Contradições e ineficiências do sistema prisional voltaram a mostrar a face, na última quarta-feira (11), após uma revista feita no Complexo do Curado, na Zona Oeste do Recife. Pela manhã, agentes penitenciários recolheram dezenas de facões, drogas, celulares e litros de cachaça, normalmente apreendidos dentro de cadeias, mas também encontraram duas armas de fogo.
Mesmo assim, à tarde, detentos já eram vistos ostentando armas brancas, como se nenhuma revista tivesse sido feita. Não bastasse isso, o clima de tensão voltou a assustar moradores do entorno. Descontentes com a varredura, segundo a Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres), reeducandos tentaram promover um motim.
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Armas de fogo, facas, drogas e celulares encontrados no Complexo do Curado
Princípio de tumulto deixa Complexo do Curado em alerta
Alguns objetos foram incendiados. Tiros foram ouvidos. Ninguém ficou ferido, e a situação foi logo controlada. Foi o segundo caso em menos de uma semana. No dia 6, a Penitenciária Professor Barreto Campelo já tinha sido cenário de um início de confusão.
Na unidade, que fica em Itamaracá, na Região Metropolitana, três presos teriam gritado palavras de ordem, batido contra grades e provocado detentos de um pavilhão vizinho. A confusão, poucos dias depois do massacre em presídios do Norte do Brasil, teria sido contida por agentes penitenciários. Já na quarta (11), no Curado, foi necessária a presença do Batalhão de Choque.
Quem viu de perto a situação, como o promotor de Execuções Penais Marcellus Ugiette, diz que “controlada” não é a palavra certa para definir a situação. “Costumo dizer que nunca vi uma unidade no Brasil controlada. Aqui, está mais calmo, mas não controlado”, avaliou.
Presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários (Sindasp-PE), João Carvalho também atribuiu o princípio de motim à insatisfação de presos com a apreensão de armas. “Revistas ocorrem, mas, desta vez, provavelmente, estavam querendo planejar alguma coisa, não sei se fuga ou motim.”
Durante um evento em que anunciou investimentos para a educação, o governador Paulo Câmara reconheceu que massacres como os do Norte - que motivarão uma reunião, hoje, do Judiciário de todos os estados no Supremo Tribunal Federal - geram preocupação, mas disse que, desde janeiro de 2015, quando houve rebeliões no Curado e na Barreto Campelo, um comitê avalia, semanalmente, os presídios do Estado.
“Temos buscado formas de que os eventos que estamos vendo em outros estados não ocorram aqui. A superlotação existe, e quando há superlotação, há uma iminência clara de ter problemas sempre a serem resolvidos”, declarou, acrescentando que, até 2018, seis mil vagas serão criadas com a entrega de partes dos complexos prisionais de Araçoiaba e de Itaquitinga.
Colônia feminina
Na Colônia Penal Feminina do Recife, a festa regada a drogas e bebidas ocorrida no fim do ano passado e que teve repercussão, com a divulgação de vídeo nas redes sociais, está sob investigação do Ministério Público. Já a Seres abriu procedimento administrativo contra nove detentas que já foram identificadas. "Essa situação constrange e a gente não vai admitir. As sindicâncias estão abertas para apurar tudo. Claro que tem facilitação de servidores", disse o governador Paulo Câmara.
Mesmo assim, à tarde, detentos já eram vistos ostentando armas brancas, como se nenhuma revista tivesse sido feita. Não bastasse isso, o clima de tensão voltou a assustar moradores do entorno. Descontentes com a varredura, segundo a Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres), reeducandos tentaram promover um motim.
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Armas de fogo, facas, drogas e celulares encontrados no Complexo do Curado
Princípio de tumulto deixa Complexo do Curado em alerta
Alguns objetos foram incendiados. Tiros foram ouvidos. Ninguém ficou ferido, e a situação foi logo controlada. Foi o segundo caso em menos de uma semana. No dia 6, a Penitenciária Professor Barreto Campelo já tinha sido cenário de um início de confusão.
Na unidade, que fica em Itamaracá, na Região Metropolitana, três presos teriam gritado palavras de ordem, batido contra grades e provocado detentos de um pavilhão vizinho. A confusão, poucos dias depois do massacre em presídios do Norte do Brasil, teria sido contida por agentes penitenciários. Já na quarta (11), no Curado, foi necessária a presença do Batalhão de Choque.
Quem viu de perto a situação, como o promotor de Execuções Penais Marcellus Ugiette, diz que “controlada” não é a palavra certa para definir a situação. “Costumo dizer que nunca vi uma unidade no Brasil controlada. Aqui, está mais calmo, mas não controlado”, avaliou.
Presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários (Sindasp-PE), João Carvalho também atribuiu o princípio de motim à insatisfação de presos com a apreensão de armas. “Revistas ocorrem, mas, desta vez, provavelmente, estavam querendo planejar alguma coisa, não sei se fuga ou motim.”
Durante um evento em que anunciou investimentos para a educação, o governador Paulo Câmara reconheceu que massacres como os do Norte - que motivarão uma reunião, hoje, do Judiciário de todos os estados no Supremo Tribunal Federal - geram preocupação, mas disse que, desde janeiro de 2015, quando houve rebeliões no Curado e na Barreto Campelo, um comitê avalia, semanalmente, os presídios do Estado.
“Temos buscado formas de que os eventos que estamos vendo em outros estados não ocorram aqui. A superlotação existe, e quando há superlotação, há uma iminência clara de ter problemas sempre a serem resolvidos”, declarou, acrescentando que, até 2018, seis mil vagas serão criadas com a entrega de partes dos complexos prisionais de Araçoiaba e de Itaquitinga.
Colônia feminina
Na Colônia Penal Feminina do Recife, a festa regada a drogas e bebidas ocorrida no fim do ano passado e que teve repercussão, com a divulgação de vídeo nas redes sociais, está sob investigação do Ministério Público. Já a Seres abriu procedimento administrativo contra nove detentas que já foram identificadas. "Essa situação constrange e a gente não vai admitir. As sindicâncias estão abertas para apurar tudo. Claro que tem facilitação de servidores", disse o governador Paulo Câmara.
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