PREFEITURA DE TRINDADE

SARGENTO EDYMAR

03 março 2023

Nova vacina contra dengue: tire suas dúvidas sobre imunizante aprovado pela Anvisa

 


Na noite de quinta-feira, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou uma nova vacina contra dengue para uso no Brasil.

O novo imunizante, chamado Qdenga e desenvolvido pela farmacêutica japonesa Takeda Pharma, é composto por quatro diferentes sorotipos do vírus causador da doença, conferindo assim uma ampla proteção para quem teve ou não a enfermidade.

Tire suas dúvidas e entenda a importância da notícia:

Quem pode tomar a nova vacina contra dengue?
A Qdenga pode ser aplicada em crianças acima de 4 anos, adolescentes e adultos até 60 anos de idade. Tanto quem já teve, quanto quem nunca teve dengue pode ser imunizado.

Qual a eficácia?
Na avaliação clínica da vacina foi demonstrada uma eficácia geral de 80,2% contra a dengue causada por qualquer sorotipo e independente de situação sorológica de base para dengue (indivíduos soropositivos e soronegativos) em 12 meses após administração da vacina.

De acordo com Alexandre Naime Barbosa, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) e professor da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp), essa eficácia de 80% é contra casos leves, passando para cerca de 95% em relação a casos graves e mortes.

A demonstração da eficácia da vacina Qdenga tem suporte principalmente nos resultados de um estudo de larga escala, de fase 3 (final), randomizado e controlado por placebo, conduzido em países endêmicos para dengue com o objetivo de avaliar a eficácia, segurança e imunogenicidade da vacina.

Segundo a pediatra Vivian Lee, diretora de Medical Affairs da Takeda no Brasil, os estudos foram feitos ao longo de quatro anos e meio, em mais de 20 mil crianças e adultos em 13 países endêmicos da Ásia e América Latina. Os resultados indicam que a vacina TAK-003 previne 84% das hospitalizações causadas pela doença e evita 61% dos casos de dengue sintomática.

— É uma eficácia excelente, especialmente para formas graves da doença. Era uma necessidade não atendida uma vacina para controle da dengue num país como o nosso, com saneamento básico ineficaz, tantas áreas de enchente, de acúmulo de água, onde controlar mosquito é quase impossível — diz o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Renato Kfouri

Qual é o esquema de imunização?
A nova vacina tem esquema de aplicação com duas doses e intervalo de 3 meses entre elas. A administração é subcutânea.

A vacina vai ser oferecida no SUS?
De acordo com Naime Barbosa, há grande chance da nova vacina ser incorporada ao SUS. Ele conta que a SBI conversou, no final do ano passado, com o governo de transição. Ele acredita que, no novo governo, existe mais chance de que a vacina seja implementada no SUS.

— A gente [da SBI] conversou com o governo de transição e, o que posso dizer, é que com essa equipe do Ministério da Saúde, Conitec e com a nova configuração do PNI, existe um cenário muito mais otimista para que seja implementada no SUS.É lógico que depende de negociação de valores, mas é altamente desejável que seja feito, especialmente para pessoas de maior risco — declara.

Kfouri concorda:

— Incorporar vai depender de custos, de outros dados, como se vamos definir por região, idade, quem vacinar. Mas agora ter essa possibilidade e isso, sem dúvida, vai ser bem discutido lá no Ministério da Saúde e no PNI.

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