O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) pautou para amanhã uma proposta que cria critérios para igualdade de gênero na magistratura. A proposta é da desembargadora federal da 4ª Região Salise Sanchotene, que integra o CNJ e quer garantir o espaço de mulheres em promoções em tribunais, inclusive os superiores.
A votação ocorre em contexto simbólico: o CNJ é presidido por uma mulher, a ministra Rosa Weber; há um debate sobre a falta de representatividade feminina nos tribunais; e ao que tudo indica Lula vai indicar um homem para o lugar de Rosa Weber, que se aposenta no fim deste mês – reduzindo ainda mais a tão exígua representatividade feminina.
Além disso, nos bastidores, há pressão para que a votação seja adiada. Segundo procuradores, integrantes de tribunais de justiça estaduais pediram essa suspensão da votação, entre eles, integrantes do TJSP “que tem 357 desembargadores e somente 37 mulheres”, segundo uma das procuradoras ouvidas pelo blog.
Várias associações das carreiras jurídicas apoiam a resolução. A Associação Nacional dos Procuradores e Procuradoras da República (ANPR) apoia medidas de igualdade de gênero. A relatora , desembargadora Salise Sanchotene, não vai retirar da pauta. A votação está prevista para começar nesta terça, às 9h , e a proposta é o primeiro item da pauta.
Procuradoras estão indignadas com o movimento de pressão pelo adiamento e dizem, nos bastidores, que ele traduz o machismo na magistratura e a falta de interesse nesse debate.
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