14 agosto 2023
Secretaria de Educação de Araripina lança simulado para avaliar alunos de 2°, 5° e 9° anos
Ministros de Lula devem subir em palanques opostos nas eleições municipais de 2024
Do O GLOBO
A frente ampla de nove partidos formada para dar governabilidade ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tende a protagonizar embates e criar problemas para o Palácio do Planalto nas eleições do ano que vem. O heterogêneo matiz ideológico do governo deve colocar ministros em palanques opostos nos pleitos municipais de capitais como São Paulo, São Luís e Fortaleza.A coalizão de Lula está prestes a se diversificar ainda mais com a iminente entrada do Republicanos e do PP, que compunham a base do governo Jair Bolsonaro e agora negociam espaço na Esplanada. Além do PT, hoje chefiam ministérios as siglas: PSB, PCdoB, PSOL, PDT, Rede, União Brasil, MDB e PSD.
A cidade de São Paulo é o caso mais emblemático do complexo xadrez eleitoral. As pré-candidaturas dos deputados federais Guilherme Boulos (PSOL), encaminhada com apoio oficial dos petistas, e Tabata Amaral (PSB), além do atual prefeito emedebista Ricardo Nunes, devem atrair personagens de peso do governo federal para a campanha paulistana.
Além de Lula, Boulos deve ter no palanque o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, uma vez que sua esposa Ana Estela Haddad, secretária de Saúde Digital no Ministério da Saúde, é cotada como vice na chapa. Outros ministros como o das Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT); do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira (PT); e do Meio Ambiente, Marina Silva (Rede), cujo partido compõe uma federação partidária com o PSOL, também são presença esperada.
Já Tabata deve contar com os correligionários Geraldo Alckmin, vice-presidente, e Márcio França, ministro dos Portos e Aeroportos, cujo a esposa, Lúcia França, é quem mais tem se engajado no projeto de Tabata. Candidata a vice-governadora na chapa com Haddad na eleição de 2022, agora ela deve estar em palanque separado do aliado.
“Estou 100% envolvida na campanha da Tabata. Além de preparada e competente, ela representa como ninguém a potência da periferia”, diz Lúcia.
Já a ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB), promete caminhar ao lado do prefeito Ricardo Nunes, seu colega de partido, embora ele tenha se aproximado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), de quem Simone é crítica ferrenha.
Outras disputas
Ainda que não apresentem a mesma complexidade, outras capitais podem ter disputas entre integrantes do primeiro escalão. Em Fortaleza, o ex-governador e ministro da Educação, Camilo Santana (PT), subirá no palanque do próprio partido — cujo nome ainda não foi escolhido — para tentar impedir a reeleição do prefeito José Sarto (PDT). O pedetista tem apoio do ministro da Previdência, Carlos Lupi, presidente nacional licenciado da sigla.
Lupi e o PT, no entanto, devem estar juntos em outras cidades, como o Rio de Janeiro. O partido ocupa a Secretaria de Trabalho e Renda do prefeito Eduardo Paes (PSD), que costura o apoio dos petistas. No caso da capital fluminense, a maior disputa é dentro do próprio PT, onde caciques têm entrado em rota de colisão para emplacar a vice na chapa à reeleição de Paes em 2024.
Adversários políticos na capital maranhense, os ministros da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB), e das Comunicações, Juscelino Filho (União Brasil), caminham para um embate na eleição. O titular da Justiça e Segurança Pública deve apoiar o deputado federal Duarte Jr (PSB), cuja pré-candidatura foi referendada pelo presidente nacional da legenda, Carlos Siqueira, e deve ter o PT na vice. Juscelino, por sua vez, trabalhará novamente pelo deputado estadual Neto Evangelista, que disputou a prefeitura de São Luís em 2020 já com forte participação do atual ministro das Comunicações.
O deputado federal André Fufuca (MA), que deve assumir em breve uma pasta no governo Lula, também pode se somar a essa lista. Seu partido, o PP, ainda avalia a estratégia para eleição de São Luís. No último pleito, a legenda apoiou um candidato do PCdoB que não foi para o segundo turno.
Em Belém, reduto dos ministros do Turismo, Celso Sabino (União Brasil), e das Cidades, Jader Filho (MDB), o cenário ainda é embrionário, sobretudo porque o governador emedebista Helder Barbalho está com as atenções voltadas para a COP 30, Conferência do Clima da ONU que ocorrerá na cidade em 2025. Segundo seus interlocutores, Helder deve protelar a discussão eleitoral para não causar um racha nos partidos da base. E Jader Filho, seu irmão, está focado na execução do programa Minha Casa, Minha Vida.
O candidato natural dos dois seria o atual prefeito, Edmilson Rodrigues (PSOL), que se elegeu em 2020 com o apoio dos irmãos no segundo turno. Porém, o psolista não bateu o martelo sobre a reeleição. E há outro agravante: ele tem enfrentado resistência dentro da base do governador, que alega uma rejeição alta ao seu mandato na cidade.
Ao mesmo tempo, aliados de Sabino começaram a alimentar a possibilidade de o próprio ministro ser candidato na capital paraense.
“Com a ascensão do Sabino no Ministério do Turismo, ele passa a ser uma peça importante do jogo político de Belém. Mas uma candidatura depende de uma conjunção partidária, já que fazemos parte da base do Helder”, afirma Eliel Faustino, líder do União na Assembleia Legislativa do Pará.
Lira X Renan
Estado natal de parte considerável da Esplanada (três ministros e um indicado), Pernambuco ruma para o caminho oposto: um candidato contar com o apoio de diferentes auxiliares diretos de Lula. O prefeito de Recife, João Campos (PSB), que pretende disputar a reeleição, soma em seu arco de alianças o PCdoB, cuja presidente nacional é a ex-vice-governadora e ministra de Ciência e Tecnologia, Luciana Santos, e tem como secretária de Turismo Cacau de Paula, filha do ministro André de Paula (Pesca e Aquicultura).
O deputado federal Silvio Costa Filho, indicado pelo Republicanos para um ministério, também deve ficar no palanque de João Campos. Seu pai é suplente da senadora Teresa Leitão (PT) e apoiador de Lula.
Único representante da Bahia no primeiro escalão, o chefe da Casa Civil, Rui Costa, tem usado o peso do cargo para influenciar na escolha do candidato à prefeitura de Salvador. O ex-governador trabalha pelo nome do presidente da Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado (Conder), José Trindade (PSB), enquanto o vice-governador Geraldo Júnior (MDB) corre por fora.
Maceió, por fim, ainda que não tenha embate direto entre ministros, promete ser palco de pesos pesados. Lula deve apoiar um nome ligado ao ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB). Ele e seu pai, o senador Renan Calheiros (MDB), são adversários políticos do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP). A eleição para o governo de Alagoas, no ano passado, vencida pelo nome ligado à família Calheiros, Paulo Dantas (MDB), já havia antagonizado Lula e Lira em 2022 — e agora a capital pode virar uma saia justa para ambos.
Caso das joias gera pressão no Congresso contra Bolsonaro e apoiadores silenciam
A mais recente operação que apura suposto desvio de joias e presentes dados por autoridades de outros países a Jair Bolsonaro (PL) aumentou a pressão no Congresso Nacional, gerou apreensão de aliados e silêncio de seus apoiadores.Como a Folha de São Paulo mostrou, a investigação aponta as digitais de Bolsonaro nos indícios de evasão dos bens públicos para venda e enriquecimento pessoal.
Deputados da base do governo do presidente Lula (PT) acionaram a Polícia Federal e o STF (Supremo Tribunal Federal) pedindo apreensão de passaporte do ex-mandatário e de sua esposa, Michelle Bolsonaro, e vão tentar quebrar sigilos telefônico, telemático, bancário e fiscal na CPI do 8 de janeiro.
Esta é a primeira vez que as apurações contra ele alcançam um tema com pouca facilidade de enquadramento como ideológico por seus apoiadores. Por isso, o silêncio, já que estariam sem saber como responder, dizem aliados do ex-presidente.
Interlocutores de Bolsonaro, por sua vez, veem no episódio uma “trapalhada”, mas atribuem a culpa ao ex-ajudante de ordens e tenente-coronel preso, Mauro Cid — dizem que, especialmente no final do mandato, ele acumulou poderes e afastou aliados que desaconselhariam o ex-presidente a vender os presentes.
A ação deflagrada pela PF na sexta-feira (11), batizada de Lucas 12:2, dá início à última parte das apurações que podem resultar na acusação de Bolsonaro como líder de uma organização criminosa.
Aliados do ex-presidente rechaçam essa possibilidade e dizem que é preciso ainda aguardar o fim das apurações, mas reconhecem que o cenário, desta vez, é diferente de quando a operação era sobre cartão de vacina ou golpe.
Embora não tenha sido alvo das diligências, como foi o general Mauro Lourena Cid, pai do ajudante de ordens Mauro Cid, Bolsonaro teve pedido de quebra de seus sigilos e deve ser ouvido em breve pela PF. Michelle também foi alvo de petição para uso de seus dados reservados.
O ex-presidente enfrentará ainda, no Congresso, mais uma onda de pressão dos parlamentares da base de Lula. Na CPI mista de 8 de janeiro, a avaliação é de que a operação deu gás à quebra de sigilo do ex-presidente e de Michelle — algo já solicitado pela própria PF.
“Já pedimos a quebra de sigilo tem um mês e meio, mas o presidente [da comissão, Arthur Maia] alegou que não havia fato determinado que justificasse. Acho que agora alterou”, disse o deputado Rogério Corrêa (PT-MG). Ele assina o requerimento com a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) na comissão.
Os parlamentares também encaminharam ofício para o diretor-geral da PF, Andrei Passos, e o ministro relator do caso no Supremo, Alexandre de Moraes, solicitando a retenção do passaporte do casal.
Ainda na Câmara dos Deputados, Corrêa e o deputado Túlio Gadêlha (Rede-PE) intensificaram a coleta de assinaturas para a criação da CPI das joias, para apurar o episódio envolvendo Bolsonaro. Hoje, eles têm 111 assinaturas.
Segundo um líder do centrão, o grupo conseguirá chegar rapidamente aos 170 apoios necessários, mas pairam dúvidas ainda se o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), instalaria a comissão. Há outra CPI aguardando na frente, a das pirâmides financeiras.
Ademais, é necessário aguardar o término da comissão do MST, em 14 de setembro, para abrir espaço para implementação de novas CPIs na casa.
A defesa de Bolsonaro disse, na noite de sexta-feira (11), que o ex-presidente coloca sua movimentação bancária à disposição das autoridades e que ele “jamais apropriou-se ou desviou quaisquer bens públicos”.
Após mais de 12 horas de silêncio sobre a operação da PF, a defesa de Bolsonaro disse ainda, em nota, que ele “voluntariamente” pediu ao TCU (Tribunal de Contas da União) em março deste ano a entrega de joias recebidas “até final decisão sobre seu tratamento, o que de fato foi feito”.
Essa foi a única manifestação do ex-mandatário sobre o caso. Neste sábado (12), nas redes sociais, ele publicou um vídeo com uma criança, sem qualquer relação com o tema, e desejou “bom sábado a todos”.
Já a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro publicou um versículo bíblico em suas redes sociais na madrugada deste sábado. “Há uma promessa linda na Bíblia que diz: Quando for a hora certa, Eu, o Senhor, farei acontecer”.
No dia anterior, o blog da jornalista Andréia Sadi, da GloboNews, divulgou video que mostra a reação de Michelle a mulheres que a questionaram naquele dia sobre o paradeiro de joias dadas por autoridades de outros países.
Michelle foi até a mesa das mulheres, em um restaurante de Brasília, e respondeu: “você é tão mal informada que sabe onde estão as joias”.
A reação mais agressiva partiu do amigo, o maquiador Agustin Fernandez, que xingou as mulheres. O vídeo sugere que ele também jogou um copo de gelo nelas – é possível ouvir o barulho e ver pedras de gelo caindo.
Em nota enviada ao blog de Sadi, a assessoria da ex-primeira-dama afirmou que Michelle “apenas respondeu aos insultos” e repudia esse tipo de ação. Fernandez não se pronunciou.
‘Candidato natural’, diz Alckmin ao defender reeleição de João Campos no Recife
Em entrevista exclusiva ao Diario de Pernambuco, o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB) analisou as movimentações em torno de uma eventual candidatura majoritária do Partido dos Trabalhadores (PT) no Recife em 2024. Alckmin defendeu a atuação do prefeito – e correligionário – João Campos (PSB) e firmou compromisso com a reeleição do gestor da capital pernambucana.“O candidato natural a prefeito do Recife é o próprio prefeito. Essa não é uma opinião pessoal minha, é a opinião dos munícipes. É um belo trabalho, com boas políticas públicas. […] Ele [João Campos] vem fazendo um bom trabalho, é o candidato natural. É o nosso candidato, o meu candidato”, pontuou o vice-presidente.
Alckmin também destacou que a vontade do PSB é dar continuidade à parceria entre os partidos.“O PT é nosso parceiro e esperamos estar juntos na campanha do ano que vem. É claro que o Brasil tem 5.570 municípios, então. naturalmente. não será possível estar junto em todos, mas faremos esforço para garantir essa aliança”, complementou.
Em seguida, João Campos reforçou ao jornal que o PT já conta com participação na gestão, citando como exemplos Oscar Barreto e Ermes Costa, secretários municipais de Meio Ambiente e Habitação, respectivamente. “Temos uma confiança muito grande em toda a parceria que vem sendo feita com o presidente Lula e com o vice-presidente Alckmin. Contamos com valorosos quadros do PT na nossa gestão, além de uma relação política muito estreita com os senadores Humberto Costa e Teresa Leitão, e com o deputado Carlos Veras”, afirmou.
“Aprendi desde cedo e é isso que a gente pratica, que a política é um instrumento para ajudar a realizar. É isso o que temos feito, juntar a força política para dar resultados efetivos de melhoria da vida na cidade. O momento é de cuidar da cidade, estreitar essa parceria e manter a confiança nos partidos da frente, inclusive com o querido e aliado PT, que faz parte, junto com Alckmin, do nosso governo do Brasil”, complementou Campos.
Em recente entrevista à Rede Pernambuco de Rádios, a senadora Teresa Leitão (PT), também defendeu a aliança com o PSB. “Essa continuidade tem que ser sempre reavaliada e defendo que a aliança de sustentação ao presidente Lula seja fortalecida nessas eleições municipais, as quais são o lastro para as eleições de 2026″, disse.
Entenda
A possibilidade de uma candidatura própria do Partido dos Trabalhadores foi levantada pelo deputado estadual e ex-prefeito do Recife, João Paulo (PT), sob a afirmação de que “o cenário entre PT e PSB, no município, é de oposição”. O presidente da legenda no Recife, Cirilo Mota, que chegou a desautorizar a fala no começo do ano, repercutiu novamente a declaração. Dessa vez, sem descartar a possibilidade. “É uma questão a ser avaliada na hora certa pelo diretório”, contou o dirigente.
PT cria estúdio para combater bolsonarismo nas redes
A Fundação Perseu Abramo, braço acadêmico do PT, vai inaugurar em breve um novo estúdio em São Paulo. Alberto Cantalice, membro do diretório nacional do PT, disse ao Estadão que a ideia é ampliar a presença nas redes, campo bastante ocupado por bolsonaristas. “Sem potencializar nossas estruturas não teremos como fazer frente aos avanços da extrema-direita”, disse.
Assim como fazia Jair Bolsonaro durante seu período na Presidência, Lula também decidiu ingressar no universo das lives, mas ainda corre bem atrás do ex-presidente.
O programa “Conversa com Presidente”, que começou em junho, é inspirado nas lives de Bolsonaro. A transmissão ao vivo do petista, porém, perde para Bolsonaro em interações e visualizações de vídeos.
Imagens mostram Cid com mochila em aeroporto após “operação resgate” de joias sauditas
Imagens do circuito de segurança do Aeroporto Internacional de Brasília mostram o tenente-coronel Mauro Cid desembarcando no Brasil com uma mochila um dia após realizar a “operação resgate” apontada pela Polícia Federal (PF) para reaver o ‘kit ouro branco’ de joias sauditas que, segundo a PF, havia sido vendido nos Estados Unidos.As imagens são de 28 de março deste ano, às 7h14, da área de desembarque internacional. A PF aponta que as joias recuperadas estavam nessa mochila, com exceção do Rolex, recuperado em outro dia.
O circuito mostra Mauro Cid na área de segurança, depois ele passa pelo scanner de segurança, carrega a mochila e, por fim, já na área externa do aeroporto. O trâmite durou dois minutos.
Para a PF, o militar Osmar Crivelatti, ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), estava esperando Cid para receber o pacote de joias e, posteriormente, devolver ao Tribunal de Contas da União (TCU), que determinou a inserção dos itens ao patrimônio público.
Mensagens mostram que os dois se falaram antes da viagem para combinar o encontro e que Cid tinha receio de ser parado com as joias sem cadastro.
Às 17h50 do dia 27, Cid enviou a Crivelatti a seguinte mensagem: “Manda cópia do cadastro dos presentes”. Crivelatti pergunta: “Desse aí?”. Cid retorna: “Isso. Caso seja parado amanhã”. Crivelatti respondeu com “ok”, mas que não conseguiu achar.
A PF diz que os documentos a que Cid se referia eram os que comprovariam o registro dos bens no acervo privado do ex-presidente Jair Bolsonaro para apresentá-los caso fosse parado em alguma fiscalização no aeroporto.
Às 22h38, Mauro Cid então embarca e avisa Crivelatti: “Previsão de pouso 6h45”. E recebe o retorno: “Estarei lá”.
Na mochila entregue a Crivelatti estariam parte dos itens do ‘kit ouro branco’, que era o anel, as abotoaduras e um rosário islâmico. Já o relógio da marca Rolex, também parte do kit e vendido por cerca de R$ 345 mil, teria sido recuperado pelo advogado Frederick Wassef e devolvido no dia 2 de abril.
A PF concluiu a cronologia com a entrega do pacote completo no dia 4 de abril, quando os advogados de Bolsonaro entregaram os objetos valiosos em uma agência da Caixa na Asa Sul de Brasília por determinação do TCU.
A CNN não conseguiu contato com a defesa de Mauro Cid. Já Wassef negou que tenha participado de qualquer ação para compra ou recompra de joias. E que é alvo de campanha de fake news. Em nota, os advogados de Bolsonaro afirmaram que o ex-presidente “jamais apropriou-se ou desviou quaisquer bens públicos”.
Comissão de Saúde aprova garantia de acompanhante para pessoas com deficiência em consultas e exames
A Comissão de Saúde aprovou a proposta (PL 2551/20) que garante às pessoas com deficiência atendidas nos serviços de saúde do País, públicos ou privados, o direito a um acompanhante durante todo o período de atendimento nas consultas e exames.Pelo texto, que altera o Estatuto da Pessoa com Deficiência, as unidades de saúde ficarão obrigadas a manter, em local visível de suas dependências, aviso informando sobre esse direito.
O projeto também prevê que os planos de segurança contra incêndios e emergências deverão considerar obrigatoriamente a proteção da pessoa com deficiência.
O relator na comissão, deputado Léo Prates (PDT-BA), recomendou a aprovação do projeto na forma do substitutivo do deputado Diego Garcia (Republicanos-PR), já aprovado na Comissão de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência.
O projeto original, do ex-deputado Coronel Armando (SC), garante que a pessoa com deficiência internada em hospital tenha direito a acompanhante ou atendente pessoal mesmo em situação de calamidade pública, estado de sítio, defesa ou emergência.
Hoje, o Estatuto da Pessoa com Deficiência já garante à pessoa com deficiência internada ou em observação o direito a acompanhante ou a atendente pessoal em tempo integral, mas não aborda os casos de calamidade pública. A nova versão deixa claro que, nas situações excepcionais de calamidade, emergência, defesa e sítio, o acompanhamento ou atendimento à pessoa internada serão permitidos em condições de segurança para o paciente e acompanhante.
Tramitação
A proposta será analisada em caráter conclusivo pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania.
Ministra da Cultura defende volta da cota para filmes brasileiros
A ministra da Cultura, Margareth Menezes, defendeu hoje (12) a importância do restabelecimento da chamada Cota de Tela. Criado em 2001, o mecanismo busca promover a produção audiovisual brasileira, obrigando os cinemas comerciais de todo o país a destinarem parte de sua programação à exibição de filmes nacionais. “O projeto sobre Cotas de Telas está no Senado. Na próxima semana, ele deve ir à votação e queremos dar boas notícias”, disse a ministra, durante a cerimônia de abertura do 51º Festival de Cinema de Gramado, realizada na manhã de sábado (12), na cidade turística da Serra Gaúcha, a cerca de 150 quilômetros de Porto Alegre.
Embora tenha sido criada por meio de uma Medida Provisória (MP nº 2.228) de 2001, a Cota de Tela tem origem em iniciativas adotadas ainda nos anos 1930, quando o governo brasileiro publicou um primeiro decreto de proteção do cinema brasileiro – tomando como exemplo iniciativas semelhantes de outros países.
Como a MP foi editada antes da publicação da Emenda Constitucional (EC) nº 32, de 2001, a qual estabelece que o Congresso Nacional tem até 45 dias para apreciar as MPs sob risco delas paralisarem todas as demais deliberações, a cota de tela permaneceu em vigor até 2020, mesmo jamais tendo sido votada pelo Congresso Nacional.
Em 2021, o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) julgou constitucional a norma que reserva um número mínimo de dias para a exibição de filmes nacionais nos cinemas brasileiros, bem como a regra que determina que 5% dos programas culturais, artísticos e jornalísticos sejam produzidos no município para o qual foram outorgados os serviços de transmissão de rádio e TV.
Segundo a ministra, o restabelecimento da Cota de Tela faz parte das ações que o governo federal vem propondo e executando para “o fortalecimento econômico do setor cultural”. O que inclui também iniciativas para regulamentar os serviços de vídeo sob demanda (VoD, na sigla em inglês), que compreende o fornecimento de conteúdos audiovisuais por plataformas digitais (streaming).
“Compreendemos que a conquista dos streamings será uma revolução não só para o setor audiovisual e artístico, como fortalecerá e será crucial para a estabilização da independência financeira da produção cinematográfica brasileira”, acrescentou a ministra ao criticar o que classificou como “a descontinuidade das políticas públicas para a cultura” da gestão federal anterior, quando o Ministério da Cultura foi rebaixado a uma mera secretaria nacional, vinculada ao Ministério do Turismo.
“A descontinuidade das políticas públicas de Cultura causou um prejuízo imenso ao nosso setor. Muito se perdeu. As ações de censura, de perseguição e de criminalização dirigidas ao setor artístico, mas sobretudo ao setor audiovisual, foram uma temeridade”, comentou Margareth, assegurando que a atual gestão federal tem planos de retomar todas as políticas públicas para o setor audiovisual interrompidas nos últimos anos. “Queremos fortalecer o setor de todas as maneiras que nos couber”.
Ainda durante a cerimônia de abertura do Festival de Gramado, Beatriz Araújo, secretária de Cultura do Rio Grande do Sul – estado administrado por um tucano, o governador Eduardo Leite (PSDB) – endossou as críticas feitas por Margareth Menezes, sustentando que a recriação do Ministério da Cultura foi recebida com euforia e alegria por todo o setor.
“Aquece o coração de quem passou quatro anos sem ter com quem falar”, declarou Beatriz. “É muito importante um governo entender o protagonismo da cultura na vida das pessoas. Porque os governos existem para fazer com que as pessoas sejam felizes. Para servir às pessoas. E a cultura é a base de tudo. É a partir dela que conseguimos desenvolver o turismo em Gramado e em outros municípios do Rio Grande do Sul”, completou.
Festival
Um dos mais tradicionais eventos cinematográficos da América do Sul, o Festival de Cinema de Gramado acontece, ininterruptamente, há 51 anos. Segundo os organizadores, mais de 50 produções disputam os prêmios de melhor filme, roteiro, edição e fotografia deste ano. Além disso, também vão ser escolhidos os melhores ator e atriz. Os ganhadores dos prêmios Kikito serão anunciados no próximo dia 19, no encerramento do festival. Os ingressos para as sessões noturnas custam entre R$ 100 e R$ 250.
Joias sauditas: advogado de Bolsonaro diz ser alvo de armação
O advogado Frederick Wassef, que atua na defesa da família Bolsonaro e que teve seu nome citado nas investigações da Operação Lucas 12:2, da Polícia Federal (PF), afirmou que está sofrendo uma campanha de “fake news e mentiras de todos os tipos”. Ele afirmou ainda ser vítima de uma total armação: “Fui exposto em toda televisão com graves mentiras e calúnias”.
Segundo apuração da PF, Wassef foi destacado pelo grupo para ir aos Estados Unidos, em março deste ano, recomprar o relógio Rolex Day-Date 18946, feito à base de ouro branco, e vendido ilegalmente naquele país pelo tenente-coronel Mauro Cid. O advogado nega envolvimento no caso. As informações são do Correio Braziliense.
“Jamais soube da existência de joias ou quaisquer outros presentes recebidos. Nunca vendi nenhuma joia, ofereci ou tive posse. Nunca participei de nenhuma tratativa, e nem auxiliei nenhuma venda, nem de forma direta ou indireta. Jamais participei ou ajudei de qualquer forma qualquer pessoa a realizar nenhuma negociação ou venda,” garante Wassef, em nota divulgada na madrugada deste domingo (13).
Wassef não desmente viagem aos Estados Unidos, mas afirma que a primeira vez que tomou conhecimento da existência das joias foi no início deste ano, e pela imprensa. “Quando liguei para Jair Bolsonaro e ele me autorizou como seu advogado a dar entrevistas e fazer uma nota à imprensa.”.
Alvo de busca e apreensão da PF, na última sexta-feira (11), em sua residência no Morumbi, bairro nobre de São Paulo, ele garante que não foi encontrada nada de irregular ou ilegal, assim como “nenhum objeto, joia ou dinheiro”.
Segundo a PF, Wassef embarcou em Campinas (SP), em 11 de março, e viajou para Fort Lauderdale, na Flórida. O relatório da corporação ainda informa que ele recuperou o relógio no dia 14, três dias depois, e retornou ao Brasil com o acessório em 29 de março. Em 2 de abril, o relógio teria sido repassado por ele a Cid.
Candidatos a prefeitos de capitais do PL e aliados estão orientados a manter distância de Bolsonaro
Do blog da Denise Rothenburg
Enquanto o caso das joias não for esclarecido, a ordem para os pré-candidatos a prefeito de capitais do PL e aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro é evitar um desfile com o capitão a tiracolo. Até porque qualquer ação ou agenda positiva ficará opaca diante do escândalo. Com o principal cabo eleitoral queimado, a ideia em São Paulo, por exemplo, onde o prefeito Ricardo Nunes é candidato à reeleição, é focar nas ações da prefeitura e nos assuntos que conversam com o dia a dia da população, deixando as questões nacionais na gaveta.
Em tempo: no PL, há ainda a ideia de evitar candidaturas que sejam identificadas demais com o ex-presidente. E se Bolsonaro for preso, o que não está descartado, os filhos devem ficar longe das campanhas municipais. O ex-presidente, até aqui, divulgou nota reiterando que nunca desviou presentes recebidos de autoridades estrangeiras e colocou sua movimentação bancária à disposição dos investigadores. Porém, tem muita gente no PL com a certeza de que o estrago político foi feito.