Josias de Souza
Há oito dias, o novo diretor-geral da Polícia Federal, delegado Fernando Segovia, disse que uma única mala com propina de R$ 500 mil não é prova de corrupção. Mesmo quando filmada em operação controlada pela própria PF, como a que fisgou o ex-assessor presidencial Rodrigo Rocha Loures.
Agora, a PF informa ao supremo Tribunal Federal que, no caso das malas apreendidas num apartamento de Salvador com R$ 51 milhões, há evidências de que Geddel Vieira Lima e seus cúmplices praticaram pelo menos dois crimes: associação criminosa e lavagem de dinheiro.
De acordo com o sistema métrico desenvolvido pelo delegado Segovia, Geddel deveria desfrutar da mesma presunção de inocência atribuída a Rocha Loures, pois a soma das malas não altera a má origem do produto. De resto, se o critério que transforma suspeitos em inocentes é a proximidade com Michel Temer, Geddel é bem mais próximo do presidente do que Loures.
Fernando Segovia deveria socorrer a plateia, que ainda não conseguiu dimensionar o tamanho da sua ignorância. O doutor prestaria um inestimável serviço à coletividade se respondesse à seguinte indagação: além da cifra, o que diferencia as malas de Geddel das de Loures?
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