A governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB), anulou uma dispensa de licitação escandalosa, da ordem de R$ 52 milhões, para uma feira de livro, depois de denúncia feita por este blog, com um agravante: a Andelivros, empresa beneficiada, é de fachada, com zero de capital social. O que se diz no mercado é que o poderoso Sebastião Figueiroa, alvo de ações da Polícia Federal, estaria com os dois pés e a cabeça na Andelivros e na promoção da feira.
Passar a borracha em cima do malfeito é uma boa ação, mas da mesma forma das joias de Bolsonaro, não representa o fim. A governadora tem fama de centralizadora, ninguém move uma palha em sua gestão sem o aval dela. Se a dispensa da licitação chegou ao DO, certamente foi com autorização dela, porque a secretária de Educação não teria autonomia para conduzir um processo envolvendo uma montanha de dinheiro.
A intenção da governadora virou um problemão para ela e o seu governo. Os deputados da oposição vão hoje ao Ministério Público e ao Tribunal de Contas cobrar uma investigação. Todos sabem o que é uma ação desonesta, mas o que a honestidade, isso ninguém sabe. Procuradora estadual e delegada da Polícia Federal, Raquel se diz zelosa do dinheiro público. Mas deveria saber que é a intenção, e não a doação, que faz o doador. E que as boas intenções acabam pavimentando o caminho do inferno.
Deveria saber também que o conhecimento da verdade é a intenção mais elevada da ciência e considera-se mais uma fatalidade do que intenção se, na procura da luz, provocar algum perigo ou ameaça.
E para o Estado, a intenção de jogar R$ 52 milhões pelo esgoto não faz diferença nas joias de Bolsonaro. Seu ato pode até ser diferenciado, mas a sua qualidade moral ficou para trás. Esse é o grande problema.
Somente a razão não chega mais a ser suficiente!
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