Ponte em Moreno em situação precária

Equipamento, que fica numa estrada de barro em Matriz da Luz, está aos pedaços

Na única estrada que liga a comunidade Matriz da Luz à BR-232, a falta de estrutura da ponte Rio Una está perto de deixar moradores e trabalhadores totalmente isolados. E pior. Está a ponto de provocar um acidente sério para aqueles que arriscam passar com os veículos por ela. Ou por cima do pouco que sobrou dela, já que, há pelo menos oito meses, apenas restam pedaços de aço e algumas madeiras, colocadas pelos moradores, fazendo a ligação da via sem asfalto.

Arthur Mota/Folha de Pernambuco

Motoristas precisam colocar madeiras para atravessar

A estrada de barro fica situada na altura do quilômetro 22, já no município de Moreno, Região Metropolitana do Recife (RMR). Após a entrada na via, a ponte fica apenas há alguns quilômetros de distância da pista. Por lá, passam diariamente veículos, motocicletas, ônibus escolares e até mesmo caminhões de descarga. Há anos, os moradores vêm tentando evitar a destruição total da ponte, colocando tábuas de madeira para possibilitar a passagem dos veículos. Mas essa medida, no entanto, já não está mais funcionando.

Segundo Matheus Lopes, 18 anos, que passa quatro vezes por dia pela ponte para entregar a merenda escolar dos estudantes da Escola Municipal Bento Luiz de Figueroa, localizada na Vila Camaçari, desde novembro do ano passado a situação precária da ponte vem se intensificando. “Aqui, a gente tem que colocar a cabeça do lado de fora do veículo para conseguir enxergar a trilha”, revelou.

O motorista Marconi Miranda, 51 anos, que também transita diariamente pela via, contou que chegou a presenciar o mo­mento em que um carro caiu. “Era uma mulher grávida que estava dirigindo. A traseira do veículo caiu das tábuas. O carro teve de ser levantado para que fosse tirado da ponte. Um verdadeiro transtorno”, contou. Ele ressaltou, ainda, que desde então não atravessa sem a ajuda de outra pessoa. “Quando não tenho ninguém comigo vou chamar alguém para me ajudar”, concluiu.

Luziara Araújo da Silva, 51 anos, é professora da escola municipal e depende da ponte para chegar até o local. Ela revelou que o descaso sempre existiu. “O problema é que todos nós dependemos dela. E como aqui não tem posto de saúde e nem comércio, quase todas as atividades precisam da estrutura viária”, revelou a discente, que trabalha na região há cinco anos e mora no Recife.

De acordo com assessoria de Imprensa da Prefeitura de Moreno, o projeto para a reconstrução da ponte já foi elaborado em parceira com as secretarias municipais de Obras e Transporte. A assessoria afirmou, também, que ainda nesta semana será aberto o processo de licitação. A expectativa, segundo o órgão, é que até a primeira semana de abril boa parte da obra na ponte já esteja concluída, antecipando o prazo de 60 dias para a conclusão total da reconstrução.