Maia critica dois ministros de Bolsonaro: "Radicalizaram".
Foto: José Cruz/Agência Brasil
Do Terra - Por Reuters
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse ontem que os ministros do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e da Educação, Abraham Weintraub, radicalizaram demais e perderam a condição de interlocução, fragilizando a posição do governo do presidente Jair Bolsonaro em duas áreas que avalia como fundamentais.
Em evento do banco Credit Suisse em São Paulo, Maia afirmou que o crescimento econômico pode ser menor que o esperado neste ano por causa da questão ambiental e que a atuação de Weintraub no Ministério da Educação manda um sinal ruim para investidores.
"Eu não sei como o governo vai fazer com o seu ministro do Meio Ambiente. Acho que, de alguma forma, ele perdeu as condições de ser o interlocutor. Acho que ele radicalizou demais, não sei se combinado com o presidente ou não. A mesma coisa com o Ministério da Educação", disse Maia.
"Como é que faz para o investidor olhar que o Brasil tem um ministro da Educação desse? Então esse país não tem futuro. E parece que tem um passado ruim, porque conseguiu fazer um cara desse ministro da Educação. Que construção que nós tivemos", disparou.
Maia disse que tem escutado tanto de investidores quanto de representantes de Parlamentos estrangeiros com quem tem conversado uma preocupação com a questão ambiental no Brasil. Ele, no entanto, centrou fogo principalmente em Weintraub.
"Ele ainda critica o PT de forma injusta, porque como ele trabalhava no banco que o Banco do Brasil comprou 49% quando ia quebrar, o Votorantim, quem garantiu o emprego dele em 2009 foi o PT", ironizou o presidente da Câmara.
TERCEIRA VIA
Indagado sobre a eleição presidencial de 2022, Maia disse que vê espaço para uma candidatura de "terceira via", do chamado centro, que consiga romper uma polarização entre Bolsonaro e o PT.
"Eu acho que vai ter um espaço importante para uma terceira via, que aí se chamou de centro, fora a posição mais extrema entre o governo e o PT", avaliou.
"Acho que se o PT perder alguma força, atrapalha a polarização com o outro extremo, e se esse centro aqui não estiver dividido, ele vai ter uma candidatura viável. Não dá para ter três, quatro candidatos (de centro)", disse.
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