Fator previdenciário foi criado no governo FHC
Um dia após aprovarem por unanimidade a mudança no cálculo do fator previdenciário, que pune aposentadorias precoces, para impor mais uma derrota ao governo Dilma Rousseff, deputados do PSDB rechaçaram o rótulo de incoerente. A regra derrubada com o auxílio deles foi criada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), em seu segundo mandato. Caciques do partido tentaram justificar a decisão dos deputados dizendo que eles agiram de acordo com o que o senador Aécio Neves (PSDB-MG), candidato da sigla à Presidência no ano passado, pregou durante a eleição. Pressionado pela Força Sindical, o mineiro passou a defender uma "alternativa" para o fator previdenciário, sem, no entanto, fixar o modelo que adotaria, dado o custo que uma alteração poderia causar aos cofres da Previdência Social.
"O PSDB foi coerente com o que Aécio pregou na campanha. O fator nasceu para auxiliar o equilíbrio da previdência num momento de transição. Ocorre que o PT foi incapaz de promover reformas desde que chegou ao poder", justificou o deputado Marcos Pestana (MG).
Outros resumiram a decisão em uma frase: os tempos são outros. "As circunstâncias da época [de FHC] exigiam o fator, hoje já é possível subtrair a regra. Mas óbvio que há o componente político, de colocar o governo Dilma em saia-justa", disse o deputado João Campos (GO). "A alteração já era discutida, nós só aceleramos a decisão, provocamos a derrota do governo", reforçou Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR).
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