SÃO PAULO - Em meio à onda de violência que atinge o Estado, o
secretário de Segurança Pública de São Paulo, Antonio Ferreira Pinto,
pediu exoneração do cargo nesta quarta-feira, 21.
O
ex-procurador-geral de Justiça de São Paulo, Fernando Grella Vieira,
será o novo titular da pasta, confirmou nesta manhã o governador Geraldo
Alckmin (PSDB). Ele será nomeado ainda nesta quarta e assumirá
oficialmente nesta quinta, 22.
"Ele (Ferreira Pinto) colocou o
cargo à disposição. Eu quero agradecer ao doutor Ferreira Pinto, que
trabalhou com competência, com honestidade, com dignidade na função
pública que exerce", disse Alckmin, sem mencionar o motivo da mudança.
Sobre
o novo secretário, Alckmin frisou a bagagem do escolhido como
procurador à frente do Ministério Público paulista. "É uma pessoa com
grande experiência, quase trinta anos como promotor e procurador e está
preparado para a gente
poder dar mais um avanço, para São Paulo
continuar sendo um dos Estados mais seguros do Brasil. Nós reconhecemos
as dificuldades que estamos passando e vamos nos empenhar de forma
redobrada nesse trabalho", afirmou.
Parceria.
No dia 6, o
governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e o ministro da Justiça, José
Eduardo Cardozo, anunciaram um conjunto de ações para combater a
escalada da violência no Estado. Uma agência integrando as polícias do
Estado e a polícia federal foi criada com o objetivo de facilitar a
troca de informações entre as duas esferas e aumentar a eficiência do
combate ao crime organizado.
Outra estratégia que vem sendo
adotada é a transferência de líderes do Primeiro Comando da Capital
(PCC) para presídios de segurança máxima do governo federal. Dois
membros da facção já foram enviados a essas unidades: no dia 8, Antonio
Cesário da Silva, o Piauí, deixou a Penitenciária Estadual de Avaré, no
sudoeste paulista, e foi levado para a Penitenciária Federal de Porto
Velho, capital de Rondônia; no dia 16, Roberto Soriano, conhecido como
Beto Tiriça, foi transferido da Penitenciária de Presidente Bernardes,
também no interior paulista, para o Presídio Federal de Porto Velho, em
Rondônia.
A parceria com o governo federal, firmada depois de uma
série de desentendimentos entre Ferreira Pinto e o ministro Eduardo
Cardozo, também prevê ações de contenção do tráfico por mar, terra e ar.
As polícias vão fiscalizar os acessos ao Estado, incluindo no porto de
Santos, no litoral de São Paulo, e nos aeroportos. A fragilidade da
segurança nas fronteiras era uma das principais reclamações do
governador Geraldo Alckmin.
Violência.
A alta no número de
homicídios na região já deixou ao menos 214 mortos desde o dia 24 de
outubro, segundo levantamento do estadão.com.br. Entre a noite de
terça-feira, 20, e a madrugada desta quarta, 21, dez pessoas morreram na
Região Metropolitana de São Paulo, sendo duas em confronto com a
polícia. Por Fabiano Alencar;
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