Bretas achou que decisão de Janot de matar Gilmar Mendes fosse fake news. Juiz federal diz que decisão do STF poderá anular quase todas as condenações da Lava-Jato no Rio.
Bretas evitou comentar recente decisão do STF (Marcos Arcoverde/Estadão Conteúdo)
Da Veja Por Fernando Molica
Responsável pelos processos da Lava-Jato no Rio, o juiz federal Marcelo Bretas disse que, num primeiro momento, duvidou que Rodrigo Janot, ex-procurador-geral da República, tivesse mesmo declarado que planejara matar Gilmar Mendes, ministro do Supremo Tribunal Federal. “Achei que era uma notícia falsa, uma fake news.” Bretas afirmou que só se convenceu da veracidade do caso ao ler a reportagem de VEJA sobre o livro de Janot.
“Nunca imaginei que uma situação daquelas pudesse acontecer”, completou o juiz, um dos convidados para a área VIP do Rock in Rio. Adversários em diversos processos da Lava-Jato, Bretas e Mendes já travaram batalhas públicas, o ministro do STF determinou a soltura de réus presos por ordem do juiz e chegou a acusá-lo de abuso de autoridade. “Foram divergências processuais, intelectuais, talvez até ideológicas. Mas esta situação revelada pelo ex-procurador-geral é inédita, nunca acontecera nada parecido na Lava-Jato”, ressaltou.
Bretas evitou comentar a decisão do STF que, na quinta 26, decidiu que réus que tenham feito acordo de delação premiada deveriam apresentar suas alegações finais antes dos delatados. A decisão poderá anular diversas sentenças da Lava-Jato. Afirmou que é preciso esperar a conclusão do julgamento e o alcance da decisão.
Admitiu, porém, que o resultado da votação poderá afetar sentenças que ele proferiu. “Quase todos os processos da Lava-Jato no Rio contaram com depoimentos de colaboradores. Vamos, agora, observar qual será o efeito da decisão do STF”, disse.
O juiz anunciou que, a partir de agora, passará a seguir o rito determinado pela maioria do Supremo, ou seja, delatados terão o direito de apresentar suas alegações finais depois de tomar conhecimento de todas as acusações feitas por colaboradores da Justiça. “Não há dúvidas em relação ao futuro, é preciso definir o que será feito em relação ao passado”, concluiu.
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