Os pesquisadores das universidades Sorbonne Paris Norte e Université Paris investigaram como adoçantes comuns, entre eles aspartame, acesulfame de potássio e sucralose, podem influenciar na ocorrência de doenças cardiovasculares. Para a análise, foram utilizadas informações de cerca de 100 mil voluntários de um projeto de pesquisa sobre nutrição e saúde iniciado em 2009 no país.
“Nossos achados apontam que os aditivos alimentícios, consumidos diariamente por milhões de pessoas e acrescentados a milhares de alimentos e bebidas, não devem ser considerados uma alternativa saudável e segura ao açúcar, como indicam muitas agências de saúde”, informaram.
Metodologia e conclusões
Os participantes indicaram todos os alimentos e bebidas que consumiam ao longo da semana, respondendo ainda sobre frequência e quantidade. A cada seis meses, eles respondiam novamente os questionários para atualizar os hábitos alimentares. A partir dessas informações, os cientistas calcularam a quantidade de adoçante presente nos alimentos e nas bebidas, indicando os tipos de aditivos mais utilizados.
De acordo com os resultados, 37% dos participantes consumiam o equivalente a um sachê de adoçante por dia – a quantidade é equivalente ao encontrado em 100 mL de refrigerante diet. Os aditivos mais usados eram aspartame (57,9%), acessulfame de potássio (29,2%) e sucralose (10,1%).
Durante o período analisado, foram registrados 1.502 eventos vasculares entre os participantes do grupo. Os consumidores regulares de adoçantes apresentaram 9% mais chance de apresentarem doenças cardiovasculares e 18% mais chance de terem doenças cerebrovasculares.
Dos aditivos, o aspartame foi mais associado aos eventos cerebrovasculares, e o acessulfame de potássio e a sucralose, às doenças coronarianas. A pesquisa complementa outro trabalho publicado em março deste ano pelo mesmo grupo, o qual relacionou o consumo dos adoçantes com o aumento de risco para câncer.
Os estudiosos alertam que os resultados ampliam a compreensão sobre os efeitos dos adoçantes, mas ressaltam a necessidade de mais estudos para estabelecer relações com outros fatores como o estilo de vida dos participantes. (Metrópoles)
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