A inflação oficial de preços disparou 0,93% em março e superou o teto da meta pré-estabelecida pelo governo no acumulado dos últimos 12 meses, de acordo com os dados divulgados nesta sexta-feira (9), pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Com a maior alta para o mês desde 2015, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) acumula ganhos de 2,05% no primeiro trimestre de 2021 e de 6,1% nos últimos 12 meses. A variação supera o teto da meta definida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional) para o índice oficial de preços, de 3,75%, com margem de 1,5 ponto percentual para mais (5,25%) ou para menos (2,25%).
As recentes altas da inflação e as expectativas acima da meta governamental já fizeram o BC (Banco Central) revisar as previsões para a inflação de 2021 e resultaram no primeiro aumento da taxa básica de juros, a Selic, desde 2015.
A variação de preços teve novamente os combustíveis (+11,23%) como o principal vilão para o bolso dos consumidores. A gasolina nos postos teve alta de 11,26%, o etanol, de 12,59% e o óleo diesel, de 9,05%.
“Foram aplicados sucessivos reajustes nos preços da gasolina e do óleo diesel nas refinarias entre fevereiro e março e isso acabou impactando os preços de venda para o consumidor final nas bombas”, avalia o gerente da pesquisa, Pedro Kislanov.
O segundo maior impacto do IPCA de março partiu do grupo de habitação (+0,81%), principalmente devido aos preços mais elevados do botijão de gás (+4,98%), que acumula alta de 20% nos últimos 12 meses. Além disso, as contas de energia elétrica (+0,76%) voltaram a subir, após recuar 0,71% em fevereiro.
Alimentos
A boa notícia trazida pelo IPCA de março para as famílias surgiu do grupo de alimentação e bebidas, que desacelerou a alta pelo quarto mês consecutivo com um avanço de 0,13%. As variações anteriores foram de 1,74% em dezembro, 1,02% em janeiro e 0,27% em fevereiro.
“Os alimentos tiveram alta de 14,09% em 2020, mas, desde dezembro, apresentam uma tendência de desaceleração. Alguns fatores contribuem para isso, como uma maior estabilidade do câmbio e a redução na demanda por conta da suspensão do auxílio emergencial nos primeiros meses do ano”, analisa Kislanov.
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