PREFEITURA DE TRINDADE

SARGENTO EDYMAR

13 junho 2022

Novidade: medicamento de combate à obesidade pode chegar ao Brasil no começo de 2023

Clipping

Medicamento aprovado pela Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora de medicação dos Estados Unidos, para tratamento da diabetes tipo 2, pode se tornar importante arma contra a obesidade e chegar em breve ao Brasil. Segundo a farmacêutica Eli Lilly, que desenvolveu a tirzepatida, o aval para uso da droga já foi solicitado à Anvisa e, se aprovado, pode estar disponível “em meados de 2023”. Além disso, os resultados dos testes clínicos para avaliar a eficácia no emagrecimento foram publicados no início de junho pela revista científica The New England Journal of Medicine, e comprovaram uma redução de até 21% do peso corporal de participantes com cerca de 104,8 kg, inicialmente.

Não é de hoje que remédios antidiabéticos são utilizados contra a obesidade. Quando falamos em emagrecimento entramos em um assunto que deixa muitas dúvidas e mitos sobre o processo como ocorre. Inúmeras promessas para combater o ganho de peso, fórmulas mágicas e procedimentos. Para se ter ideia, se digitássemos no Google “fórmulas para emagrecimento, há 10 anos teríamos, 50 vezes menos “criações” para a perda de peso. 

Parece existir uma necessidade de “criação” de tentativas que combatam o acúmulo de gordura. No entanto, nada disso supera os bons hábitos de vida, que incluem alimentação equilibrada, sono de qualidade, intestino regulado e atividade física (os 4 pilares da saúde). Sabemos que o acúmulo de gordura é multifatorial e inclusive citei aqui em outra oportunidade sobre o intestino e o ganho de peso. Hoje trago para vocês algo que é bastante utilizado por nós médicos na tentativa de intervir no ganho de peso.

Saliento que o acúmulo de gordura tem como causa comum o excesso de insulina no nosso sangue, produzido em decorrência do uso excessivo de açúcares refinados e gorduras saturadas. Uma pessoa que se alimenta dessa forma rotineiramente eleva a taxa de açúcar no sangue e predispõe ao fenômeno da glicação, responsável por desregular a comunicação entre os receptores celulares e os seus hormônios específicos. Dessa maneira, a insulina, por exemplo, não consegue uma boa comunicação com o seu receptor e não exerce bem a sua função. Então, o pâncreas (órgão produtor deste hormônio) exagera na liberação de mais insulina no sangue, isso leva à resistência à insulina e com isso o seu organismo tem capacidade aumentada de acumular gordura. 

Entendendo esta situação, os antidiabéticos foram medicações criadas para regular esta fisiologia que é concentrada na resistência à insulina. Um deles muito utilizado é o Liraglutida, que simula o hormônio GLP-1 do seu corpo, que melhora a sensibilidade à insulina, ou seja, a atuação da insulina ao seu receptor. Assim, não há acúmulo excessivo de gordura corporal. Por isso, crescem cada vez mais estudos voltados a utilização dos antidiabéticos no tratamento da obesidade, pois é um fato que existe uma grande dificuldade de emagrecer com a insulina alta no seu organismo. 

Para utilização desse tipo de medicamento é essencial uma consulta com um médico que avaliará sinais e sintomas de resistência à Insulina, como a acantose nigricans (manchas características na pele em região de dobras), gordura abdominal em excesso e fome aumentada. Ademais, serão solicitados exames específicos para confirmação diagnóstica e assim o tratamento será proposto. Assim, atualmente cresce cada vez mais uma relação entre o uso de antidiabéticos e o emagrecimento.

Fonte: Folha-PE

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