PREFEITURA DE TRINDADE

SARGENTO EDYMAR

20 setembro 2023

Mercado e governo com jeito de montanha-russa

Por Rudolfo Lago

São curiosas as oscilações de humor do mercado financeiro com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do seu ministro da Fazenda, Fernando Haddad. A série de pesquisas que o Instituto Quaest vem fazendo para a Genial Investimentos com analistas, banqueiros e financistas do mercado revela um cenário de verdadeira montanha-russa, um sobe e desce que reflete

 Importante levar em conta que, de um modo geral, trata-se de um ambiente hostil ao pensamento mais à esquerda que predomina no governo. Segundo a pesquisa, os nomes mais admirados pelos entrevistados são de conservadores. O mais admirado é o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, com quem Lula vive às turras.

Em março, na primeira rodada da pesquisa, a confiança do mercado financeiro registrada era literalmente zero. Nenhum dos pesquisados disse ter uma avaliação positiva do governo Lula. Em maio, já admitia modestos 2%. Em junho, pulou para 20%. Agora, caiu para 12%.

A avaliação da maioria, porém, sempre foi mais negativa. Em março, era quase unânime, em 90%. Baixou para 86% em maio. Despencou para 44% em junho. Agora, ficou em 47%. O melhor momento do governo foi a virada do primeiro para o segundo semestre.

Se a pesquisa ainda reflete um percentual alto de desconfiança com Lula, o mesmo não acontece com Fernando Haddad. O gráfico do ministro da Fazenda é a própria montanha-russa. No início do governo, em março, somente 10% dos entrevistados do mercado financeiro tinham uma visão positiva dele. Isso subiu para 26% em maio. E deu um impressionante salto para 65%. Agora, baixou para 46%. Essas oscilações para baixo agora refletem a recepção que o mercado teve da proposta de orçamento e do lançamento do PAC: não há muita confiança de que seja real a preocupação com a responsabilidade fiscal e o esforço para cortar gastos.

Quase ninguém acredita que o governo irá cumprir a meta prometida no orçamento de déficit zero no ano que vem. Ou seja, que irá gastar exatamente no mesmo valor que arrecada. Percebe-se muita pressão por investimentos e política por liberação de emendas.

Assim, oscila também em altos e baixos a expectativa do mercado com relação aos próximos dias. Em março, somente 6% achavam que a economia ia melhorar. Subiu para 13% em maio. A expectativa positiva pulou para 53% em junho. Agora, caiu de novo para 34%.

Mais próximos de Campos Neto, os entrevistados pela Quaest acham que a política econômica vai na direção errada. Isso era quase unânime em março (98%). Reduziu para 90% em maio. Caiu bem, para 53%, em maio. Mas subiu de novo agora, para 72%.

Para os entrevistados, a entrada do Centrão no governo ajuda na formação da maioria. Mas não necessariamente significa que o governo aprovará sua agenda. No caso, a maioria (53%) considera essa capacidade regular. Para 27%, ela é baixa. E 20% acham altas.

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