Juiz nega pedido da defesa para que o ex-deputado seja levado no banco da frente
Cleide Carvalho – O Globo
Depois de ouvir pela segunda vez reclamação do deputado cassado Eduardo Cunha em relação ao camburão que o leva para as audiências, o juiz Sergio Moro decidiu descer até o estacionamento da Justiça Federal e ver pessoalmente a condição do transporte. Na semana passada, Moro havia indeferido pedido da defesa de Cunha para que ele seja levado no banco da frente do veículo, junto com os seguranças. Porém, os advogados voltaram a apresentar a queixa de que o ex-deputado se sente mal durante o trajeto.
Após ver o camburão e o banco, que é acolchoado e tem cinto de segurança, concluiu que Cunha deve continuar a ser transportado na parte de trás. Foram tiradas fotos do banco onde o ex-deputado vai sentado e anexadas ao processo, por determinação do juiz.
"Diante da nova reclamação, este julgador realizou inspeção no veículo e pôde constatar que o acusado foi transportado na parte de trás do veículo, onde existe um banco com acolchoamento e cinto de segurança. Foi o ex-deputado transportado sozinho no local. De fato, o transporte no local não é totalmente confortável, mas está longe de causar sofrimento ou de ser indigno ao transportado", escreveu no despacho.
Moro afirmou entender que as condições não são ideais, mas ressaltou que são adequadas para o transporte, "considerando as limitações dos recursos" da segurança.
"Não há como exigir que o transporte do ex-deputado ocorra sempre com van ou admitir que ele seja transportado, com violação dos protocolos de segurança, sentado no meio dos agentes munidos de armas", afirmou, lembrando que "é o que se dispõe para a escolta" e que Cunha já foi condenado também pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região numa primeira ação julgada.
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