O ministro da Secom (Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República), Paulo Pimenta, disse que o Planalto vai precisar “de mais desempenho” para compensar a saída de Flávio Dino do Ministério da Justiça. Aprovado para vaga no STF (Supremo Tribunal Federal), Dino deve tomar posse na Corte em fevereiro.
“Quando um time perde um jogador com a qualidade do Flávio Dino, cada um dos outros jogadores vai ter que jogar um pouquinho mais para poder compensar”, afirmou em entrevista ao jornal O Globo publicada neste domingo (17). “Ele é um quadro político excepcional, experiente, qualificado e corajoso. Um porta-voz importante do governo. Essa ausência terá que ser respondida com um pouco mais de desempenho, de entrega, de cada um de nós”, completou.
Questionado se haverá compensação pela saída de mulheres em ministérios e na Caixa, Pimenta respondeu que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem “muita sensibilidade e compromisso” com as questões de gênero e cor. “É algo que está sempre presente no horizonte dele, na tomada de decisões” afirmou.
“Sempre que o presidente for tomar uma decisão e entender que a indicação de uma mulher poderá ser feita, com certeza ele fará”, completou, acrescentando que, mesmo sem ter indicado mulheres ao STF, Lula indicou ministras para o STJ (Superior Tribunal de Justiça) e TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Sobre o crescimento da avaliação negativa da gestão Lula, Pimenta disse que o governo trabalha “com um mix de pesquisas” que indicam um cenário de estabilidade. “As pesquisas mostram que ainda há um cenário de calcificação, que essa polarização ideológica se manteve”, afirmou.
Pimenta disse que deve ser publicado ainda em 2023 um edital para que o governo federal tenha uma política digital. “Hoje, nós não fazemos impulsionamento institucional, não temos uma política nesse sentido. Só existe uma política publicitária. Não tem na área digital”, declarou.
O ministro falou sobre a audiência do “Conversa com o presidente”, transmissão ao vivo do governo federal com Lula. “Essas plataformas alteram, de forma muito rápida, os algoritmos e priorizam a entrega de outro tipo de produto”, disse. “Hoje, os vídeos curtos ganharam relevância. Nós aproveitamos, e a centralidade é a produção de pequenos vídeos e cortes [da transmissão]. São utilizados e têm grande audiência”, completou.
O ministro afirmou que a live “é uma oportunidade de chamar a atenção da sociedade e da própria mídia para pautas” de interesse do governo.
“A gente vai parar no Natal e Ano Novo. Todo o governo vai aproveitar essa oportunidade para reajustar algumas coisas. Com certeza, o formato será avaliado. Eventualmente, se precisar fazer alguma mudança, vamos fazer”, declarou.
Pimenta afirmou que Lula recebe informações sobre o que é falado nas redes sociais e na imprensa. “O presidente é uma pessoa muito bem informada e tem relação muito objetiva com a informação: é um insumo para o trabalho. Quando a informação é importante para o governo, imediatamente gera uma iniciativa dele”, disse.
Questionado sobre a invasão do perfil da primeira-dama, Janja Lula da Silva, no X (antigo Twitter), Pimenta afirmou que o governo não vai mudar sua conduta e que a segurança das contas é de responsabilidade das plataformas.
“Não é possível que com o suporte do governo, da Polícia Federal e com a sensibilidade do papel que ela desempenha, tenha levado 1h30 para que a plataforma pudesse agir. Essas redes não podem se omitir”, declarou. “Como você permite que uma situação como essa permaneça engajando uma hora e meia? Quanto dinheiro a plataforma ganhou nesse tempo? É preciso que exista uma governança”, acrescentou.