Lula é um político esperto. A esperteza jorra dos seus lábios como água de um chafariz. Réu em cinco inquéritos, Lula enfrenta dificuldades para se livrar das acusações que sofre —de corrupção a tráfico de influência. Num instante em que muitos esperavam ouvir dele explicações, Lula esguicha no noticiário sua candidatura presidencial. “Se for necessário, eu serei candidato”, disse Lula, em Salvador, discursando para uma plateia companheira do MST.
A candidatura extemporânea só é necessária para o próprio Lula e para o PT. Sob o risco real de ser condenado judicialmente, Lula usa o plano presidencial como pretexto para manter a pose de perseguido político. Quanto ao PT, depois de perder o recato, o discurso e o poder, o partido acha que não tem outra alternativa senão entoar o lero-lero de que é vítima de um complô que visa impedir a volta de Lula.
Nos próximos dias, semanas e meses você vai ouvir falar muito da candidatura presidencial de Lula. A pregação virá sempre acompanhada de ataques à equipe da Lava Jato. Hoje, Lula chegou a dizer que a bancada do PT precisa investigar a participação do governo dos Estados Unidos no ''golpe'' que derrubou Dilma. Para ele, o governo americano agiu em parceria com o juiz Sergio Moro. Se não tomar cuidado, Lula vai acabar se transformando na primeira piada a se candidatar ao Palácio do Planalto.
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