilizou”.
Situação triste também viveu um cachorro socorrido no bairro de Cavaleiro, em Jaboatão. Segundo relato de Magda Pinto, publicado no Facebook em um grupo sobre animais, o cão agonizava em frente ao hospital aos olhos dos profissionais da unidade. “O médico disse que o cachorro estava em fase terminal e que não teria mais jeito de ajudá-lo. Foi embora e deixou o animal agonizando e chorando no chão. Acho que se estivesse mesmo em estado terminal, deveriam fazer algo para aliviar o sofrimento da criatura. Dar uma morte digna a ele, e não deixar o pobre lá jogado”, reclama.
Assim como o cãozinho socorrido por Magda, outros animais passaram pela mesma situação, como a gatinha Vitória, que precisou ser levada para uma clínica depois de não conseguir agendar um atendimento para o animal. “Segundo uma menina que fica no portão do hospital, não existe emergência lá. Só com agendamento pode ser realizada a consulta. E nós ligamos muito, mas ninguém atende”, relata Rayssa França, que, junto com mais três pessoas, procura ajuda para o tratamento da gata. Segundo Rayssa, o animal perdeu a visão de um olho, além de estar com um grande ferimento.

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