PREFEITURA MUNICIPAL DE TRINDADE

02 outubro 2018

PT mantém Palocci

José Casado - O Globo
Numa terça-feira da última primavera, 26 de setembro, Palocci soube de um processo ético para expulsá-lo do PT
Depois de amanhã, Antonio Palocci Filho comemora 58 anos de idade. Não vai ter festa na ala A da carceragem da Polícia Federal em Curitiba, onde acaba de completar dois anos. Alguém deverá oferecer-lhe um café — não é privilégio do ex- preferido de Lula, apenas autoproteção dos outros presos, porque, estabanado, sempre que tentou cozinhar, ele produziu um desastre.
No domingo, Palocci permanecerá prisioneiro a 704 quilômetros da sua zona eleitoral, em Ribeirão Preto. Mas o eleitor 3942125012-4 continua petista “de carteirinha”, como há 37 anos, quando fundou o partido na faculdade de Medicina.
À 1h30m de ontem, dez horas antes da liberação de trechos da sua delação, Palocci ainda estava no PT. Era o 132.389º na lista do partido na Justiça Eleitoral de São Paulo.
Numa terça-feira da última primavera, 26 de setembro, Palocci soube de um processo ético para expulsá-lo do PT. Foi logo depois do seu depoimento sobre Lula e a Petrobras.
Respondeu, por carta, informando a delação premiada e defendeu “o mesmo caminho” para o partido, como dissera um ano antes a Lula e a Rui Falcão, então presidente, que “transmitia uma proposta” do ex-tesoureiro João Vaccari, para “um processo de leniência na Lava-Jato”.
Foi além: “Sobre as informações prestadas em 6-9-2017 (compra do prédio para o Instituto Lula, doações da Odebrecht ao PT, ao Instituto e a Lula, reunião com Dilma e Gabrielli sobre as sondas e a campanha de 2010, entre outros) são fatos absolutamente verdadeiros.” Acrescentou: “Tenho certeza que, cedo ou tarde, o próprio Lula irá confirmar tudo isso, como chegou a fazer no mensalão (...) Um dia, Dilma e Gabrielli dirão a perplexidade que tomou conta de nós após a fatídica reunião na biblioteca do Alvorada, onde Lula encomendou as sondas e as propinas, no mesmo tom, sem cerimônias, na cena mais chocante que presenciei.”
Palocci desenha suas memórias. O PT também não esquece o “favorito de Lula”. Por isso, o mantém filiado.

Moro interfere na eleição pró Bolsonaro contra Haddad

Juiz divulga delação de Palocci acertada com PF
Blog do Kennedy
Numa nova interferência do Judiciário no processo político-eleitoral, o juiz Sergio Moro tornou público o acordo de delação do ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci Filho. A seis dias do primeiro turno da eleição presidencial, Moro ajudou Jair Bolsonaro (PSL) e prejudicou Fernando Haddad (PT).
A delação teve grande exposição pública e será tema do noticiário na reta final da primeira etapa das eleições. Moro reacendeu acusações antigas contra o PT. Assim, ajudou o candidato do PSL neste momento da campanha por meio de um ato que poderia ter adiado para depois das eleições.
O Ministério Público Federal rejeitou acordo de delação com Palocci por entender que o ex-ministro apresentou informações que já constavam de colaborações de Marcelo Odebrecht, Joesley Batista, Paulo Roberto Costa, Alberto Youssef e Renato Duque, entre outros.
Não é a primeira vez que Moro interfere no processo político. Em março de 2016, o juiz federal divulgou ilegalmente grampo de conversa entre Dilma Rousseff e Lula. O ato impediu a nomeação de Lula para a Casa Civil e tirou força da então presidente para resistir ao impeachment.
Preso desde setembro de 2016, Palocci fez um roteiro de acusações que ainda demanda provas. É preciso reserva para analisar tal colaboração, sobretudo em meio ao processo eleitoral.

Se depender de Lula, eleitorado vota no escuro

Josias de Souza
Sergio Moro levou ao ventilador trechos da delação-companheira de Antonio Palocci. Alegou razões processuais. Mas a defesa de Lula, como de hábito, enxergou no gesto o “objetivo de tentar causar efeitos políticos para Lula e seus aliados”. Algo que “apenas reforça o caráter político dos processos e da condenação injusta imposta ao ex-presidente Lula.”
Lula pode alegar que a exposição do destampatório de Palocci em plena temporada eleitoral tenha o efeito de uma cotovelada. Mesmo assim, o juiz da Lava Jato não fez nada que estivesse fora dos limites de sua competência. Problema houve quando Lula permitiu as delinquências que Palocci testemunhou e executou. Esquisitice haveria se o eleitor fosse privado de conhecer os podres.
Os defensores de Lula não reclamaram quando Moro congelou o processo sobre o sítio de Atibaia para evitar turbulências eleitorais. Pediram que os autos sobre o Instituto Lula também fosse levado ao freezer. Mas Moro alegou que a encrenca já se encontra naquela fase em que defesa e acusação precisam apresentar suas últimas alegações.
As insinuações endereçadas pela defesa ao juiz da Lava Jato flertam com o ridículo quando se considera que não haveria Palocci sem Lula. O agora delator foi homem forte dos governos do delatado. Czar da economia, operou parte da engrenagem que fez do PT uma máquina coletora de propinas. Fez isso com o consentimento do chefe.
Se quiser, o eleitor pode dar de ombros para as acusações de Palocci contra seus ex-companheiros. Mas o dono do voto tem o direito de conhecer o lodo que escapa dos lábios do ex-braço direito de Lula. A tentativa de impor o voto no escuro apenas piora um espetáculo que já é deprimente.

Entrevista: Toffoli diz que decisão de Fux é a que vale

Lewandowski deu decisões em sentido contrário, autorizando que o jornal o entrevistasse
André de Souza - O Globo
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, determinou nesta segunda-feira que deve ser cumprida a decisão do ministro Luiz Fux proibindo o jornal “Folha de S.Paulo” de entrevistar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso em Curitiba.
Segundo Toffoli, essa decisão deve prevalecer sobre outras duas do também ministro Ricardo Lewandowski, que havia autorizado a entrevista. Mas a decisão final será do plenário do STF. Ainda não há data prevista para o julgamento.
Lula está preso na Superintendência da PF em Curitiba. Assim, o diretor-geral da corporação, Rogério Galloro, instou o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, a questionar o STF sobre qual decisão seguir: a de Fux ou a de Lewandowski.
"Diante da solicitação, a fim de dirimir a dúvida no cumprimento de determinação desta Corte, cumpra-se, em toda a sua extensão, a decisão liminar proferida, em 28/9/18, pelo Vice-Presidente da Corte, Ministro Luiz Fux, no exercício da Presidência, nos termos regimentais, até posterior deliberação do Plenário", decidiu Toffoli.

Haddad visita Lula na sede da PF e depois faz ato de campanha

Repetindo uma rotina semanal, o candidato do PT à Presidência, Fernando Haddad, viajou, hoje, a Curitiba para visitar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em uma cela especial na superintendência da Polícia Federal (PF) do Paraná. A conversa com o ex-presidente durou quase duas horas.
Ao final da visita a Lula, em entrevista coletiva, ele defendeu negociar com o Congresso Nacional a aprovação de reformas para retomar o crescimento do país, como mudanças nas regras tributárias.
"Importante discutir que hoje o pobre paga imposto, o rico não paga, e o Congresso tem que se debruçar sobre isso, uma reforma dos sistema bancário contra o cartel que se estabeleceu no pais e que hoje espolia a população, cobrando juros extorsivos, a questão dos regimes próprios. Nós temos insistido, muitos estados e municípios estão quebrados", declarou.
Fernando Haddad saiu das imediações da superintendência da PF e foi para a área central de Curitiba para cumprir agenda de campanha com aliados políticos paranaenses, entre os quais a presidente do PT, Gleisi Hoffman, e o candidato do partido ao governo do Paraná, Doutor Rosinha.
Haddad fez corpo a corpo com eleitores e, ao final da caminhada, participou de um comício. Ao discursar, o petista criticou o candidato do PSL ao Palácio do Planalto, Jair Bolsonaro.
À plateia de simpatizantes de sua candidatura, ele disse que o adversário quer acabar com o 13º salário, referindo-se à declaração do vice de Bolsonaro, general Hamilton Mourão, de que o benefício aos trabalhadores é uma "jabuticaba" brasileira.
Haddad também afirmou no discurso que o presidenciável do PSL quer cobrar o mesmo percentual de impostos dos riscos e dos pobres e o acusou de desrespeitar a diversidade do país, com demonstração de preconceito contra mulheres e negros.
À noite, o candidato do PT participará de atos eleitorais no Rio de Janeiro. A agenda do petista prevê, entre outros compromissos na capital fluminense, uma caminhada da Igreja da Candelária até a Cinelândia, onde ocorrerá um comício.

01 outubro 2018

Frente Popular realiza carreata pelas ruas de Garanhuns

Depois de três importantes agendas na Região Metropolitana, o governador e candidato à reeleição Paulo Câmara (PSB) voltou ao Agreste pernambucano, na tarde de ontem. Faltando apenas uma semana para as eleições, o socialista retornou à cidade de Garanhuns para uma das maiores carreatas da Frente Popular neste pleito, que contou com a presença de diversas lideranças da região.
A carreata teve um percurso de 18 quilômetros e passou pelos bairros Indiano, Cohab 1 e 2, Parque Fênix, Heliópolis, Brasília, Magano, Boa Vista e Centro. Após o ato, Paulo agradeceu a presença da população na carreata e as sinalizações de apoio que recebeu durante todo caminho. “Hoje tivemos mais uma demonstração que Garanhuns escolheu pelo caminho do trabalho e dos avanços. O povo de Pernambuco sabe o lado que estamos, reconhece o que fizemos e quer votar 40 de novo. Essa cidade já fez bonito no dia 1º de setembro, quando estivemos aqui com nosso futuro presidente Haddad e hoje não foi diferente. Vamos fazer o Brasil voltar a sorrir e Pernambuco continuar na frente”, afirmou Paulo.
A carreata contou com a presença de lideranças do Agreste Meridional, a exemplo dos prefeitos de Caetés, Armando Duarte (PTB); Brejão, Beta Cadengue (PSB); Capoeiras, Neide Reino (PSB); Calçado, Nogueira (PP); Águas Belas, Luiz Aroldo (PT); Paranatama, Valmir do Leite (PSB), além dos ex-prefeitos Sandoval Cadengue (Brejão) e Claudiano Martins (Itaíba) e vereadores da região. Os candidatos proporcionais João Campos (PSB/federal), Sivaldo Albino (PSB/estadual) e Claudiano Martins Filho (PP/estadual) também estiveram no ato.

Agenda dos candidatos ao Governo de Pernambuco

Armando Monteiro (PTB)
14h00 – Gravação para o guia
Julio Lóssio (Rede)
14h30 – Entrevista à Rádio CBN Caruaru
20h00 – Participação no “Papo Café” do Portal de Prefeitura. Local: Plaza Shopping, Piso L4, Casa Forte – Recife
Mauricio Rands (PROS)
10h00 – Caminhada pelo comércio (Santa Cruz do Capibaribe)
11h00 – Entrevista Rede Agreste de Rádio (Santa Cruz do Capibaribe)
13h00 – Entrevista Alternativa FM (Carpina)
15h00 – Gravação de vídeos para redes sociais (Recife)
19h00 – Debate na Universidade Salgado de Oliveira – Universo (Recife)
Paulo Câmara (PSB)
17h00 – Caminhada da Frente Popular. Local: Praça Nossa Senhora do Rosário – Jaboatão Centro


19h00 – Encontro com o candidato a deputado federal João Campos. Local: Usina Dois Irmãos – Praça Farias Neves, s/n – Apipucos

Bolsonaro fará guerra aos pobres

Celso Rocha de Barros - Folha de S.Paulo
Achei que a ideia do anti-Lula fosse contra o que Lula tinha de ruim, não de bom
Em um tuíte de 2014 —publicado pelo jornal carioca Extra em 4 de outubro de 2016 (e depois apagado sem explicações)—, Carlos Bolsonaro defendeu que o Bolsa Família só seja oferecido a quem aceitar se submeter a laqueaduras (que impediriam as brasileiras pobres de terem filhos) ou vasectomias (que impediriam os brasileiros pobres de terem filhos).
A ideia, portanto, era que as mulheres pobres que quisessem ter filhos morressem de fome com seus filhos no colo. A principal proposta de Bolsonaro para reduzir a mortalidade infantil, a propósito, é mandar as mulheres escovarem os dentes. Pois é, ele fala essas coisas.Mas se não tiver jeito e o pobre acabar nascendo e sobrevivendo de algum jeito, a família Bolsonaro também tem duas sugestões para ele: trabalhar ganhando menos e morrer sem ver o filho formado.
A esquerda gosta de lembrar que Bolsonaro —cujo partido, o PSL, é o mais fiel a Temer nas votações no Congresso— votou a favor da reforma trabalhista. Isso não é nada, amigos.
Bolsonaro defende a criação de uma carteira de trabalho verde-amarela, diferente da azul porque não garante nenhum direito ao trabalhador. 
Os trabalhadores mais pobres, que têm menos poder de barganha, acabariam sendo obrigados a aceitar a carteira verde-amarela e perderiam seus direitos.

Essa segmentação do mercado de trabalho arrisca aumentar de novo a distância entre os pobres e a classe média, distância que caiu durante o governo Lula.
Não sei, mas acho que quando o pessoal pediu um anti-Lula, acho que a ideia era que ele fosse “anti” o que o Lula tinha de ruim, não o que ele tinha de bom.
Mas o pessoal da carteira azul também não deve se entusiasmar, não. Pois, como vimos na semana passada, o vice de Bolsonaro defende a extinção do 13º salário e das férias.
Se você for pobre, faça a conta: pegue seu salário, deduza o que você vai perder com os cortes do Mourão, subtraia a CPMF que o Guedes vai cobrar e não se esqueça de que uma arma, a única política de segurança proposta por Bolsonaro, custa bem caro.
Bom, mas se os pobres receberem educação, estarão em melhor condição de competir no mercado de trabalho, certo?
A principal proposta de Bolsonaro para a educação é militarizar o ensino, o que o Mourão já disse que não 
dá para fazer.
Bolsonaro é contra as cotas, que ajudaram a aumentar o número de pobres nas universidades.
E, na sabatina do Jornal das Dez, na GloboNews, Bolsonaro reclamou da “tara” da garotada em ter um diploma.
Ninguém é mesmo obrigado a fazer faculdade. Mas a questão é que essa escolha deve ser feita com base nas preferências pessoais de cada jovem, não na classe social em que ele nasce. 
E Bolsonaro não tem a menor ideia do que fazer para ajudar os filhos dos pobres a entrarem na universidade.
E aqui você poderia dizer: ah, mas no programa de governo dele tem uma proposta de renda mínima (aquela do Suplicy). Bom, vejam como Bolsonaro reagiu quando soube, pela imprensa (que bonito), que isso estava em seu programa de governo: “Meu Deus! Kkkkkkkk! É inacreditável!”.
Bolsonaro já voltou atrás em algumas dessas propostas, mas perceba o padrão: para cada ideia antipobre que ele abandona, logo cria duas novas.
E, aparentemente, o plano é mandar esse cara disputar o segundo turno contra o PT.

Balanço do 1º turno: mais certezas do que incógnitas

Segundo turno parece definido e PSDB deve mergulhar em crise profunda após eleição
Leandro Colon – Folha  de S.Paulo
A seis dias do primeiro turno, o balanço da campanha eleitoral carrega hoje mais certezas e probabilidade do que incógnitas.
1. O segundo turno presidencial deve ser disputado entre Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT).
2. O provável fiasco da candidatura de Geraldo Alckmin vai mergulhar o PSDB em uma crise profunda. Após 24 anos de polarização com o PT, ganhando duas e perdendo quatro disputas, os tucanos têm sido esnobados pelo eleitor. Tiveram ainda de assistir a dois expoentes regionais do partido, Beto Richa (PR) e Marconi Perillo (GO), serem alvejados por operações policiais na campanha —um deles, Richa, chegou a ser preso
3. Impressiona a rapidez do derretimento de Marina Silva (Rede). Em um mês, despencou do segundo lugar para o patamar de um quase nanico. Se deseja ser candidata em 2022, a ex-senadora precisa repensar erros cometidos nos quatro anos em que teve liberdade e tempo (como nenhum outro adversário) para construir uma candidatura sólida.
4. Ciro Gomes (PDT) foi o candidato que mais criou expectativas no processo eleitoral. Esteve prestes a fechar com o centrão, que o trocou por Alckmin (há quem diga que com a bênção de Lula). Mesmo solitário, Ciro deu sinais de fôlego para ser uma terceira via capaz de atravessar o duelo Bolsonaro x Haddad. As pesquisas recentes, entretanto, indicam que o combustível do pedetista já entrou na reserva.
5. O candidato do impopular governo de Michel Temer não conseguiu nem o papel de coadjuvante. Apesar dos milhões gastos e de um trabalho de marketing bem criativo, o ex-ministro Henrique Meirelles(PMDB) não passou de um figurante.
6. Há um saldo negativo de episódios que mancham a campanha: um atentado a faca contra Bolsonaro, declarações irresponsáveis do próprio que ameaçam princípios democráticos, a omissão de autoridades no combate a fake news e a inexplicável censura imposta por um ministro do STF a uma entrevista de Lula, personagem importante da eleição.

Bancadas de 2019: DEM vai avaliar resultado 1º turno

A cúpula do DEM, um dos partidos avalistas de Alckmin, se reúne no dia 9 de outubro, dois dias após o primeiro turno, para fazer um balanço dos resultados.
Caciques do centrão começam a colocar na ponta do lápis projeções sobre a composição do Congresso no ano que vem. Pelo desenho que fizeram, PT e PP devem eleger as maiores bancadas da Câmara, com cerca de 50 deputados cada um.
PSDB, PSD, PR, MDB, DEM e PRB viriam no pelotão seguinte, elegendo entre 36 e 45 deputados. Os dirigentes do centrão apostam que o Novo e a Rede conseguirão fazer algo como 6 deputados cada um. (Daniela Lima – Folha Painel)

O milagre esperado por Alckmin demora a sair

Ainda inerte nas pesquisas de intenção de votos, Geraldo Alckmin (PSDB) vai usar os últimos dias de propaganda eleitoral para fazer um chamado à racionalidade do eleitor que não quer nem PT nem PSL.
Não há, porém, muita gente que acredite em um milagre que possa levá-lo ao segundo turno.
Segundo o último Datafolha, 46% dos eleitores de Alckmin declaram voto em Haddad em um eventual segundo turno entre o petista e Bolsonaro.
O candidato do PSL fica com 31% dos eleitores que apoiam o tucano. (Folha Painel)

Olho em Bolsonaro, Haddad vai mais ao interior

Daniela Lima - Painel - Folha de S,Paulo
De olho em um embate com Jair Bolsonaro (PSL), a campanha de Fernando Haddad (PT) vai ampliar a presença do petista no interior do Sudeste, mais especificamente em São Paulo, Minas e Rio nesta última semana antes do primeiro turno. Detalhamento do Datafolha dá pistas sobre a motivação. É o interior paulista que garante vitória a Bolsonaro no estado na simulação de segundo turno. Em Minas, o inverso. O candidato do PSL vence em BH, mas fica numericamente atrás no cômputo geral.
No Datafolha, nas simulações de segundo turno entre PSL e PT, Haddad vence Bolsonaro na capital paulista por 45% a 35%, mas perde no estado por 46% a 37%. Os petistas vão tentar diminuir a vantagem do rival no interior para passar à próxima fase da eleição em situação menos desconfortável. 
Em Minas, a ideia é fortalecer o campo em que o  petista leva vantagem. O norte mineiro tem mais similaridades com o Nordeste do que com o Sudeste. No estado como um todo, Haddad aparece numericamente à frente em eventual segundo turno: 43% a 41%. Na capital, Bolsonaro bate o petista: 44% a 35%.
Nesta semana,  Haddad ainda fará uma blitz no Rio: região oeste, Niterói, São Gonçalo e Baixada Fluminense. O PT contratou um helicóptero para dar conta dos deslocamentos. No estado, Bolsonaro abre a maior vantagem no Sudeste: 49% a 35% em eventual segundo turno, aponta o Datafolha.

Fim das ilusões para Ciro e Alckmin

Empate de Haddad com Bolsonaro
Helena Clagas -Blog  Os Divergentes
A pesquisa CNT/MDA divulgada neste domingo trouxe o primeiro empate entre Jair Bolsonaro (28,2%) e Fernando Haddad (25,2%). Na margem de erro e sem registrar queda de Bolsonaro, que vem mostrando surpreendente resiliência diante da pancadaria dos últimos dias, provocada sobretudo por declarações bizarras de integrantes de sua própria campanha. Mas o principal traço da pesquisa é a confirmação da tendência de crescimento do petista e a chance de que ele chegue ao primeiro turno na frente do adversário.
Outro dado que confirma e acentua a tendência detectada tanto pelo Ibope quanto pelo Datafolha na semana passada é a possibilidade de vitória de Haddad sobre Bolsonaro no segundo turno: 42,7% a 37,3%. No quesito rejeição, Bolsonaro continua liderando, com mais de 55%, mas a de Haddad também é alta, chegando a 48%.
A CNT/MDA também fulmina os argumentos da propaganda de Geraldo Alckmin na TV, mostrando cenários de segundo turno em que o candidato do PSDB é derrotado tanto por Bolsonaro (37% a 33,6%) quanto por Haddad (39,8% a 28,5%). O tucano tem 7,3% no primeiro turno, atrás de Ciro Gomes, com 9,4%,a uma distância praticamente insuperável dos dois primeiros lugares a uma semana da eleição.
Como não se trata nem de Ibope nem de Datafolha, muita gente olhará enviesado para esse levantamento. Ele também não captou o sábado de enormes manifestações anti-bolsonaristas. Mas se os demais institutos confirmarem esses resultados ao longo da última semana de campanha, teremos nos próximos dias o fim das ilusões de Ciro Gomes e Geraldo Alckmin de reverter o quadro para o segundo turno e um embate final em que o petista sairá na frente.

Fim de feira: governoTemer

Elio Gaspari – Folha de S.Paulo
O crepúsculo do governo de Michel Temer transformou-se numa xepa. A turma da privataria quer apressar o leilão de 12 terminais de aeroportos. Temem que o novo governo paralise a transação. Deveriam temer o contrário.
Na área das agências reguladoras a liquidação adquiriu seu pior aspecto. Nomearam-se diretores com mandatos que se estenderão pela maior parte do governo do próximo presidente.
Isso seria, no mínimo, falta de educação.
Na Agência Nacional de Vigilância Sanitária, detonou-se o que havia de racionalidade na sua direção, e o presidente foi-se embora para a Organização Pan-Americana da Saúde. Para o lugar foi nomeado um diretor que, apesar de ser médico, celebrizou-se como deputado e prefeito de São Bernardo.
Na diretoria da Anvisa ficam agora um sobrinho do senador Eunício de Oliveira, um indicado por Romero Jucá, mais uma sumidade trazida por Paulo Maluf e, finalmente, um sábio que acumula parentescos, pois é primo do marqueteiro Elsinho Mouco e do ministro das Cidades, Alexandre Baldy.
Luís XV celebrizou-se por ter dito que depois dele viria o dilúvio. Temer quer ser o próprio aguaceiro.

Rivais miram Haddad e Bolsonaro no penúltimo debate














O Globo - Bernardo Mello, Fernanda Krakovics e Bruno Góes
Bolsonaro e Haddad viram alvos, e adversários se apresentam como terceira via
Presidenciáveis apelam contra polarização em debate na TV
Uma estratégia uniu neste domingo adversários na sucessão presidencial: sete dos oito candidatos, em debate na TV Record, se posicionaram contra a polarização, indicada pelas pesquisas eleitorais. Em sua maioria, apontaram Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT), os mais bem colocados nas pesquisas, como um risco à democracia. Mesmo ausente, Bolsonaro foi lembrado com mais frequência do que em outros debates que ocorreram depois de ser alvo de atentado em Juiz de Fora (MG). Todos fizeram referências às eleitoras, em alusão clara às manifestações do “Ele Não”, organizadas pelas mulheres contra o candidato do PSL.
O capitão da reserva foi criticado numa dobradinha entre Henrique Meirelles (MDB) e Ciro Gomes (PDT). Depois, Marina Silva (Rede) associou Bolsonaro a Haddad, e disse que ambos representam projetos autoritários. Haddad foi criticado por Marina e Ciro pela proposta de “criar condições” para convocar uma Assembleia Constituinte, que consta em seu programa de governo.
Marina fez sua crítica após ser questionada por Ciro sobre a desconfiança levantada por Bolsonaro em relação às eleições . O candidato do PSL declarou, semana passada, que só uma fraude impediria sua vitória nas urnas.
— Temos que enfrentar dois projetos autoritários: aqueles com saudosismo da ditadura, e aqueles que fraudaram a eleição de 2014, como foi o caso da Dilma e do Temer pelo uso da corrupção. O Brasil não precisa ficar entre a espada da corrupção e a cruz do autoritarismo — disse Marina
A candidata da Rede citou ainda as propostas do PT de controle da mídia e de convocação de uma Assembleia Constituinte:
— Isso também é um risco à democracia.
No terceiro bloco, foi a vez de Ciro Gomes questionar Haddad sobre a proposta de uma Constituinte. Ciro disse que era preciso que o adversário fosse claro sobre o assunto porque o presidente da República “não tem esse poder”. Haddad recorreu ao ex-presidente Lula.
— Na verdade, a nossa Constituição tem mais de 100 emendas. O presidente Lula era candidato até pouco tempo atrás. Ele imagina uma situação em que nós poderíamos criar as condições para que nós pudéssemos, no futuro, não agora, ter uma constituição mais moderna. Mais enxuta, com princípios e valores bem constituídos. Reequilibrar os poderes da República.
Deu-se então um embate:
— Você não acredita numa única palavra do que acabou de dizer. Não existe assembleia constituinte convocada pelo presidente da República. E o mais grave: você e eu sabemos bem, e a sociedade brasileira precisa saber, que as constituições nasceram para frear a prepotência dos poderosos. Eu quero seguir a democracia porque é meu compromisso de vida, como eu sei que é o seu. Essas palavras foram postas na sua boca. Porque infelizmente é uma vingança que você está encarregado de fazer. O general Mourão propôs a mesma coisa.
— Não tem nada a ver. Nossa proposta não prevê conselho de notáveis — disse Haddad.
O pedetista voltou a se apresentar como uma opção para romper a polarização entre Bolsonaro e o PT:
— A política brasileira está chafurdando no ódio, e isso atingiu seu apogeu agora. Peço que o povo reflita sobre isso, para que a gente possa unir o Brasil.
O mesmo fez Geraldo Alckmin (PSDB), que a todo momento fazia referências ao PT e ao candidato do PSL :
— Nem o radicalismo do PT, nem o do Bolsonaro. Eles não.
VOSTOK 2018
Em um dos momentos de descontração no terceiro bloco, Cabo Daciolo arrancou aplausos da plateia ao se empolgar numa pergunta a Ciro Gomes e deixar para os últimos segundos o tema que gostaria de abordar - o volume de recursos no fundo eleitoral. Na tréplica, Daciolo foi além: disse que o Brasil precisa de "patriotismo" e "civismo" e pediu que os telespectadores pesquisassem sobre o "evento Vostok 2018". Tratam-se de manobras militares realizadas pela Rússia em seu extremo oriente, no meio de setembro, com participação de militares da China e da Mongólia. O treinamento, que envolveu quase 300 mil militares, foi o maior das últimas três décadas no país.
- Tem um perigo iminente. Pode chamar o Daciolo de louco, mas vai aí no Google e pesquisa o evento 'Vostok 2018'. Rússia e China fazendo articulação de guerra contra os EUA, uma guerra comercial, porque o PIB mundial chegou a um teto, não cresce mais. Nós vamos defender a nação brasileira.