Segundo a Polícia Civil, João Victor Ribeiro foi denunciado pelo segurança de um posto de gasolina de Olinda. Agressão teria ocorrido em outubro deste ano. Colisão aconteceu no domingo (26), na Zona Norte da capital.
A Polícia Civil de Pernambuco abriu um novo inquérito para investigar uma agressão envolvendo o estudante de engenharia João Victor Ribeiro de Oliveira, de 25 anos. Ao dirigir bêbado, ele bateu em um carro onde estava uma família, no domingo (26), na Tamarineira, na Zona Norte do Recife. O acidente provocou a morte de três pessoas: Maria Emília Guimarães da Mota Silveira, 39 anos, Roseane Maria de Brito Souza, de 23 anos, grávida, e Miguel Arruda da Motta Silveira Neto, de 3 anos.
Em entrevista ao G1, o delegado Rômulo Ayres informou que a agressão ocorreu em um posto de gasolina na Avenida Carlos de Lima Cavalcanti, em Olinda, em outubro deste ano. “Em depoimento, o homem agredido, que é segurança do posto, conta que João Victor chegou dirigindo bêbado e tentou colocar o carro por cima dele”, relata o responsável pelas investigações.
“Na época, o homem agredido chegou a fazer um Boletim de Ocorrência, em que consta uma ‘ameaça’, um crime de menor potencial ofensivo, mas depois do acidente [em um cruzamento no bairro da Tamarineira], ele reconheceu o universitário e voltou à delegacia’”, conta.
O caso, inicialmente registrado na Delegacia do Varadouro, em Olinda, passou, na última semana, à Delegacia de Rio Doce, no mesmo município. “O segurança do posto relatou que o rapaz chegou correndo muito, alterado, quase atropelando o pessoal. Também há informações de que o segurança teria quebrado um vidro do carro em que João Victor estava. Tudo está sendo investigado”, garante o delegado. Há previsão da ouvida de testemunhas nas próximas semanas.
Outra agressão
A Polícia Civil também abriu um inquérito para investigar uma agressão denunciada por vizinha de João Victor Ribeiro de Oliveira. Ela e o namorado prestaram depoimento na Delegacia de Peixinhos, em Olinda, na quarta-feira (29). Segundo a polícia, o casal relatou que a agressão aconteceu em agosto de 2017.
Segundo a corporação, a vizinha de João Victor contou ter sido agredida fisicamente durante uma discussão motivada por causa de uma vaga de garagem no edifício em que eles residem, em Olinda. Na época, ela chegou a realizar um exame de corpo delito no Instituto de Criminalística (IC), mas abriu mão de dar prosseguimento à denúncia na delegacia.
Diante da desistência, a Polícia Civil não deu andamento ao caso, uma vez que, para investigar uma agressão, é necessário que haja a denúncia de uma vítima, com exceção de casos de violência doméstica. Com o acidente de trânsito provocado enquanto João Victor estava bêbado, no domingo (26), o delegado Eronides Alves entrou em contato com a vítima da agressão em agosto, convidando-a a prosseguir com a denúncia.
O acidente
A colisão entre dois veículos ocorreu no cruzamento entre a Estrada do Arraial e a Rua Cônego Barata, no bairro da Tamarineira, na Zona Norte do Recife, por volta das 19h30 do domingo (26). João Victor Ribeiro, que estava embriagado, avançou um semáforo a uma velocidade de 100 quilômetros por hora, batendo no carro em que estavam três adultos e duas crianças. Segundo a Polícia Civil, o motorista fez um teste de alcoolemia, que acusou a ingestão de álcool três vezes acima do que é considerado crime de trânsito.
A funcionária do Tribunal de Justiça de Pernambuco e advogada Maria Emília Guimarães da Mota Silveira, 39 anos, e a babá Roseane Maria de Brito Souza, de 23 anos, grávida, morreram na hora. Miguel Arruda da Motta Silveira Neto, de 3 anos e 11 meses, faleceu na tarde da segunda (27). Emília e Miguel Neto foram homenageados neste sábado (2), durante missa de sétimo dia celebrada na Zona Norte do Recife.
O carro da família, uma SUV de uma marca importada, era dirigido pelo advogado Miguel Arruda da Motta Silveira Filho, 46 anos, e ainda transportava Marcela Guimarães Motta Silveira, de 5 anos, outra filha do casal.
Boletim médico
Neste sábado (2), Miguel apresentava-se consciente, orientado e respirando sem a ajuda de aparelhos. Já Marcela permanece em estado grave e sem mudanças no quadro neurológico, segundo boletim divulgado pelo Hospital Santa Joana, unidade de saúde em que pai e filha estão internados.
O universitário passou por audiência de custódia e, após o anúncio da sentença, no Fórum Rodolfo Aureliano, na Ilha Joana Bezerra, na área central da cidade, o flagrante foi convertido em preventiva. Ele seguiu para o Centro de Observação e Triagem Professor Everaldo Luna (Cotel), em Abreu e Lima, na Região Metropolitana do Recife.
Punição
João Victor Ribeiro responderá pelos crimes de triplo homicídio doloso, quando há intenção de matar, e lesão corporal gravíssima. O advogado do estudante deixou o caso e ele passou a ser assistido por um defensor público. De acordo com o delegado responsável pelas investigações, o carro dirigido pelo universitário tem um histórico de multas por avanço de semáforo e excesso de velocidade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário